domingo, 30 de dezembro de 2012

Feliz Recomeço!!


Todo ano é a mesma coisa... Encerramos o ano com uma lista de projetos para o Ano Novo e sempre com a esperança de dias melhores!

Porém, logo, ao retornarmos ao trabalho, ou das férias, esquecemos daquele espírito de renovação e, infelizmente, no decorrer do ano, muitos desses projetos não chegam a ser executados...

Mas o que seria de nós sem a oportunidade de repensar nossa vida, avaliar nossas estratégias, reconhecer nossos erros, estabelecer novas metas, escolher novos caminhos, enfim, sem a chance de recomeçar?

A vida é um eterno recomeço... Renascemos todas as manhãs após uma longa noite de sono... O sol renasce todos os dias para nos aquecer e manter a vida do planeta... Renascemos todos os dias ao aprender algo novo... E cada renascimento gera uma nova mudança, mesmo que imperceptível.

A vida é uma constante mudança! Nada fica parado, tudo de se transforma a cada segundo! Toda mudança encerra um ciclo e dá início a uma nova fase, uma nova história, que dará continuidade a nossa vida, que deve ser vivida com toda intensidade!

E o que seria de nós sem a oportunidade de recomeçar? Precisamos deste recomeço assim como precisamos de nossos erros para aprender uma lição! Pois se é errando que se aprende é recomeçando que temos a chance de nos tornarmos melhores.

Evoluir é a nossa missão! E para que ela aconteça precisamos permitir que as mudanças aconteçam em nossa vida, mesmo que aos poucos, mas todos os dias!

2012 está acabando... E, contrariando a previsão dos Maias, o mundo não acabou!! A vida continua, graças a Deus! Mais uma fase que se encerra, mas ainda temos muito a viver e a realizar!

Ao fazer um balanço deste ano, se a sua lista de erros for maior que a de acertos, não fique triste! Sinal que você deu um passo à frente, pois foi capaz de enxergar e assumir os seus erros! Procure avaliá-los e perceber onde você pode mudar para evitar que eles reapareçam nas listas dos próximos anos... Não desperdice a oportunidade de aprendizado!

Desejo que 2013 chegue carregado de muita energia positiva, trazendo muitas renovações, abastecido de muita alegria e repleto de muito amor! E que toda esta bagagem nos proporcione a garantia de uma longa e boa viagem!

Ao fazer as malas para esta nova aventura, não esqueça de incluir muita paciência, paz e perseverança, para que os dias sejam mais leves e mais fáceis de serem vividos!

Um bom recomeço a todos e Feliz Ano Novo!

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Natal... Momento de reflexão!


Eu não me lembro se quando era criança eu acredita, ou não, em Papai Noel... Mas eu me lembro da expectativa pela chegada do Natal e da alegria de reunir a família toda na casa dos meus avós, da satisfação de reencontrar as minhas primas, da bagunça no momento da troca dos presentes de Amigo Secreto e do almoço no dia seguinte, quando ficávamos relembrando os acontecimentos da noite anterior ao comer as sobras da ceia, sempre tão generosa, graças a Deus!

Mas os anos passam, os primos se casam, constituem novas famílias, alguns tios e os avós se vão, e o núcleo familiar se desfaz... As pessoas se distanciam... Raramente se encontram... Os laços familiares já não são mais os mesmos... Na minha família, ninguém mais se veste de Papai Noel.

Hoje percebo que na infância o Natal tem um encanto especial, tudo parece ser mágico! E com o tempo o simbolismo passa a ser outro. Para os adultos a noite de Natal passa a ser como outra qualquer, porém, com a família reunida em torno de uma mesa, geralmente farta, e a troca de presentes continua, apesar de sabermos que isso faz parte do comércio de um mundo capitalista... Mas a tradição permanece.

Apesar desta visão realista, e até mesmo fria, o que me impressiona é que a magia do Natal continua! Nesta noite é impossível não nos lembrarmos daqueles que já se foram, sentir saudade das pessoas queridas que estão distantes e parar por alguns instantes para refletir sobre a nossa vida... A nostalgia faz parte do Natal.

Mas também durante esta época do ano as pessoas se sentem mais solidárias e dispostas a contribuir com projetos voluntários de ajuda às famílias carentes, adotam crianças para dar presentes e roupas, visitam asilos, orfanatos, instituições de caridade ou doam cestas básicas, tentando retribuir, de alguma forma, aquilo que receberam durante o ano. Sabemos que muitos fazem isso porque se sentem na obrigação de contribuir, mas a maioria faz de coração! E é isso o que importa! (Pena que nem sempre este comportamento não se estende durante o ano...).

Vivemos em um país de grande diversidade religiosa, mas independente de religião ou crença, quando chega o Natal todos são tocados pelo espírito natalino, o que nos torna mais sensíveis e emotivos nesses dias do ano.

2012 anos se passaram desde o nascimento de Jesus e até hoje a sua presença permanece entre nós, seus exemplos continuam sendo lembrados e sua força continua nos estimulando a melhorar nossa conduta no dia a dia... Ainda não somos perfeitos, temos muito a evoluir e sabemos que as tentações são grandes, mas ter um Exemplo a ser seguido é o que nos faz continuar em nossa trajetória!

Desejo que este espírito natalino permaneça entre nós durante os 365 dias do novo ano, que está para começar, trazendo paz, harmonia, alegria e muito amor a todos!

Feliz Natal!!

domingo, 18 de novembro de 2012

A vida é um jogo


Quando eu era criança adorava jogar Detetive e Enigma, jogos de investigação, porém, de cartas marcadas, que com o tempo a gente acabava decorando ou adivinhando o caso antes mesmo do final da rodada... Mal sabia eu, naquela época, que a vida também é um jogo, mas que exige muito mais jogo de cintura, conhecimento e sabedoria que simplesmente jogar dados, interpretar cartas e caminhar por um tabuleiro...

Com o tempo aprendi que para me manter viva e bem na jogada, às vezes, vale à pena voltar umas casas e até perder a partida... Que o jogador que não compreender bem o objetivo do jogo não terá condições de vencê-lo... Que saber escolher as armas é fundamental para uma boa defesa... Que vencer não é tudo... Que ganhar todas nem sempre é possível... Que roubar não compensa... Que participar é mais importante que vencer... Que saber perder é fundamental... Que mais vale perder com dignidade que vencer enganando as pessoas... Que a diversão deve prevalecer à competição... Que competição não deve gerar desavenças... Que um bom jogador deve saber esperar... Que fazer parcerias pode te ajudar a ganhar, mas também te fazer perder, por isso é importante saber com quem está jogando... Que antes de qualquer jogador se consagrar campeão ele perderá muitas vezes... Que cada derrota deve te deixar uma lição, porque se você sair dela sem aprender nada a sua participação terá sido inútil... Que toda pequena conquista dever ser comemorada como uma grande vitória, porque cada uma delas será única e terá a sua importância no futuro... Que quando revelamos todos os mistérios o jogo perde a graça...

Com o tempo aprendi que o velho ditado “sorte no jogo, azar no amor” nem sempre é verdadeiro... Há momentos na vida que você pode estar bem nos dois casos... Mas, também, em outros, com azar em ambos... E terá que superar esta fase!

Com o tempo aprendi que por mais que todos aceitem que o importante é participar, todos entram no jogo para ganhar! Por isso você precisa dar sempre o seu melhor e estar preparado para tudo.

Com o tempo aprendi que a realidade é dura, que não existe segundo e terceiro lugar, se você não está em primeiro, você não ganhou o jogo! O Barrichello e o Massa devem ter aprendido bem esta lição na Ferrari...

Com o tempo aprendi que por mais que um jogador conheça bem o seu parceiro ele jamais deverá mostrar todas as cartas ou deixar de jogar, pois seria o mesmo que entregar a vitória de bandeja. O excesso de confiança pode ser o seu maior erro numa partida...

Com o tempo aprendi que jogos individuais podem ser divertidos... Mas se o jogador optar por jogos coletivos ele deve conhecer bem o objetivo da equipe e lutar para atingir os resultados do time, e não apenas no seu sucesso...

Com o tempo aprendi que a vida é um jogo de muitas regras, mas também de muitas exceções... E que elas podem ser diferentes para cada jogador, em diversos momentos, o que não garante que todo estrategista seja vencedor...

Com o tempo aprendi que uma das grandes estratégias do jogo da vida é estar aberto às mudanças, é acreditar em si mesmo, é respeitar as pessoas, é ter humildade, é ter paciência e procurar ser feliz em todas as circunstâncias...

Com o tempo aprendi que quando chegamos à vitória é porque o jogo acabou... Por isso, devemos curtir cada momento do jogo e ter mais prazer durante a jogada que na vitória!

Com o tempo aprendi que se a vida é um jogo precisamos aprender a jogar...


sábado, 27 de outubro de 2012

Encontros e desencontros


Hoje vi uma charge no Facebook que, além de me fazer rir, me fez parar para pensar por que tem havido tantos encontros seguidos de desencontros, por que cada vez mais vemos pessoas sozinhas à procura de companhia, mas que nunca encontram o seu par ideal? E quando pensam ter encontrado logo se decepcionam porque a história não vai para frente...

A tal charge responsabiliza o pobre cupido por estar flechando as pessoas erradas e assim causando uma bagunça entre os ansiosos por encontrar alguém... Mas sabemos que isso não passa de piada! A responsabilidade é de cada um de nós que buscamos ou não ter um relacionamento sincero e verdadeiro!

