domingo, 8 de fevereiro de 2015

Inspiração

Inspiração é como o vento... Uma hora sopra lentamente, trazendo brisa, calmaria, refrescando o nosso corpo e nos incentivando a seguir em frente... Ou chega com tudo, causando tempestades e tragédias, gerando um rastro de destruição... Outrora para. E não traz mais nada, deixando tudo em seu lugar, sem nenhuma mudança no clima e no espaço, sem nenhuma transformação, permanecendo tudo igual, sem nada acontecer...

Sem vento o ar fica abafado e pesado. Sem inspiração o coração fica apertado e angustiado, a vida fica sem graça e o mundo se torna mais pobre...

Gosto da brisa que traz movimento, de ver as folhas balançando nas árvores ou voando pelo chão... Gosto de ver as coisas acontecendo... mudando de lugar... preenchendo os vazios... E a vida seguindo o seu curso... Gosto de me sentir inspirada! Gosto de criar, de planejar e de executar! Mas nem sempre tudo acontece como a gente gosta... E há momentos em que parece que as coisas param, o vento deixa de soprar e a inspiração cessa.

As fases de inércia também fazem parte da vida... E têm como finalidade trazer repouso, até que algo aconteça e uma força externa atue sobre nós para trazer de volta a inspiração, porque todo ser humano é criativo e tem os seus talentos, só precisa descobri-los e colocá-los em prática.

Para que isso aconteça precisamos estar atentos aos sinais da vida, abertos para o novo e sintonizados com o mundo... Porque é através desta sintonia que vamos nos autoconhecendo e descobrindo o nosso caminho... Richard Bach, em seu livro Ilusões, diz que “os semelhantes se atraem” e eu acredito que é esta atração, com pessoas que gostam das mesmas coisas que nós, que nos inspira a criar algo novo, pois a energia criativa do outro acaba nos contagiando e nos proporcionando mais estímulos.

Ao contrário do que parece, a vida nunca para. Quando o vento deixa de soprar onde estamos ele está causando tempestades em outros lugares, a sensação de morosidade não passa de uma utopia, a lentidão é apenas nossa, o planeta continua girando e a galáxia vagando pelo universo...

Com Marcelo Gleiser descobri que uma estrela cadente nada mais é que uma poeira cósmica atravessando a atmosfera, mas apesar da decepção, aprendi que um pequeno grão de areia pode causar um grande espetáculo e proporcionar encanto e alegria aos seus espectadores. Por isso, não importa o que a gente faça, importa que a gente esteja em movimento e saiba atravessar a atmosfera causando o nosso impacto.

Não estamos sozinhos no mundo, sempre haverá plateia, para prestigiar, criticar ou aplaudir... Cedo ou tarde, o show tem que continuar... Por isso, desejo que o vento jamais deixe de soprar e que nunca nos falte inspiração para criar algo novo, pois a nossa evolução pessoal, o progresso da humanidade, a sobrevivência do planeta e as novas descobertas do mundo dependem de inovação!