domingo, 25 de setembro de 2011

Onde está o meu cinzeiro??

Ultimamente tenho conversado com inúmeras pessoas que reclamam da mesma coisa: Insatisfação com a vida profissional (com a rotina estressante, com a falta de um objetivo e de uma ligação de o seu trabalho com seus anseios pessoais).

Vejo que muitas pessoas, para não dizer a maioria, independente da sua posição hierárquica, passam pelos mesmos conflitos e questionamentos... Será que estou no caminho certo? Por que não me sinto realizada? O que falta para ter mais motivação? Um plano de carreira? Melhores condições de trabalho? Um salário melhor? Valorização da empresa? Reconhecimento da chefia? Será que mudar de emprego ou de profissão resolveria a minha insatisfação? Ou os problemas seriam os mesmos?

Mas acredito que a principal motivação do ser humano é intrínseca, ao contrário do que muitos acreditam, não depende só de fatores externos. Então, neste caso, apenas mudar de área ou de empresa não resolveria a situação... Seria como fugir dos problemas e não resolvê-los... Porque, na verdade, o problema todo está em não encontrar sentido e prazer no que faz, achar que trabalha tanto para nada e trabalhar apenas pelo dinheiro, sem ter um objetivo claro!

E é isso que Allan Percy comenta em seu livro, “Nietzsche para Estressados”, o que causa esta insatisfação no ser humano é justamente não encontrar um sentido na vida, pois segundo Nietzsche, “quem tem uma razão de viver é capaz de superar qualquer coisa”.    

A questão é: Como, onde e quando encontrar este objetivo de vida? Sinceramente, ainda não sei... Mas sei que a resposta está dentro de cada um de nós, pronta para ser revelada no momento certo! A vida nos dará o sinal quando a nossa hora chegar, mas para isso é preciso estarmos atentos para perceber a oportunidade quando ela surgir... Foi o que aconteceu na história que vou contar, a seguir, e que serve de inspiração para mim! Espero que para você também!

Tenho uma grande amiga, Vanderleia Lemos, que trabalhou muitos anos no sistema “Carteira de Trabalho + Cartão de Ponto”, mas também sentia esta insatisfação, até o dia do seu casamento, quando ganhou de presente um cinzeiro de vidro que mudou a sua história. E detalhe, ela e o marido nunca fumaram! Mas ela gostou tanto deste cinzeiro que a partir daí começou a pesquisar tudo sobre vidro e acabou se apaixonando pelo assunto! Saiu do trabalho e com a indenização comprou seu primeiro forno, fez um curso e, depois disso, sozinha, foi aprimorando suas técnicas. O que a princípio pareceu um hobby acabou se tornando uma profissão e hoje ela vive do que gosta de fazer, desenvolvendo cada dia mais a sua criatividade artística e o seu potencial profissional, com a criação de peças artesanais e exclusivas de bijuteria, decoração e revestimento de parede.

Gosto de relembrar e contar esta história para reforçar a crença de que todos nós temos talentos que podem se manifestar no decorrer de nossas vidas, que não podemos desanimar e muito menos desistir pelo caminho, pois nunca é tarde para recomeçar! 

Se você também faz parte desta busca, descubra o seu cinzeiro... Eu também estou à procura do meu!

domingo, 18 de setembro de 2011

O poder da música

Este fim de semana estive presente na 4ª Semana da Canção Brasileira, de São Luiz do Paraitinga, evento que teve início na segunda-feira, dia 12/09/11, e se encerra hoje, dia 18, reunindo grandes nomes da música brasileira, entre eles, Geraldo Azevedo, que se apresentou ontem, no palco Elpídio dos Santos.

Confesso que nunca acompanhei de perto o trabalho deste artista e, sendo assim, não conheço todo o seu repertório, o que não me impede de gostar de algumas músicas, especialmente Dia Branco, que me traz recordações de um amigo muito querido e dos bons momentos que curti ao seu lado, mas que infelizmente, de certa forma, eu o perdi em algum lugar do passado... Quando Geraldo Azevedo começou a tocar os primeiros acordes desta música uma emoção muito forte tomou conta de mim e, em poucos instantes, revi cada momento vivido ao lado deste amigo, o que me fez sentir uma saudade muito grande da nossa amizade, vontade de falar com ele, de abraçá-lo e ficar horas ouvindo-o tocar violão para mim, como tantas vezes tocou...

Mas como na vida, nem tudo depende exclusivamente da gente, a música tocou, controlei a minha emoção, o show acabou e a vida continua... Porém, hoje, ao sentar aqui para escrever o post da semana, o único tema que me veio à cabeça foi sobre a capacidade que a música tem de marcar a nossa vida de uma maneira tão profunda! Se pararmos para pensar, lembraremos de uma música para cada fase das nossas vidas, uma pessoa em especial, um acontecimento importante, enfim, uma verdadeira trilha sonora da nossa história! E cada vez que uma dessas músicas tocar, independente de onde estivermos e do que estivermos fazendo, automaticamente lembraremos de um determinado momento, sendo ele feliz ou triste.