Na verdade todos querem ter alguém, se não for para um relacionamento estável, para constituir família, pelo menos para ter com quem compartilhar alguns momentos agradáveis no fim de semana, para uma viagem romântica, para sair, para se divertir, enfim, para ter companhia mesmo que apenas de vez em quando.

Acredito que a maior dificuldade de encontrar esta companhia é a resistência ou o medo que muitas pessoas têm de assumir um compromisso com outra pessoa. Seria por receio de abrir mão de sua liberdade?? Pode ser... Mas creio que este não seja o único motivo!

Lendo o livro “Não espere pelo epitáfio”, de Mario Sergio Cortella, encontrei uma frase que complementa muito bem esta resposta: “A novidade, mesmo aleatória, continua sendo o obscuro objeto do desejo de muita gente”!

O engraçado é que o autor usa esta frase em um texto que fala sobre inteligência artificial, síndrome de modernidade, importância da informatização, novas tecnologias e consumismo, nada a ver com relacionamentos, mas que cabe exatamente no contexto em que estamos desenvolvendo agora, porque mesmo nas relações afetivas as pessoas não se contentam mais com a estabilidade, estão sempre querendo novas conquistas, viver outras aventuras, buscar algo novo, viver outras emoções, sair da rotina, enfim, a fidelidade deixou de ser prioridade, a novidade passou a ser mais interessante, mais atraente... O objetivo mudou!

Ao invés de investir no relacionamento, procurando resolver os conflitos e as dificuldades, é mais fácil partir para outra, conhecer pessoas novas e se divertir, do que discutir a relação.

Sei que não podemos generalizar, porque ainda vemos muitos casais que vivem satisfeitos um com o outro e mantêm uma relação harmoniosa e duradoura... Mas, infelizmente, isso hoje se tornou raro, acho que podemos dizer que virou exceção à regra.

Agora, responsabilizar o cupido por erros e acertos ao lançar a sua flecha é que não é possível, né? rs. Se o objetivou mudou, por que vemos tantas pessoas reclamando que nada dá certo, que não encontram uma pessoa bacana, ou que as coisas não dão certo para elas? Na verdade acho que falta coerência entre o que as pessoas dizem querer e as suas atitudes, falta coragem para assumir suas carências, seus anseios e, principalmente, vontade de mudar de comportamento.

Ser solteiro ou casado é uma questão de escolha, de estilo de vida, e isso não deve ser motivo para determinar se uma pessoa é feliz ou não... O que as pessoas precisam antes de partir para qualquer outro encontro é se encontrarem com elas mesmas, se autoconhecerem, se tornarem coerentes com suas próprias vontades e com suas atitudes! Aí sim, estarão prontas para novos encontros, dispostas a investir em um relacionamento e livres para viver uma nova história, sem desencontros...



domingo, 7 de outubro de 2012

Que país é esse?


Esses dias me perguntaram, aqui mesmo no blog, se eu acho que o povo brasileiro é acomodado... Eu respondi que não. E hoje, após a votação, eu voltei para casa pensando: Que país é esse?

Você pode estar se perguntando onde eu quero chegar com essas duas questões, mas logo entenderá.

Que país é esse que se diz democrático, mas que obriga a população a votar? Se vivêssemos mesmo em uma real democracia não deveríamos ter o direito de escolher se queremos ou não participar das eleições?

E se não fôssemos obrigados a escolher os candidatos, será que o resultado das eleições não seria melhor para todos? Pois aqueles que se dispusessem a votar, provavelmente, fariam escolhas mais conscientes e elegeriam melhor os nossos representantes.

Por outro lado, obrigando a todos a votar torna-se mais fácil manipular as massas e conseguir eleger candidatos por influência da mídia, colocando no poder aqueles que interessam aos partidos, ao governo e a todo o sistema, menos à população.

Porém, considerando que somos oriundos de um país que se desenvolveu sendo colonizado e depois passou por um grande período de ditadura militar, conquistar o direito de votar e escolher os seus representantes, exercendo a sua cidadania, é uma grande vitória. Pena que esta conquista não foi seguida de investimentos na área da educação, entre tantas outras necessidades negadas aos brasileiros, porque aí sim a população teria melhor senso crítico, maior capacidade de analisar os fatos, de comparar situações e de fazer melhores escolhas.

Mas é justamente aqui que eu queria chegar para falar do povo brasileiro! Como chamar de acomodado um povo que passa por tantas restrições, tantas dificuldades financeiras e mesmo assim não perde as esperanças e continua acreditando na oportunidade de um mundo melhor?

Como chamar de acomodadas pessoas simples, do povo, sem uma formação básica de educação e muito menos profissional, mas que se candidatam a cargos políticos acreditando que podem transformar o mundo?

De onde vem esta força, esta coragem de dar a cara a tapa e enfrentar uma campanha política sem ter a menor noção do que precisaria fazer para gerar as tão sonhadas mudanças no município onde moram?

Por que, muitas vezes, pessoas estudadas e preparadas profissionalmente não conseguem ter a mesma força para seguir sua trajetória e alcançar bons resultados na política?

O que é necessário para ser um bom político? Formação? Informação? Capacidade de liderança? Bom relacionamento com a comunidade? Boas parcerias partidárias? Ou simplesmente ter cara de palhaço, conseguir se eleger e se deixar manipular pelo partido como um pau mandado?

Se o mercado de trabalho exige tanta qualificação para absorver profissionais porque o governo não exige o mesmo nível de qualificação dos candidatos aos cargos políticos?

Como chamar de democrático um país que elege um torneiro mecânico para Presidente da República e um palhaço para Deputado Federal, mas não dá oportunidade para um engenheiro recém formado porque ele não tem experiência? Por que o esforço desse jovem para se formar em um país que não oferece um ensino público de qualidade não é valorizado?

Como chamar de acomodado um eleitor que vende seu voto por uma dentadura ou por uma cesta básica, se o país democrático em que vivemos não permite que o trabalhador possa pagar um tratamento dentário ou alimentar a sua família com dignidade?

Como julgar um povo de acomodado se a política assistencialista deste país insiste em convencer a população que está fazendo o melhor para a nação?

Como escolher o melhor candidato quando nenhuma das opções é a que você gostaria de ter?

Como acreditar que o candidato escolhido não irá se corromper quando fizer parte do sistema?

Como não perder as esperanças presenciando tanta corrupção na política e assistindo a tanta palhaçada todos os dias?

Que país é esse onde uma escritora não é capaz de concluir o texto porque não há respostas para todas essas perguntas?

Onde eu quero chegar com este post? Apenas ao ponto de reflexão: Que país é esse?


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Nem tudo que nos parece mais conveniente é o melhor para nós


Repensando sobre as escolhas que já fiz na vida cheguei à conclusão que nem sempre aquilo que nos parece ser mais conveniente é o melhor para nós, ou nos trará felicidade no futuro...

Muitas vezes escolhemos o caminho mais curto, a situação mais cômoda, a opção mais confortável, ao invés de seguir o nosso coração, enfrentar as dificuldades, contrariar as convenções sociais, seguir a nossa intuição, dar importância aos nossos desejos, realizar o nosso sonho e buscar a nossa felicidade.

Sabemos que nada é fácil nesta vida, e ser feliz também não é... É preciso saber fazer escolhas para se chegar a este estado!

E fazer escolhas, muitas vezes, é uma tarefa difícil, como já falei em outro post, porém, acredito que sempre procuramos fazer o melhor em cada momento de nossa vida.

Mas só fazer o melhor também não basta, é preciso ter coragem para enfrentar os nossos próprios medos e o julgamento dos outros. E é justamente a falta de coragem que muitas vezes nos impede de ser feliz!

Não me arrependo das escolhas que fiz na vida, porém, em algumas situações, se fosse agora, com a maturidade que tenho hoje, talvez, eu tivesse outras atitudes. Mas sei que não podemos voltar no tempo e mudar aquilo que já vivemos, porém, podemos, e devemos, usar a nossa experiência para fazer as escolhas atuais, sabendo que são elas que definem o nosso destino e também interferem na vida das pessoas que convivem conosco, o que exige muita responsabilidade.

Contudo, compreendi que precisamos ter coragem para fazer a escolha mais apropriada, mesmo que naquele momento pareça ser a mais difícil... O importante é analisar bem as consequências dos fatos a longo prazo, porque aprendi que não adianta escolher o caminho mais fácil para solucionar um problema rapidamente se ele apenas te afasta da situação, mas não te oferece uma solução.

Há coisas na vida que precisam ser solucionadas na hora em que acontecem, pois com o passar do tempo ficam mais difíceis, envolvendo outras pessoas, gerando novos problemas e maiores dificuldades.

Entendi que situações mal resolvidas nos acompanharão por toda a vida até serem concluídas, porque os ciclos precisam ser fechados para iniciarmos outros. E isso vale para todos os setores da nossa vida, seja no aspecto pessoal, afetivo, social ou profissional.

Viver é uma dádiva e ser feliz uma questão de escolha! Devemos valorizar cada minuto deste presente, que é a vida, amar a si mesmo, dar importância aos nossos desejos, viver com toda intensidade cada fase da nossa existência, pois o tempo não para quando nós paramos de viver... A vida continua e precisamos seguir nossa trajetória sem deixar pendências para trás, que nos impeçam de seguir em frente.

