domingo, 25 de março de 2012

Liberdade

Hoje acordei pensando sobre qual assunto escreveria no post desta semana... Levantei cedo, fui pedalar um pouco, acompanhar a prova General Salgado, e observando aquela multidão toda na largada da corrida fiquei refletindo sobre a sensação de liberdade que o esporte nos proporciona. Pois praticar qualquer modalidade de esporte, seja ela coletiva ou individual, é sempre uma questão de escolha que depende, única e exclusivamente, de nós mesmos, é algo que ninguém pode fazer por nós, pode apenas nos incentivar, nos orientar e nos acompanhar, mas ninguém pode manipular as nossas pernas e fazer com que saiamos correndo por aí contra a nossa vontade.

Por outro lado, pensando no significado de liberdade, que segundo uma das definições do dicionário é o “direito e faculdade de agir, crer, locomover-se ou expressar-se da forma que melhor convier”, cheguei à conclusão que nem sempre esta definição é possível de ser vivenciada... Sei que vivemos, no Brasil, em um regime, supostamente, democrático, mas para vivermos bem em sociedade precisamos seguir algumas regras e principalmente, ter bom senso antes de dizer aquilo que pensamos, sendo assim, não somos totalmente livres. O mesmo vale para os nossos atos, pois nem tudo que nos é conveniente fazer é também para aqueles que convivem conosco, e nossa locomoção,  pois nem todos os lugares nos são permitidos. Apenas as nossas crenças e os nossos pensamentos são livres, mas a expressão deles, nem sempre, pois o nosso direito de expressão vai até o limite do respeito ao próximo.

O homem pensa ser livre, mas na verdade não o é. Desde o seu nascimento ele já depende dos cuidados maternos para sobreviver. E mesmo que a mãe o abandone, dependerá de outro adulto para receber alimentação, ter higiene e todos os cuidados necessários para um bebê crescer e se desenvolver até chegar a uma idade que tenha condições de cuidar de si mesmo.

O homem foi criado para viver em sociedade, para conviver com os seus iguais e, por meio desta convivência, evoluir. Mas não para viver sozinho. Então me pergunto por que corremos tanto atrás desta suposta liberdade? Que sentimento é este que insistimos em ter? Por que queremos tanto ser livres? Livres de quê? De quem? No fundo, acredito que a liberdade que tanto buscamos está dentro de cada um de nós... Na verdade, queremos nos livrar de nós mesmos, das nossas angústias, dos nossos medos, das nossas inseguranças... Pois o maior inimigo do homem é ele mesmo. E só vencendo a nós mesmos conquistaremos a tão sonhada liberdade! Porque só o homem que domina a si mesmo é capaz de conquistar o mundo!

Viajei demais?? Talvez... Mas me senti com liberdade para expressar estes pensamentos... Sinta-se você também livre para comentar, discordar ou ignorar... rs.

sábado, 17 de março de 2012

Minhas raízes

Morei na mesma casa desde os 6 anos de idade até completar 40, antes disso, meus pais não tinham casa própria, então morávamos de aluguel, neste período morei em três casas.

A minha primeira moradia foi um sobradinho da Vila I.A.P.I., uma antiga vila de Taubaté, próxima ao Sítio do Picapau Amarelo, onde meus pais moravam antes mesmo de se conhecerem. Meu pai, desde a infância, onde cresceu e conheceu seus melhores amigos. Minha mãe, desde mocinha, quando veio de Resende para trabalhar em Taubaté. Muitos anos depois eles se conheceram, se casaram e optaram por continuar morando no mesmo bairro. Morei lá até os 3 anos de idade, onde aprendi a andar, a falar e a interagir com o mundo.  Apesar de ter saído de lá muito pequena, voltei muitas vezes para visitar os amigos dos meus pais, por isso, não sei definir se as lembranças que tenho de lá são da minha própria memória, ou se foram reforçadas pelas fotos, pelas histórias ou pelos retornos com o passar dos anos...