Se eu fosse listar cada música importante para mim neste post, provavelmente, muitos de vocês não teriam paciência para ler... Mas não posso deixar de citar um exemplo, Roberto Carlos, que eu adoro! Ele me faz lembrar tantos momentos bons e descreve a minha história de uma maneira tão especial que até mesmo escrevi uma poesia usando apenas frases de diversas músicas dele, que está publicado no Blog da ZZZ, com o nome "Elas Cantam Roberto, Ele Canta a Minha Vida". E como não faço segredo nenhum que gosto do Rei, a maioria dos meus amigos se lembra de mim ao ouvir uma música dele ou assistir ao show de final de ano, na Globo. O que eu acho muuuuito legal! Pois isso mostra o quanto a música realmente faz parte da nossa vida, criando essa ligação do artista com a nossa história.

Aprecio todas as manifestações artísticas, mas nem todos têm acesso a elas, alguns seguimentos são mais elitizados e muitos não têm condições de pagar, por exemplo, para assistir grandes espetáculos ou peças teatrais, e apreciar grandes exposições. Já com a música é diferente, pois qualquer um, mesmo que não possa comprar um CD original ou pagar para assistir um show ao vivo, ouve rádio, sem precisar pagar para isso. Na minha opinião, a música é arte mais popular, pois, com toda a sua diversidade de gêneros, atinge todos os públicos, independente de classe social. E sem dúvida, é a que mais influencia a nossa vida, porque faz parte do nosso dia a dia.

Bem, acho que é isso, afinal, "eu já lhe falei de tudo, mas tudo isso é pouco, diante do que sinto"...

domingo, 11 de setembro de 2011

Ser ou não ser, eis a questão...

Quando Shakespeare escreveu esta frase, em Hamlet, provavelmente, não imaginou o alcance de suas palavras... Pois, hoje, há mais de 400 anos, este pensamento continua fazendo parte da nossa vida...

A partir desta questão, “ser ou não ser?”, muitas dúvidas, diferentes da ideia inicial do autor, podem surgir... Neste caso, o meu questionamento volta a ser em relação à aceitação, ou não, de uma escolha, de uma ideia ou de um modo de viver, diferente da maioria... Por que somos tão julgados, ou mesmo, condenados, (como foi Cristo há 1978 anos), quando optamos por ser diferente?  Por que, em pleno século XXI, o homem continua tendo tanta dificuldade e resistência em conviver com as adversidades?

Há uns meses atrás eu já falei, em outros posts, sobre algo semelhante... Em Março, escrevi “Por que as pessoas se incomodam tanto com as outras”, quando ocorreu aquele caso de bullying com o garoto australiano, e logo depois, no “dia 07 de Abril de 2011”, quando ocorreu aquele terrível massacre, na Escola Municipal Tasso da Silveira, no Realengo, Rio de Janeiro, onde tantas crianças foram sacrificadas. Em ambos os casos, as dificuldades de aceitação do modo de ser do outro e o sentimento de rejeição pelo grupo, foram as bases das duas tragédias. Isso, sem falar do 11 de Setembro de 2001, data do maior ataque terrorista ocorrido na história, que por coincidência, hoje completa 10 anos! Esta guerra também não teve início devido às divergências culturais, religiosas e políticas? Até que ponto “ser ou não ser” igual à maioria é tão importante para algumas pessoas?

Um dos motivos que me fez escrever este post foi justamente analisar a semelhança dessas antigas dúvidas com os últimos posts publicados neste blog, por Karina Lapido, “Diga-me com quem andas”, onde ela fala da necessidade de aceitação de algumas pessoas, que chegam a abrir mão de seus próprios valores para serem aceitas por um determinado grupo, que elas consideram importantes, e por Heloísa Rezende, “Transparência”, na Coluna Bolhas e Escolhas, que trata da opção, de muitas pessoas, de usar “máscaras”, para esconder suas verdadeiras vontades e até sua própria personalidade, pela simples necessidade de agradar o outro, e assim sentirem-se aceitas, e como tudo poderia ser melhor se todos fossem mais transparentes, assumindo as suas verdades.

Como podemos perceber, “ser ou não ser” igual à maioria, é uma questão que há milhares de anos vem incomodando a humanidade, mas continua sendo um problema para qual não temos uma solução, pois o homem ainda não aprendeu a respeitar e “amar ao próximo como a si mesmo”, como pregou Jesus.

Infelizmente, continuamos pagando um preço muito alto ao fazer a opção de ser diferente ou, simplesmente, tomar uma decisão contrária a do grupo ao qual pertencemos. É preciso coragem e muita personalidade para agir desta forma, para encarar as dificuldades, enfrentar os adversários, assumir as nossas próprias convicções, as suas consequências e as nossas responsabilidades dentro desta nova postura. Até quando seremos “crucificados” pelos simples fatos de pensar ou ter um comportamento diferente da maioria?