Precisamos ter coragem para viver sem nos acomodarmos em situações que nos parecem mais convenientes, mas sim buscarmos o que é melhor para nós! A covardia é um atraso de vida! Não podemos perder tempo, precisamos ser feliz agora!






domingo, 23 de setembro de 2012

Espírito de Equipe


Ao contrário do que costumamos ouvir, não nascemos e não morremos sós. Eu, como kardecista, acredito que estamos sempre sendo assistidos por amigos espirituais que nos acompanham e amparam em todos os momentos de nossas vidas, inclusive nas horas de nascimento e desencarne, pois estamos todos ligados em um projeto reencarnatório, que será concretizado com a participação de todos, interligados e com foco no mesmo objetivo. Mas esta é apenas uma crença de fundamento filosófico e religioso, daqueles que acreditam em reencarnação.

Escolhi este exemplo para iniciar o post justamente por não ser uma crença geral, pois a partir de agora os exemplos servirão a todos. Porém, para chegar onde eu quero com este raciocínio é necessário que todos saibam a diferença entre grupo e equipe, porque só assim é possível compreender a importância de se trabalhar ou viver com espírito de equipe.

Para começar, é preciso ficar muito claro que “toda equipe é um grupo, mas nem todo o grupo é uma equipe”. Então, qual seria a diferença entre eles? A diferença é que apesar de ambos serem agrupamentos de indivíduos com interesses comuns, no grupo não há o mesmo comprometimento dos integrantes para atingir as metas desejadas e, muito menos, parceria e união para se chegar aos resultados. Em um grupo onde há espírito de equipe a comunicação é fundamental, as informações são compartilhadas, as estratégias são traçadas em comum acordo e todos estão cientes da importância do bom desempenho de cada membro da equipe, o que proporciona ajuda mútua e maior motivação no dia a dia. No grupo há concorrência entre os integrantes. Na equipe há união entre os parceiros.

Muitas vezes, as pessoas estão reunidas por acaso, e não porque escolheram a companhia daquelas pessoas, mas simplesmente porque querem fazer parte daquele grupo que compartilha os mesmos interesses, como acontece, na maioria das vezes, nos ambientes de trabalho ou nas práticas esportivas, porém, o que definirá se este grupo se tornará uma equipe, ou não, será o comportamento de seus integrantes.

Já nos relacionamentos pessoais, família, namoro, casamento, amizade, as pessoas se aproximam não só pelos interesses comuns, mas, principalmente, por afinidade, afeto e amor.  E é justamente aqui que eu queria chegar! Pois são nesses casos que, muitas vezes, esquecemos da importância de convivermos com espírito de equipe, o que gera aborrecimentos, conflitos e separações desnecessárias, que poderiam ser evitadas, se houvesse mais união e comprometimento de cada um para uma convivência mais harmoniosa.

Infelizmente, nos últimos tempos, temos visto pessoas cada vez mais individualistas, lutando por seus objetivos como verdadeiros gladiadores, numa guerra, onde vence o melhor. Acredito que a concorrência do mercado de trabalho vem proporcionando este comportamento que, muitas vezes, é transferido para as relações afetivas, gerando uma bola de neve.

Precisamos frear esta bola. Impedir que este comportamento se torne comum e modelo para as próximas gerações. Precisamos pensar no coletivo antes de pensar individualmente. Precisamos entender que fazemos parte de um grande quebra-cabeça, onde cada peça é fundamental. Precisamos aprender a viver com espírito de equipe em todas as áreas de nossas vidas! Só assim o mundo se tornará melhor e as pessoas mais felizes!

Não nascemos e não vivemos sós, vivemos em sociedade e precisamos uns dos outros para sobreviver! 


domingo, 16 de setembro de 2012

Anseios da vida


Dizem que a ansiedade é o mal do século, pois nos últimos tempos ela passou a fazer parte da vida de todos nós... É tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, tantos compromissos e uma eterna busca por algo que não sabemos o que é, onde está ou como encontrar, que o tempo parece passar cada dia mais depressa e nos faltam horas para realizar tudo o que gostaríamos... Quando percebemos o dia acabou e não conseguimos dar conta de tudo o que havíamos planejado.

Se não conseguimos administrar bem o nosso tempo como conseguiremos administrar direito a nossa vida? Estamos sempre fora de órbita, uma hora com o pensamento no passado, relembrando e tentando reviver, ou pior, mudar, o que já passou, outrora no futuro, nos preocupando com o que queremos conquistar, mas que, muitas vezes, ainda está muito longe de acontecer...

Quando e como conseguiremos viver o presente, um dia de cada vez, livres dos pesos que o passado e o futuro colocam em nossas costas?

Mesmo para quem acredita em vida após a morte, esta vida, esta encarnação, é muito curta para ser desperdiçada! É aqui e agora que precisamos viver, acertando ou errando, mas vivendo, experimentando e aprendendo! E não nos acomodando e deixando a vida passar como se tivéssemos todo o tempo do mundo a nossa frente! Se o futuro vier, se houver mesmo outras encarnações, poderemos aproveitá-las muito melhor se tivermos usufruído cada minuto vivido em nosso dia a dia!

Chega de esperar por dias melhores, é preciso fazer acontecer! Como relembra Cortella, sobre Paulo Freire, “não confundamos a esperança do verbo esperançar, com a esperança do verbo esperar”, e nos explica tão bem essas diferenças: “Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, é não desistir! É levar adiante, é nos juntar com outros para fazer de outro modo. Pode-se ver claramente que a esperança do verbo esperançar é dinâmica, enquanto a outra é estática, congelada, por vezes covarde... A esperança nos convida a pensar: Violência? O que posso eu fazer? Desemprego? O que posso eu fazer? Fome? O que posso eu fazer? Corrupção? O que posso eu fazer? Sempre teremos o que fazer. Sempre teremos uma contribuição a dar, nem que seja pelo nosso exemplo de agir no bem, nas pequenas questões do dia a dia. Todos devemos nos perguntar: O que estamos fazendo por uma sociedade melhor? Qual está sendo a nossa contribuição? O que podemos fazer a mais para ajudar? Não nos é pedido em demasia, pois muitos fazendo, um pouco que seja, já gera transformações, gera movimentos, revoluções silenciosas... Não se faz necessário muito, apenas não ceder à acomodação viciante, à indiferença paralisante, à alienação mortificadora. O que posso eu fazer? O que você pode fazer para melhorar o mundo?”

E se podemos, com pequenos gestos, melhorar o mundo, quanto podemos melhorar nossas próprias vidas? Como dizia Gandhi, “seja a mudança que você quer ver no mundo”, pois só mudando, primeiramente, a nós mesmos poderemos ver os reflexos dessas mudanças no mundo que nos cerca.

Anseios, todos nós temos. Só não podemos permitir que esta ansiedade nos prejudique, fazendo com que nos atropelemos nas coisas, e nos impeça de enxergar novos caminhos quando estamos perdidos. Precisamos aprender a transformar esta ansiedade em uma força motivadora para seguirmos em frente e atingirmos os nossos objetivos.

Não nascemos prontos, estamos aqui para aprender! Chega de esperar, é preciso experimentar para fazer acontecer!


Fonte sobre a citação do filósofo Mario Sérgio Cortella:
Livro do autor: Não nascemos prontos – Provocações filosóficas.



domingo, 9 de setembro de 2012

Independência ou Morte?!


Uma indagação ou uma constatação? Não sei... Por isso escolhi este tema. Não estou aqui para dar aula de história, apenas para refletir sobre o tema “Independência ou Morte”, mas acho conveniente relembrar, pois apesar de termos comemorado o Dia da Independência na sexta-feira, dia 07 de Setembro, muitos não se lembram que nesta data ficamos “livres” da Colonização Portuguesa que nos foi imposta desde o “descobrimento” do Brasil até 1822.

Esta semana eu li um post no Facebook, de um amigo, Fabrício Camargo, contando o comentário feito por seu filho de 9 anos, “de que nada adianta comemorar esta data se ninguém faz nada para a violência e a carência do nosso povo...”. Fiquei impressionada com a lucidez desta criança e desde então venho pensando sobre a nossa tão sonhada liberdade.

Conquistar a liberdade nem sempre é a solução dos problemas, se depois não saberemos como lidar com ela... Liberdade exige responsabilidade, seriedade, iniciativa, autonomia, conhecimento e capacidade de ser realmente livre. 

Sei que toda nação quer e merece ter liberdade, ter suas próprias leis e seus próprios ideais, mas, no caso do Brasil, deixamos de ser colonizados por Portugal para nos tornarmos dependentes de um sistema capitalista, que hoje, com a globalização, atinge todo o mundo. E pior, onde, muitas vezes, o ter se torna mais importante que o ser.

E não estou falando apenas em ter mais coisas materiais, e sim de ter mais poder, mais status, ao invés de ter mais conhecimento, autonomia e sensibilidade para administrar um país, uma empresa ou a própria vida.

Em muitos aspectos continuamos sendo escravos de um sistema, de uma ideologia, de uma sociedade, ou de um conjunto dessas coisas, que nem sempre nos proporciona felicidade. Somos livres para pensar e até mesmo para expressar as nossas ideias, mas nem sempre para agirmos conforme elas. E quando escolhemos viver com esta tal liberdade pagamos um preço muito alto. Por isso, precisamos estar preparados para enfrentar as consequências desta escolha, para nos adaptarmos ao tempo das coisas e às dificuldades do dia a dia, sem permitir que essas adversidades nos façam desistir, porque esta seria a maior tragédia!

Afinal, como sempre relembra Cortella, “a tragédia do homem não é quando ele morre”, mas sim, como disse o grande filósofo Albert Schweitzer, “tragédia é aquilo que morre dentro de um homem que ainda vive”!

A vida é um jogo, onde precisamos aprender a administrar o nosso tempo para realizar a nossa missão. Vence aquele que é capaz de jogar sem jamais deixar morrer um sonho, um desejo, um objetivo, sem antes lutar para realizá-lo, fazendo desta luta a sua motivação para seguir em frente, para viver conforme suas crenças e para ser feliz todos os dias de sua vida! 

Independência ou Morte? Acredito que a melhor resposta seja: Felicidade e Vida!



sábado, 1 de setembro de 2012

Intolerância

Hoje vou começar o texto com uma pergunta: Porque o ser humano é tão intolerante com os erros dos outros e tão paciente com os próprios erros? Digo “ser humano” porque também me incluo nessa... Mas o que está me incomodando hoje e quero dividir com vocês é a questão de um pequeno erro cometido simplesmente parecer muito maior que todas as outras coisas que fazemos certas.

Atualmente estamos vivendo uma fase de transição global e, consequentemente, de constantes mudanças individuais, o que vem gerando cada vez mais insatisfações em todos os aspectos, seja na carreira profissional ou na vida pessoal, estamos sempre fazendo e ouvindo reclamações, há sempre alguma coisa nos incomodando, tanto no outro como em nós mesmos. 

Porém, nem sempre admitimos ou revelamos aquilo que nos incomoda em nós, porque reparar no erro do outro é muito mais fácil. Julgar, condenar e criticar é mais simples que analisar e tentar entender o outro. Reparar no erro do outro é muito mais cômodo que fazer uma auto-análise, reconhecer os próprios erros e tentar mudar a si mesmo.

Sabemos que mudar não é fácil... Que toda mudança gera medo, receio das consequências e de enfrentar o novo. Por isso, para mudar é preciso coragem. Mas como diz Cortella, “coragem não é ausência de medo, coragem é a capacidade de enfrentar o medo”. E para complementar esta frase usarei outra citação do mesmo autor “Medo é um estado de alerta. Pânico é a incapacidade de ação”, ou seja, o medo não deve nos impedir de mudar, deve apenas nos deixar atentos aos riscos e nos ajudar a preparar melhor as nossas estratégias de mudança antes que entremos em pânico, o que só podemos evitar se tivermos coragem de mudar antes que isso aconteça.

Precisamos ter coragem de admitir os nossos próprios erros, enfrentar os nossos medos e mudar, mudar aquilo que nos incomoda primeiro, antes de criticar aquilo que nos incomoda no outro. Pois só quando nos tornarmos tolerantes com os nossos próprios defeitos estaremos prontos para aceitar o outro como ele é, com seus defeitos e suas virtudes.

Ninguém é perfeito, vivemos em um mundo de provas e expiações, todo ser humano tem defeitos e qualidades, mas, infelizmente, mesmo que as nossas virtudes sejam perceptíveis, os nossos erros sempre estarão em maior evidência aos olhos do outro. Não é possível agradar a todos, nem mesmo Jesus Cristo, o único homem perfeito que passou pela Terra, conseguiu esta proeza, foi julgado, condenado e crucificado por isso.

E nós somos “crucificados” todos os dias pela sociedade, muitas vezes injustamente... Precisamos aprender a viver com o peso desta cruz, mas sem sofrer com isso. Precisamos aprender a ser mais tolerantes, ou seja, aguentar em silêncio, sem reclamar, pois, na maioria das vezes, as pessoas não toleram ouvir reclamações e, muito menos, a verdade.

Precisamos encontrar um caminho para convivermos em paz. E a paz só é possível com tolerância! Não podemos mudar o mundo sozinhos, mas podemos mudar a nós mesmos. O mundo precisa de paz!


  

domingo, 12 de agosto de 2012

Pai é quem cria

Pai, biologicamente falando, é quem gera um filho. Mas ser pai é muito mais que isso! Porque “fazer” um filho é fácil, o difícil é criá-lo.

Pai é aquele homem que dá o seu nome, os seus valores, educação, cuidado, proteção, orientação, carinho, amor, enfim, aquele que oferece uma estrutura familiar e se torna referência para a vida da criança para sempre.

Pai é aquele homem que vive em função da família, que abre mão de seus sonhos para realizar os sonhos dos filhos.

Pai é aquele homem que trabalha dia e noite, se for preciso, para não deixar faltar nada em casa.

Pai é aquele homem que luta para comprar uma casa, para não deixar faltar comida à mesa, para pagar os estudos dos filhos, para manter a saúde e o bem-estar da família.

Pai é aquele homem que é o melhor amigo do seu filho!

Pai é aquele homem que ama e respeita o seu filho acima de tudo!

E realizar tudo isso não é uma tarefa simples!

Ser pai não é fácil, pois implica em arcar com as responsabilidades de uma família, ter boa conduta e dar bons exemplos para os seus filhos.

Ser pai não á fácil, pois mesmo não sendo perfeito carrega a responsabilidade de ser sempre o melhor pai do mundo.

Ser pai não é fácil, porque mesmo não sendo tão corajoso, quanto os seus filhos imaginam, será sempre o maior super herói para eles.

Ser pai não é fácil, porque mesmo não sendo tão inteligente, quanto os seus filhos acreditam, os filhos sempre acharão que o seu pai entende de tudo.

Ser pai não é fácil, porque mesmo não tendo muito dinheiro, os filhos sempre acham que o cheque do seu pai paga tudo...

Enfim, realmente, ser pai não é nada fácil!

Ser pai é a maior missão que um homem pode receber na vida, pois criar um filho e torná-lo um homem de bem não é uma tarefa fácil... Ainda mais nos últimos tempos, quando conceito de família vem sofrendo mudanças... Mas independentemente da estrutura familiar que você tenha, se foi criado por seu pai biológico, adotivo ou por um padrasto, por um irmão mais velho, tio ou avô, a referencia de pai que você tem é a maior influência que você receberá na vida para ter bons princípios, valores sólidos, bom caráter e dignidade.

Parabéns a todos os homens de bem que escolheram esta missão na vida! Afinal, pai é quem cria!


domingo, 5 de agosto de 2012

Inversão de Valores - Parte IV - Sobre Prestigiar

Há algum tempo venho refletindo sobre a inversão de valores da nossa sociedade... E hoje, comentando o post da minha amiga e parceira neste blog, Karina Lapido, despertei para outro aspecto que há muito vem sendo desvalorizado: a importância de prestigiarmos as pequenas conquistas do dia a dia daqueles que convivem conosco!

No post da Karina ela fala da falta de valorização dos atletas brasileiros que estão participando das Olimpíadas deste ano e que, por não estarem conquistando muitas medalhas, estão tendo as suas participações consideradas como decepcionantes... Enquanto, na verdade, simplesmente por terem chegado até lá (muitas vezes, sem incentivo e patrocínio) já deveriam ser considerados vencedores! Mas sobre este assunto, sugiro a todos que leiam o post da Karina que trata muito bem esta situação.

O que eu quero lembrar é que ao prestigiarmos alguém, por menor que seja a sua conquista, estamos elevando a sua moral, reconhecendo o seu esforço e a sua dedicação para concluir uma obra e incentivando-o a seguir em frente! Aliás, como já falei em outro post, sobre Reconhecimento, todos nós precisamos de estímulos, para nos sentir motivados, e gostamos de ter o nosso trabalho reconhecido. E para isso não precisamos apreciar a atividade do outro, apenas valorizar a sua dedicação e a sua conquista.

E, neste post, quero enfatizar a importância de prestigiarmos as manifestações artísticas!  Pois tenho observado grandes eventos culturais com pouca participação do público, exposições artísticas belíssimas com poucos visitantes, blogs interessantes pouco visualizados, posts espetaculares que não são comentados, intervenções culturais que não são cobertas pela mídia local, enfim, diversas manifestações artísticas que não são valorizadas nem mesmo pelas pessoas do meio... Muito menos pela comunidade. Se pelo menos os parentes e os amigos participassem, apenas por consideração aos criadores dessas atividades, já estariam prestigiando a arte e os artistas locais, dando força e incentivo à continuidade do movimento.

Está na hora de mudarmos o paradigma de que o artista só tem prestígio após a sua morte. A valorização e o reconhecimento de um trabalho precisam nascer junto com a obra, e aí, sim, a partir do seu sucesso, ser mais valorizado a cada dia. E o grande sucesso só chegará para aquele que for prestigiado primeiramente pelos familiares e amigos mais próximos, pela mídia e pelos críticos locais. Se o trabalho é bom ou não, cabe aos críticos avaliar, aos amigos e aos parentes, apenas prestigiar.

O artista precisa ser prestigiado porque a arte é necessária para a subsistência da humanidade. Afinal, como diz Ferreira Gullar: “A arte é uma coisa imprevisível, é descoberta, é uma invenção da vida. A arte existe porque a vida não basta”. E se a arte é tão importante para a manutenção da vida, o artista não pode morrer, mas para continuar produzindo ele precisa ter público.