“Ser ou não ser? Eis a questão!”


Nota:
A réplica de O Pensador, de Rodin, foi fotografada no Instituto Ricardo Brennand, em Recife, durante a minha viagem de férias.

domingo, 4 de setembro de 2011

Eventos Literários

Como conterrânea e admiradora de Monteiro Lobato, sempre concordei com a frase “Um país se faz com homens e livros”. Por isso, além de escrever, que é uma atividade mais recente na minha vida, sempre gostei de ler. Mas ainda hoje, apesar de ler bem mais que a maioria das pessoas, não leio tanto quanto gostaria, por falta de tempo, pois tenho que conciliar outras atividades, como o trabalho, que ocupa 10h do meu dia, e escrever para dois blogs, que também exige tempo e dedicação, entre outras atividades pessoais... Contudo, não deixo de comprar livros e ler vários ao mesmo tempo, (mesmo que isso demore um pouco), fora a pilha de livros que tenho a minha espera e que nunca para de crescer...

Para compensar tudo isso, gosto de me manter atualizada e frequentar eventos literários, onde sempre tenho a oportunidade de conhecer outros autores e novas obras que ainda não li... Nessas ocasiões, ou aproveito para comprar na hora ou anoto as referências para comprar depois, como fiz recentemente em alguns eventos onde estive presente, como à FLIP, em Paraty, quando assisti à apresentação de três autores brasileiros que falaram de suas obras sobre “as fraturas sociais através de dramas individuais”, nesta ocasião, a que mais me interessou foi a proposta de Teixeira Coelho, o livro “O homem que vive – uma jornada sentimental”, livro que já comprei e é o próximo da fila. Já em Recife, logo ao chegar à cidade, fiquei sabendo que estava acontecendo o 9º Festival Recifense de Literatura, mesmo de férias e cumprindo minha rotina de turista, não deixei de assistir a pelo menos uma palestra, desta vez de José Paulo Cavalcanti Filho, autor pernambucano, que contou sua trajetória para escrever “Fernando Pessoa – uma quase autobiografia”, livro que ainda não comprei, mas que farei isso em breve! Seguindo viagem, ao chegar a Porto de Galinhas, fiquei surpresa ao encontrar mais um evento literário, a Fliportinho, que este ano homenageou, como a FLIT, em Taubaté, o nosso querido escritor e ilustre cidadão taubateano, Monteiro Lobato. Nesta ocasião, como infelizmente, cheguei no último dia do evento, assisti apenas à contação de histórias da Carroça do Encantado, uma apresentação teatral dos contos infantis de Monteiro Lobato, e comprei um cordel sobre a vida e a obra do mesmo autor, publicado por Ernando Alves de Carvalho, outro escritor pernambucano. Achei muito legal, pois aqui em Taubaté, ainda não havia encontrado uma literatura de cordel sobre ele.  

Até agora, falei sobre os eventos em que eu estive presente em outros estados, como Rio de Janeiro e Pernambuco, citei a FLIT, aqui de Taubaté, mas não me estendi muito por já ter publicado um post exclusivo sobre este evento, porém, não posso deixar de falar da I Maratona Poética do Vale, realizada em Taubaté, pelo Movimento Poetas do Vale, (grupo que, orgulhosamente, hoje eu faço parte), nos dias 27 e 28 de Agosto de 2011, mas que, infelizmente, não estive presente, pois estava em viagem de férias. Este evento foi criado com a intenção de valorizar este estilo literário, divulgar suas obras e mostrar à população que a poesia pode e deve fazer parte do nosso dia a dia, que é preciso quebrar tabus, como, muitos acreditam, os que dizem que a poesia é um estilo elitizado. Não, a poesia, muitas vezes vem do povo, e deve ser divulgada para todos.  Parabéns ao meu querido amigo André Bianc, que idealizou este projeto, a todos os organizadores e mediadores do evento, a todos que de alguma forma participaram, assistindo ou declamando suas próprias poesias ou de seus autores favoritos, aos apoiadores do evento, como grupo Geca e APEOESP, e à imprensa que prestigiou e contribuiu para a divulgação do evento e para a valorização da literatura!

Para finalizar, gostaria de aproveitar este espaço para divulgar e convidar a todos a participarem também, pois eu já aderi a esta iniciativa, do “Movimento por um Brasil Literário”, baseado no manifesto escrito por Bartolomeu Campos de Queiroz, em 2009, que vale a pena ser lido, pois a partir dele você entenderá todo o movimento. Para isso, acesse o link: http://www.brasilliterario.org.br/

Precisamos incentivar o hábito de ler em nosso país! Uma boa sugestão para isso é sempre dar livros de presente, especialmente para as pessoas que não costumam ler... Pois, muitas vezes, o que falta para elas é apenas um empurrãozinho para descobrirem o prazer da leitura!

Conto com vocês, parceiros e seguidores deste blog, para esta campanha!

Um grande abraço!