A sua presença em um evento cultural é a maior força moral que você pode dar a um artista e o melhor reconhecimento de sua obra!  Prestigiar uma manifestação artística não significa apenas que você aprecia a obra de um determinado artista, mas sim que você aprecia a vida!


domingo, 29 de julho de 2012

Razões e emoções

Às vezes me pergunto quem realmente controla o nosso corpo, o cérebro ou o coração? Por que esperamos um paciente terminal ter morte cerebral para constatar o falecimento se em muitos casos o coração só funciona ligado aos aparelhos? E se o coração parar de enviar sangue para o cérebro ele também vai parar, certo? E se ele parar a vida se extingue do corpo. Então, como avaliar estes dois órgãos vitais?

O cérebro é aquela coisa cinzenta, divida em dois lados... Só poderia mesmo representar a razão, o equilíbrio... E a constatação da morte.

Já o coração, aquela bola vermelha e pulsante, representa as nossas emoções... E a presença da vida!

E quem, verdadeiramente, controla a nossa vida, a razão ou a emoção? Sei que a resposta ideal para esta pergunta seria “o equilíbrio” entre as duas... Mas manter o equilíbrio entre a razão e a emoção, quando se trata de um caso de amor, não é uma tarefa fácil... Se por amor tudo vale a pena qualquer atitude tomada sem base na razão torna-se justificável, não é mesmo?

Não há razão que justifique amar uma pessoa. Não escolhemos quem amar. Não acredito que somos capazes de aprender a amar alguém. O amor simplesmente acontece. Ou não.

E o amor é um sentimento sublime. Na verdade, indefinível...

Falar sobre vida e morte, razões e emoções, e sobre amor pode parecer simples, pois todos nós passamos por isso... Mas cada um tem a sua opinião e, ao mesmo tempo, todos têm uma ideia generalizada do que é certo ou errado para a sociedade em que vivemos... Daí vem os comentários e julgamentos pelos atos alheios... Porque julgar o outro é fácil, difícil é avaliar o próprio comportamento e fazer as próprias escolhas.

E até que ponto vale à pena escolher “o certo” se esta escolha te fará sofrer? Só para ficar livre dos julgamentos? Só para corresponder às expectativas da sociedade, dos amigos ou da família? E você, como ficará com esta decisão sabendo que deixou de viver a sua história de amor por receio de enfrentar as suas consequências? Haverá outra chance?

Como diz o ditado “a vida é curta”, por isso não podemos perder a oportunidade de ser feliz! E, em minha opinião, escolha certa é aquela que me faz feliz! Contanto, é claro, que não cause infelicidade de outros, pois a felicidade é um direito de todos. E ninguém é feliz semeando tristeza.

E é justamente aqui que voltamos à dúvida inicial, se é tão difícil chegar ao ponto de equilíbrio, o que devemos deixar falar mais alto, a razão ou a emoção? Acredito que “entre razões e emoções a saída é fazer valer a pena” (como diz a música do NX Zero), afinal, quando se trata de amor, tudo vale à pena!


sábado, 21 de julho de 2012

Clarice e Eu

Se me é permitido, Senhor, falar com os mortos (que na verdade não acredito que estejam mortos, mas sim vivendo em outros mundos ou na espiritualidade), gostaria de falar com Clarice... Isso mesmo, com Clarice Lispector. Ela, que tanto escrevia e que através da escrita, assim como eu, buscava respostas para suas indagações, para suas dúvidas, para a sua vida...

Eu entendo quando ela diz que vive (porque Clarice ainda vive) “no quase, no nunca e no sempre”, porque muitas vezes vivemos entre o limite do que gostaríamos de realizar e do que realmente vivemos... Sem falar do quanto é difícil viver no real, no presente e no agora... A maior dor do ser humano está na realidade, em encarar a realidade dos fatos. Muitas vezes é mais fácil viver na ilusão que enfrentar a realidade das coisas... Por outro lado, viver só de ilusão também não é uma boa alternativa, vive assim quem se engana e tenta enganar aos outros, mas vive infeliz porque, no fundo, sabe a realidade da vida. 

E Clarice também sabia a realidade, por isso nunca se enganou. Ela escrevia para tentar entender ela mesma e o mundo que a cercava, buscava, na junção das palavras, explicações para os seus próprios pensamentos. E é isso que eu também procuro fazer ao escrever, tentar me entender. E entender tudo o que se passa pela minha mente, os meus próprios pensamentos, os pensamentos que absorvo do universo, os pensamentos dos grandes escritores que ficaram registrados nos livros, enfim, todas as informações que recebo do mundo e que me transformaram em quem eu fui no passado, em quem eu sou hoje e que me transformarão em quem eu serei no futuro...

Eu queria ter sido amiga de Clarice, pois sem saber, ela é minha amiga, porque me faz pensar sobre as coisas, refletir sobre mim, buscar explicações para a vida e encontrar respostas para as minhas dúvidas.

Clarice escrevia com facilidade, as palavras simplesmente fluíam... Para mim, escrever não é tão fácil assim... Eu, muitas vezes, me perco entre o tempo dos pensamentos e do ato de escrever... Tudo é tão rápido que ao ligar o computador ou pegar uma caneta para tentar registrar o que acabei de pensar não dá tempo... Quando tento escrever os pensamentos percebo que eles já se foram... O que me faz pensar que nem tudo o que eu penso pertence a mim, mas ao mundo, e por isso não tenho direito de registrá-los em meu nome, apenas usufruir daqueles breves momentos em que eles passaram por mim, mas se foram, pois, na verdade, não eram meus...

Então entendo que os únicos pensamentos verdadeiramente meus são esses que sou capaz de registrar, de escrever e de mudar quantas vezes achar necessário antes de publicá-los.

Eu ainda não li a obra completa de Clarice. Na verdade, nem sei quantos livros dela eu tenho ou já li... Alguns eu li inteiros, outros leio por partes. Alguns entendo, outros não, porém fico refletindo sobre o que ela quis dizer com eles... Mas sempre que releio um texto de Clarice é como se estivesse lendo outro texto, pois faço uma releitura, descobrindo detalhes que na leitura anterior ficaram perdidos nas entrelinhas... Para mim, é como se tivessem sido reescritos...

Eu não entendo muito de Clarice, mas gosto de tudo o que leio, porque gosto das pessoas que eu não entendo e, sendo assim, me fazem pensar... Normalmente, não me atraio por pessoas muito óbvias... E Clarice é sempre surpreendente. Eu, cada vez que leio os seus textos me torno outra, pois me enriqueço com as suas dúvidas e com a sua sabedoria. Em Clarice eu sempre encontro inspiração para continuar escrevendo... E esperança de, além de encontrar minhas respostas, ser lida e compreendida.

Clarice tinha dúvidas se continuaria sendo lida e lembrada após a sua morte... Eu queria poder contar a ela que sim! E que, além disso, ela se tornou um mito!

Quando ela morreu eu tinha apenas 5 anos e nem sabia de sua existência, então, não sofri com a despedida, pois, para mim ela não aconteceu. Mas hoje, 35 anos depois, ao ler seus textos eu sofro. Sofro por, humildemente dizendo, me identificar com suas dúvidas e seu modo estranho de pensar... E as dúvidas sempre me fazem sofrer... Sofro porque ela se foi sem encontrar todas as respostas e eu fiquei aqui, com as minhas dúvidas e com as delas... Mas, ao mesmo tempo, tenho a única certeza que, talvez nos aproxime, escrever é preciso! Por isso, “enquanto eu tiver dúvidas e não houver respostas, continuarei a escrever”...



segunda-feira, 9 de julho de 2012

Quando a ausência se torna presença

Há anos busco uma resposta para entender um amor, até hoje, incompreendido, mesmo sabendo, através dos poetas e da experiência, que um amor não precisa ser explicado, mas, simplesmente, vivido. Porém, refiro-me a uma história de amor de dois seres que declaram se amar, apesar de nunca terem convivido e, sendo assim, mal conhecem as qualidades e defeitos do outro.

As minhas dúvidas são: O que os tornam especiais um para o outro? Seria a distância e o tempo que os separam? Estes empecilhos não deveriam ser motivos para acabar com a romance?? E, como não acabou até hoje, o que os mantém ligados após tantos anos? O que eles realmente amam? O outro? Ou a imagem que eles têm do um do outro? O sonho? Ou a realidade?

Ouvindo Jackie Kay (uma autora afro-escocesa, como ela mesma se identifica, que conta a sua própria história de vida sobre a busca e o encontro de seu pai biológico), na FLIP, acho que encontrei a base da resposta para todas essas perguntas e desvendei o grande enigma que me acompanha há anos... A razão desta forte ligação com o passado pode ter sido a ausência que se tornou uma presença constante, fortalecendo os sentimentos, o mistério, a atração, o encanto, o sonho, a fantasia, e se transformou no elo entre duas pessoas que estão distantes, mas ao mesmo tempo juntas, duas pessoas que têm suas realidades completamente diferentes, mas que apesar de passarem meses ou anos sem se encontrarem, pensam uma na outra todos os dias de suas vidas.

Nós, seres humanos temos a terrível mania de supervalorizar aquilo que não temos... Queremos sempre mais! E, muitas vezes, mais do que o outro é capaz de nos dar... Gostamos de sair da rotina, de ter histórias para contar, gostamos de conquistar e de ser conquistados, gostamos de adrenalina e de sentir o sangue nas veias... Queremos algo novo e inesperado, queremos ser desejados, queremos ser surpreendidos, queremos ser amados!

Como disse Drummond, em sua poesia A Memória, “amar o perdido deixa confundido este coração” e “as coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão”... E, sob o meu ponto de vista, não há nada melhor que a dúvida para manter uma ideia fixa em nosso pensamento, não é mesmo? E é neste ponto que eu queria voltar, quando algo ou alguém parece inatingível ele se torna muito mais desejável, porém, muitas vezes, ao conquistá-lo, corremos o risco de nos decepcionarmos, percebendo que nossas expectativas eram maiores que a realidade, pois nem tudo sempre é como parece. Por outro lado, quando a expectativa é correspondida, a felicidade é certa!

Quanto mais desejamos aquilo que não temos, mais mantemos o nosso pensamento fixo, transformando a ausência em uma presença constante. Porém, quando a ausência, pela distância, se torna presença é uma alegria, mas quando a presença, através do tempo, se torna ausência é uma tristeza. O ideal seria que a presença e a alegria fossem eternas e a ausência e a tristeza jamais existissem.

Enfim, o que realmente importa é que, apesar da distância, do tempo, da ausência, das tristezas, das dificuldades, das dúvidas, dos questionamentos ou das possíveis respostas, o que sobrevive é o amor, que mantém vivas as recordações, as alegrias, a saudade e a esperança de, quem sabe um dia, serem felizes para sempre!



domingo, 24 de junho de 2012

Em busca de algo... Ou alguém...

Todos nós sabemos que o homem foi criado para viver em sociedade, pois desde o nascimento depende do outro para sobreviver. Mas também é fato que o homem vive um busca de sua liberdade. Uma liberdade que, se analisada, está mais perto da ilusão que da realidade.

O que a realidade nos mostra é que o homem está sempre em busca de algo ou alguém para se completar ou ser feliz. Porém, não acredito que existam almas gêmeas, mas sim, almas afins, que se realizam ao se encontrarem por terem os mesmos gostos, interesses e objetivos.

Por outro lado, acho que a busca do homem vai muito além de encontrar ou não um parceiro nesta caminhada, mas sim de encontrar um verdadeiro sentido para esta vida ou para a sua própria existência.

Eu acredito que não viemos neste mundo a passeio, que todos nós temos uma missão nesta vida, que estamos aqui em busca de um novo aprendizado, de outra experiência, que contribuirão para a nossa evolução.

E para chegar à evolução precisamos vivenciar tudo isso, nos relacionar, trocar experiências, conviver com as pessoas, sentir na pele todas as emoções, nos colocar no lugar do outro, observar as reações das pessoas, aprender a ceder, a nos doar ao outro, precisamos aprender a amar!

Amar ao próximo como a nós mesmos, assim como Jesus nos ensinou.

Acredito que o que nos falta é aprender a amar e a ser livre ao mesmo tempo, amar e dar liberdade ao outro, amar e acreditar no amor, acreditar que o amor sempre trará de volta um amor verdadeiro.

E como identificar um amor verdadeiro no meio de uma população de mais de 7 bilhões de pessoas? Por que tantas vezes nos sentimos sozinho em um planeta superlotado? O que fazer para encontrar a pessoa certa para vivenciar esta experiência conosco? Onde achar respostas para tantas dúvidas que nos atormentam diariamente?

Não sei. Infelizmente, ainda não sei. E é por isso que escrevo, para buscar dentro de mim as respostas que ainda não encontrei no mundo, para compartilhar as minhas angustias, para provocar reflexões em outras pessoas que talvez possam me ajudar a esclarecer às minhas próprias dúvidas...

Mas enquanto essas respostas não vêm, eu me baseio em minhas convicções para encontrar algum sentido para tudo isso...

E, tentando responder as minhas próprias perguntas, acredito que identificamos um verdadeiro amor pelo olhar, pela cumplicidade, pelas emoções, pela paz e pela confiança que sentimos na presença um do outro. Acho que a sensação de solidão que muitas vezes sentimos é porque ainda não encontramos alguém que possa nos entender apenas com um simples olhar. Agora, o que fazer para encontrar a pessoa ideal neste planetinha, super hiper mega lotado, eu ainda não sei... Às vezes, acho que já o encontrei, mas eu perdi. Outras vezes, acredito que a vida o tirou de mim. Pode ser, também, que ele tenha passado despercebido porque ainda não era a hora certa para a gente se encontrar. Ou, quem sabe, ele ainda não tenha chegado? Não sei...

A única coisa que eu sei é que continuarei nesta busca, de algo ou alguém, que, de alguma maneira, faz parte da minha missão.



domingo, 17 de junho de 2012

Inversão de Valores - Parte III

Sobre morar no Vale do Paraíba

Mais uma vez, eu acho que está havendo uma inversão de valores pela mídia e pelo jornalismo que, a cada dia mais, vem querendo nos convencer de que morar no Vale do Paraíba está ficando perigoso devido ao aumento da violência na região. Realmente, o crescimento populacional seguido pela falta de investimentos em educação, geração de emprego e renda, e de segurança pública, infelizmente, favorece o aumento das estatísticas de violência e crime em qualquer região, não só no Vale do Paraíba, como nos grandes centros urbanos, nas capitais, por todo o país e no mundo. Este não é um problema isolado. E muito menos quer dizer que não valha a pena morar aqui, muito pelo contrário.

Morar no Vale do Paraíba é um privilégio, além da ótima localização (eixo RJ-SP), a região é cercada pelas Serras do Mar e da Mantiqueira, oferecendo diversas opções de turismo tanto na montanha quanto no litoral. E aonde quer que você vá está sempre apreciando a paisagem da Mantiqueira ao fundo, de qualquer ponto da cidade, como uma verdadeira moldura da paisagem, que se transforma em um espetáculo à parte.

Para quem curte esportes a região oferece diversas oportunidades, desde voos de asa delta e paraglider no Pico Agudo, em Santo Antonio do Pinhal, ou mesmo de balão, em Pindamonhangaba, como também rafting, em São Luiz do Paraitinga, campo de paintball, em Tremembé, pista de mountain bike, em Taubaté, e passeios por trilhas de quadriciclo, em Campos do Jordão, entre outras atividades. Mas não se preocupe, se você não é adepto aos esportes radicais aqui no Vale há opções para todos os gostos, como trilhas para caminhadas em São Francisco Xavier, escalada da Pedra do Baú ou pesca de trutas, em São Bento do Sapucaí, ou simplesmente correr ou pedalar pela região que oferece áreas planas e também elevadas para treinar seu condicionamento.

Já para aqueles que preferem o turismo cultural não podem perder os festivais da região, como os de Literatura, de Inverno, de Primavera, de Gastronomia, de Música, de Cinema, e outros mais específicos, que acontecem durante todo o ano pelas diversas cidades do Vale do Paraíba. Além do turismo religioso que atraí tantas pessoas à Aparecida e Guaratinguetá, para visitas aos santos da região, Nossa Senhora Aparecida e Frei Galvão. A região também é berço de grandes artistas e tem muita influência na história do Brasil, por isso oferece muitos ateliês e museus a serem visitados. Só em Taubaté, contamos com dois grandes ícones da cultura, como Monteiro Lobato e Amacio Mazaroppi, que dispensam apresentações, mas que têm seus próprios museus para contar suas histórias. Sem contar os grandes talentos, ainda desconhecidos ou populares apenas aqui na região, da música, da literatura, da pintura, da cerâmica, do artesanato e diversos gêneros das artes.

Como podemos ver a região é rica em opções e tem muito mais coisas boas a mostrar que apenas a criminalidade. O que me incomoda é que a mídia até mostra um pouco dessa nossa riqueza, mas valoriza muito mais os problemas do que os atrativos que a região oferece. Ontem mesmo, durante uma conversa informal, percebi que as pessoas estão começando a ficar com medo de sair de casa, devido à violência. E no meio desta conversa, percebi que, muitas vezes, influenciados por esta onda de medo, deixamos de fazer muitas coisas, como caminhar ou pedalar à noite, ou de viajar, por receio de deixar a casa fechada, por medo de assalto. 

Entendo o trabalho da imprensa e sei da importância de se divulgar os fatos para que as providências sejam tomadas, não estou dizendo que o problema da violência deve ser ignorado, realmente, ele precisa ser resolvido, ou no mínimo, reduzido. É importante que cada cidadão fique atento e procure se prevenir, evitando situações de riscos. Mas o que não podemos permitir é que o medo da violência nos impeça de viver bem, de ter uma boa qualidade de vida e de usufruir da natureza e das diversas atrações que a nossa região nos oferece.

O Vale do Paraíba, ainda é, um ótimo lugar para se viver e morar.


domingo, 10 de junho de 2012

Paixão Antiga

Todos os dias venho me deparando com antigas histórias de amor que, em um determinado momento da vida, recomeçam do ponto onde ficaram perdidas no passado... E analisando os fatos percebi que isso é algo que sempre aconteceu, desde o início dos tempos, como podemos observar na história da humanidade através da música, da literatura, do cinema ou mesmo das novelas atuais, a arte e a vida sempre se confundem mostrando a força de uma antiga paixão.

Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle foram muito felizes ao escrever que uma “paixão antiga sempre mexe com a gente” e mais ainda quando completaram a frase dizendo que “é tão difícil esquecer”! Eu, na verdade, trocaria o “tão difícil” por “impossível”, pois não acredito na possibilidade de esquecer um sentimento tão forte assim... Mas a música, Paixão Antiga, fez tanto sucesso na voz de Tim Maia que se tornou um hino para aqueles que já reviveram uma história de amor. 

Um grande amor ou uma forte paixão, iniciados na infância, na adolescência, na juventude ou mesmo na fase adulta, mas que, de alguma maneira, ficaram mal resolvidos ou que não tiveram a oportunidade de serem vivenciados, jamais são esquecidos! Podem ficar guardados em algum cantinho do nosso coração ou da nossa memória, mas nunca serão apagados!  O casal pode se separar, o tempo passar, suas vidas mudarem, mas sempre que os seus caminhos voltarem a se cruzar eles viverão as mesmas emoções do passado, sentirão um frio no estômago, as mãos frias, o coração disparar e a esperança de reviver aquela história!

Infelizmente, na maioria das vezes, esses encontros não passam de breves instantes, quando um deles ou até mesmo os dois já estão em outros relacionamentos, com a vida estabilizada, e simplesmente trocam olhares ao se encontrarem nas ruas. Mas quando o destino oferece uma oportunidade a este casal permitindo que os amantes possam reviver a mesma história, recomeçando do ponto em que pararam, duas coisas podem acontecer: eles podem descobrir que tudo não passava de uma ilusão, que realmente as coisas mudaram, que eles já não são mais os mesmos e, finalmente, colocarem um ponto final na história, ou dar continuidade ao romance, fortalecendo o sentimento que guardaram em silêncio por tantos anos. Neste caso, quando têm a oportunidade de reviver o amor do passado, nada e nem ninguém pode separá-los. O sentimento até então guardado, a sete chaves no fundo do baú, volta à tona com toda intensidade, transformando a vida do casal.

O tempo e a distância que os separaram são os mesmos que os mantém ligados e que um dia os aproximam. Histórias de amor mal resolvidas no passado ficam martelando a nossa cabeça até serem resolvidas ou vivenciadas. A falta de oportunidade de viver esta história dá asas à imaginação e os amantes passam a vida lamentando aquilo que não viveram e imaginando como a relação poderia ter sido, o que só potencializa o sentimento. Quando isso acontece, ao se encontrarem, o sentimento que muitas vezes parece adormecido volta muito mais forte, consolidando a união do casal.

Reviver uma história de amor é um presente que a vida dá aqueles que valorizam os sentimentos, que respeitam as relações, que acreditam no sonho e, acima de tudo, no amor, e que buscam um final feliz para as suas vidas.

Se você teve a sorte de reviver uma antiga história de amor, valorize este momento e aproveite a oportunidade que a vida está te dando de ser feliz outra vez!


domingo, 27 de maio de 2012

Casar ou comprar uma bicicleta?

Tomar uma decisão não é uma coisa simples, pois são elas que interferem em nosso destino. Por mais simples que seja, cada vez que precisamos fazer uma escolha estamos definindo novos caminhos, alguns certos, outros duvidosos... Mas que só conheceremos ao trilhá-los.

Tomar uma decisão implica em mudanças, que podem ser positivas ou não... Por isso é preciso pensar bem e analisar os prós e os contras para não nos arrependermos depois, porque nem sempre será possível reverter a situação.

Tomar uma decisão exige atitude e muita coragem para mudar... Mudar aquilo que não está bom, mas que também pode piorar se não fizermos a escolha certa! Por pior que esteja a situação, nem sempre é fácil sair de uma zona de conforto para enfrentar algo novo! É preciso ter certeza do que queremos!

Tomar uma decisão deveria ser uma coisa mais simples, pois, na maioria das vezes, não temos muito tempo para pensar... Certas decisões precisam ser rápidas, pois ao demorar corremos o risco de perder as oportunidades!

Tomar uma decisão exige muita responsabilidade, pois interfere não apenas em nossa vida, mas também na vida de quem está ao nosso lado, seja no aspecto pessoal, profissional ou social. E nessas situações devemos ter muito mais cuidado.

Tomar uma decisão é algo que fazemos o tempo todo, durante toda a nossa vida, porém, na maioria das vezes, quando estamos acostumados com a situação, nem percebemos que estamos fazendo uma escolha, o processo acaba se tornando automático, pois o cérebro não precisa trabalhar muito, apenas repetir uma atitude rotineira, como decidir se levantaremos para trabalhar ou continuaremos dormindo, decidir o caminho que faremos até à empresa, decidir se almoçaremos no mesmo horário de sempre ou não, enfim, pequenas escolhas que fazemos inconscientemente todos os dias! Mas em algumas circunstâncias elas são muito mais difíceis!

Tomar uma decisão se torna mais difícil quando a decisão não interferirá apenas naquele dia, e sim a partir daquele dia, por toda a nossa vida, como mudar de emprego, de casa, de cidade, largar um vício, como parar de fumar, de beber, mudar de hábito, romper um relacionamento, enfim, como diz o ditado, casar ou comprar uma bicicleta...

E como casar, por enquanto, não está nos meus planos, e a bicicleta eu já comprei, para todas as outras decisões eu sempre terei dúvidas... Porém, peço a Deus que me dê discernimento para tomar as melhores decisões e força para arcar com as consequências, afinal, a vida é feita de escolhas e são elas que definirão a nossa história. E acredito que, na verdade, todas as escolhas são certas, pois cada uma delas nos leva a trilhar pelos caminhos necessários para a nossa evolução. O importante é estarmos atentos para o aprendizado que elas nos proporcionam e abertos para conhecer o novo!

Tomar uma decisão é a prova de nossa evolução, pois só quem tem dúvida e decide mudar é capaz de caminhar e abrir novas oportunidades para a vida, pois aquele que tem certeza de tudo e se acomoda em uma situação não precisa tomar decisão, mas também não sai do lugar!



domingo, 20 de maio de 2012

Tombos da vida


Quem nunca caiu? Eu, pelo menos de bike, já cai três vezes. A primeira vez eu era muito pequena, acho que por volta de uns 7 ou 8 anos, quando a minha irmã foi me ensinar a andar de bicicleta, no quintal da nossa casa, acho que esqueci de frear, ou freei tarde demais, e cai entre dois vasos, mas nem me machuquei. A segunda vez foi quando eu já estava com uns 10 anos, apostando corrida com meus amigos, e derrapei numa esquina ao frear a bicicleta na areia, desta vez ralei o joelho esquerdo e fiquei com uma cicatriz por muitos anos. E a terceira vez foi ontem, aos 40 anos, por pura imprudência da minha parte, quando, numa descida, fui atender ao celular sem parar a bicicleta e apertei o freio com a mão esquerda, esquecendo que era o freio da roda da frente... O resultado foi desastroso, machuquei o cotovelo, fiquei toda dolorida e cheia de hematomas pelo corpo, mas nada grave, graças a Deus.

Porém, este tombo me fez parar e refletir... Quantos outros tombos já levei, levo e ainda levarei pela vida? Com certeza, muitos! 

Já levei diversos tombos na minha vida profissional, ao enfrentar a concorrência do mercado de trabalho, ao conviver com pessoas que se acham no direito de passar por cima das outras e são capazes de tudo para crescer na empresa,  ao ser explorada por empresários que não valorizam os seus funcionários, ao mudar de emprego acreditando que a nova oportunidade seria melhor e depois descobrir que não era bem assim, ao perceber que em determinados lugares não adianta tentar mudar as coisas, o jeito é mudar de lugar... 

Já levei muitos tombos na minha vida pessoal, ao descobrir que nem todos que eu acreditava serem meus amigos eram de verdade, ao perceber que nos momentos que eu mais contava com alguém, esta pessoa nem sempre estava ao meu lado, ao confiar nas pessoas e descobrir que eu estava enganada, ao ser fiel a alguém e depois descobrir que esta pessoa não merecia a minha fidelidade, e, muito menos, a minha companhia ao seu lado... 

Enfim, percebi que um tombo de bicicleta não é nada perante os tombos da vida!

E para que servem os tombos da vida? Analisando tudo isso, percebi que todas as vezes, na minha vida, que eu não parei, ou parei na hora errada, eu cai feio... Entendi que o importante não é chegar na frente, mas concluir a prova... Percebi que se tudo sempre der certo a vida perde a graça... E que precisamos ter histórias para contar... Assim, cheguei à conclusão que os tombos servem para nos alertar que estamos seguindo pelo caminho errado, que devemos parar, corrigir os erros, mudar o nosso comportamento, levantar, escolher o melhor caminho e seguir em frente, mas que não devemos nunca desistir no primeiro tombo ou obstáculo, pois eles servem para nos ensinar a viver! Afinal, como diz meu amigo, Marcio Ventura, “só caí quem anda”, o importante é não desistir, levantar, chacoalhar a poeira e continuar! Pois, quem não anda, por medo de cair, também não sai do lugar...



domingo, 13 de maio de 2012

SAUDADE


Saudade, segundo o dicionário Sacconi, é simplesmente o “desgosto causado pela ausência do objeto querido”... Mas para mim é muito mais que isso, pois eu, particularmente, não sinto saudade de um objeto, mas sim de uma pessoa querida, ou de uma fase especial da minha vida, que, certamente, incluí alguém especial! E sentir saudade não é simplesmente sentir falta de alguém, de alguma coisa ou de algum momento do passado. Sentimos falta quando nos acostumamos com alguma coisa, com a presença de alguém ou com alguma ação rotineira, mas que podem ser substituídas ou recompensadas pela presença de outra coisa ou pessoa. Por exemplo, eu posso gostar muito de um vaso e ele se quebrar, eu sentirei falta daquele objeto, mas poderei substituí-lo por outro igual ou até mais bonito, eu posso sentir falta de um empregado na empresa, mas poderei substituí-lo por outro parecido ou até mesmo mais eficiente que ele, eu posso sentir falta de uma fase da minha vida, mas ser mais feliz atualmente.

Já com a saudade é diferente! Quando sentimos saudade de alguém esta pessoa é insubstituível! Nada e nem ninguém pode preencher este espaço a não ser ela mesma! Por isso, eu não acredito que podemos sentir saudade de um objeto, pois qualquer objeto pode ser substituído. Podemos dar um valor sentimental às coisas, ficarmos tristes ao perdê-las, mas logo esqueceremos. Porém, em relação às pessoas que amamos nem o tempo e nem a distância são capazes de nos fazer superar esta ausência. O tempo simplesmente ameniza esta dor... Porque a saudade doe no peito, é uma dor física.

Saudade, para mim, está sempre relacionada às pessoas. Quando sentimos saudade de uma fase, de um acontecimento especial, enfim, de um momento da nossa vida, podemos notar que esses momentos sempre foram vivenciados na presença de alguém especial para nós, nunca estamos sozinhos... Sentimos saudade da nossa infância, quando convivíamos com nossos avós, com os pais, com os irmãos, com os primos ou com os amigos, que, muitas vezes, já não convivemos mais, seja porque tomaram rumos diferentes na vida, ou mesmo porque já se foram... Sentimos saudade dos tempos da faculdade porque nos divertíamos com os outros estudantes nas festas dos campus universitários e nas reuniões de estudos do grupo... Sentimos saudade de um lugar ou de uma viagem, não apenas pelos pontos turísticos visitados ou pela cidade em si, mas especialmente pelas pessoas que nos acompanharam e que encontramos pelo caminho, pois são elas que tornaram a viagem especial e inesquecível.

Sentir saudade pode ser maléfico ou benéfico, depende de como encaramos este sentimento e também das circunstâncias... Sentir saudade torna-se maléfico quando este sentimento nos deixa triste e angustiado ao ponto de paralisar as nossas vidas, nos levando à depressão. Porém, quando a saudade nos remete a momentos felizes, nos levando a procurar pela pessoa que nos despertou este sentimento, criamos a oportunidade de viver novos momentos felizes ao lado de quem amamos, passando a ser uma ponte para nossa alegria. Sentir saudade nos lembra a importância de valorizar os laços afetivos e de manter contato com aqueles que amamos. Sentir saudade nos lembra a sorte que tivemos de conhecer pessoas especiais e de viver momentos inesquecíveis. Sentir saudade nos faz perceber que o tempo passou, mas sabemos que não podemos voltar no tempo... Porém, segundo Mário Quintana, “O tempo não para... Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo”.

domingo, 6 de maio de 2012

Reconhecimento


Reconhecimento é algo que todos nós, seres humanos, buscamos todos os dias de nossas vidas... Seja no meio familiar, social ou profissional. Por mais que alguns neguem, no fundo, todos querem ser reconhecidos pelo o que fazem.

Acho que aprendemos isso desde que nascemos, pois não basta nascer, é preciso chorar nesta hora, não basta abrir os olhos, é preciso fixar o olhar, não basta dar atenção a uma brincadeira, é preciso sorrir para mostrar que foi aprovado, não basta fazer uma gracinha, uma careta ou cantar parabéns, é preciso receber aplausos...

E assim vai durante toda a infância... Não basta aprender a ler, escrever e fazer contas, é preciso tirar boas notas na escola, não basta ter um bom comportamento, é preciso ser elogiado, não basta presentear, é preciso saber se agradou, e, com o passar do tempo, não basta dizer eu te amo, é preciso ouvir “eu também”.

Já na fase adulta, este hábito torna-se ainda mais forte quando entramos para o mercado de trabalho. O que todos esperamos é sermos valorizados por aquilo que fazemos, mas o que, infelizmente, nem sempre acontece. E quando falo em reconhecimento não estou falando apenas em compensação financeira, estou falando em valorização do esforço e da dedicação para fazer um bom serviço, pelo resultado e pela qualidade do trabalho... O dinheiro é apenas uma consequência. Ou, assim, deveria ser...

Bem, o que eu observo é que independentemente do motivo, estamos sempre esperando reconhecimento de nossas ações... As crianças esperam reconhecimento de seus pais, as esposas de seus maridos, os trabalhadores de seus patrões, os professores de seus alunos, os fornecedores de seus clientes, os artistas de seus fãs e da crítica, e por aí à fora...

E mesmo quando não estamos esperando reconhecimento, ficamos felizes quando ele nos acontece de surpresa! E eu me pergunto, por quê?? Por que ficamos tão felizes ao sermos reconhecidos por algo que fazemos? Por que a opinião do outro é tão importante para nós? Por que gostamos tanto de agradar as pessoas com as quais convivemos? Não basta apenas fazer o que gostamos e nos sentirmos bem com o resultado conseguido? De onde vem esta necessidade de reconhecimento? Seria insegurança, orgulho ou vaidade? Ou simplesmente satisfação por agradar ao outro?

Sabemos que a motivação é intrínseca, que o nosso desejo de realizar algo deve ser mais forte que os estímulos externos, pois se ficarmos esperando incentivo dos outros para colocarmos em prática nossos planos pode ser que jamais saiamos do lugar. Porém, ao concluir uma ação e atingir o nosso objetivo a nossa satisfação pessoal está garantida, mas a partir daí o nosso próximo objetivo passa a ser a conquista do reconhecimento dos outros... Ou seja, nunca estamos satisfeitos, sempre queremos mais! Porque não basta ser feliz sozinho, é preciso fazer felizes aqueles que convivem conosco! E o reconhecimento é a maior prova disso! Por isso, se você quer ser reconhecido, jamais deixe de reconhecer as ações daquele que está ao seu lado!


domingo, 29 de abril de 2012

Sobre escrever...


Escrever, para mim, é muito mais que um prazer, é uma necessidade! Uma necessidade incontrolável de expressar o que eu sinto e o que eu penso, mas que, infelizmente, nem sempre é interpretado como eu gostaria, pois quem lê, sempre agrega os seus próprios conceitos e suas experiências ao que está lendo, o que, muitas vezes, pode distorcer a ideia inicial do autor... Mas entendo que isso é inevitável, por isso, aceito. E já me sinto feliz quando sou lida! E muito mais, quando recebo um comentário, um questionamento ou uma crítica, o que significa que o meu objetivo principal foi atingido, provocar uma reflexão.

Escrever, para mim, é um exercício de autoconhecimento, pois sempre me surpreendo com o conteúdo final do texto e me questiono de onde tirei tudo aquilo, pois ao começar, muitas vezes, tenho apenas o tema que pretendo desenvolver, mas ainda não tenho ideia de onde ele vai parar... Basta começar a escrever para o texto criar vida própria, o que é surpreendente!

Escrever, para mim, é a melhor expressão de liberdade! Nem sempre posso dizer tudo o que penso, mas sempre poderei escrever aquilo que gostaria de dizer... Muitas vezes, posso não ter a oportunidade de ser lida, mas só de escrever já me sinto aliviada, como se tivesse tirado de dentro de mim algo que, de alguma maneira, me incomodava... Como se aquelas palavras escritas no papel, ou mesmo na tela do computador, tivessem o poder de tirar um peso das minhas costas!

Escrever, para mim, é uma maneira de procurar no mundo da fantasia algo que me falta no mundo real, pois ao escrever tenho toda a liberdade de criar uma história como eu gostaria que ela fosse, porque não há limites no mundo das palavras! Posso dar asas a minha imaginação e viajar por mundos imaginários, como fez Lobato, o Reino Encantado... Posso também criar histórias que eu jamais viveria, mas que poderão me divertir ao inventá-las e agradar aos meus leitores.

Escrever, para mim, é uma forma de registrar meus pensamentos e de me manter viva na memória das pessoas, estando eu aqui ou não... As palavras têm poder! Quando ditas, podem não ser ouvidas, e se repetidas, podem não sair iguais... Mas quando escritas ficam registradas, podendo ser relidas diversas vezes até serem memorizadas e não perdidas ao vento.

Escrever, para mim, é registrar fatos importantes que merecem ser relembrados, seja por saudade de um momento bom que passou, ou como exemplo de outros que não devo repetir, ou simplesmente para registrar um pensamento, um acontecimento, uma fase, que um dia completarão a história da minha vida.

Escrever, para mim, pode ser uma prova de tudo o que vivi e que foi importante na minha vida se um dia vier a sofrer de uma amnésia ou de lapsos de memória... O que pode acontecer com qualquer um, de uma hora para outra.

Escrever, para mim, é trilhar por um caminho a procura daquilo que ainda não encontrei, é buscar dentro de mim esclarecimentos para minha vida... Por isso, como dizia Clarice Lispector, “enquanto eu tiver dúvidas e não houver respostas, continuarei a escrever"!