Depois, aos 4 anos de idade, fomos morar no Jair Freire, um bairro simples, ao lado da Estrada Velha Taubaté-Tremembé. Lá morei apenas 1 ano e as lembranças mais marcantes que tenho desta fase são dos vizinhos da frente, a família do Dr, Raymundo, que se tornou nosso dentista por muitos anos... A filha caçula dele estudava com a minha irmã e se tornou nossa amiga, e a esposa dele, muito amiga da minha mãe. Mesmo mudando de lá, mantivemos relação com esta família por muito tempo, mas hoje, infelizmente, perdemos contato... Desta época, lembro-me muito, também, da Margarida, uma lebre branca, que tive de estimação, e que se mudou com a gente para a outra casa.

A terceira residência foi na Vila MEP, um conjunto de casas da Mecânica Pesada, fábrica onde meu pai trabalhou por muitos anos (atual Alstom), e que oferecia essas casas aos moradores por um custo muito baixo. Moramos nesta casa também por 1 ano, mas de lá tenho mais recordações... Lembro-me que havia uma grande árvore em frente a minha casa, onde viviam as cigarras! E eu adorava o canto delas! Até hoje, ao ouvir uma cigarra, eu me lembro daquela época... Lembro-me também que tinha muita libélula, de várias cores, umas de rabinhos finos, que eu pegava na mão, e outras de rabinhos mais gordinhos, que eu tinha medo... E que costumávamos brincar de caçá-las... Era divertido sair correndo atrás delas... Hoje me pergunto o que aconteceu com as libélulas, pois já não as vejo mais... Pelo menos naquela quantidade... Foi lá também, na Vila MEP, que comecei a estudar, aos 5 anos de idade frequentava o jardim da infância, que ficava atrás da minha casa. Lembro que a minha irmã me passava o lanche pela cerca na hora do recreio... Isso, quando a professora não inventava de levar as crianças ao clube, que ficava ao final da Rua Jacarandá, a rua da minha casa. Desta vila também levamos bons amigos, alguns até os dias de hoje!

No final do ano de 1977, meu pai recebeu uma proposta para mudar de emprego, para uma oportunidade muito melhor! Ele continuaria trabalhando com o mesmo chefe, mas em outra empresa. Então ele foi dispensado da Mecânica e com a indenização recebida, de 10 anos de empresa, comprou a nossa primeira casa própria, uma casa simples, geminada, com quintal de terra e uma edícula nos fundos, em um bairro sem muita estrutura, com ruas sem asfalto, próximo à Dutra, mas em uma região da cidade que começava a crescer... E foi lá, no Jardim Ana Emília, que eu cresci! E é desta casa que eu tenho as melhores lembranças da minha vida... E que eu chamo de “a casa da minha infância”.

Quando mudamos para lá eu estava completando 6 anos e fui matriculada na Escola Luiz Augusto, onde estudei até me formar, no que chamamos hoje de Ensino Fundamental, pois lá não havia ensino médio, ou eu não teria mudado de escola. Nesta casa fiz novas amizades e conheci minhas melhores amigas, que me acompanham até hoje. Nesta casa eu brincava de boneca, brincava na rua de esconde-esconde, de amarelinha, aprendi a andar de bicicleta, fiz primeira comunhão, dei meu primeiro beijo, me apaixonei diversas vezes, me formei no ensino técnico, na faculdade, comecei a trabalhar, a viajar, mudei para São Paulo, voltei, fiz pós-graduação, vivi momentos felizes, outros tristes, sorri e chorei, enfim, nesta casa eu cresci e vivi a maior parte da minha vida!

Paralelo ao meu crescimento muitas mudanças ocorreram, na própria casa, que foi reformada diversas vezes, e na última delas, chegou ao que sempre desejamos, tornando-se mais espaçosa, mais bonita e mais confortável! Ao longo desses anos o bairro também cresceu muito, ganhou um Terminal Rodoviário, um Horto Florestal, um Corpo de Bombeiros, Museus, as ruas foram asfaltadas, o comércio foi ampliado, incluindo um hipermercado, algumas agências bancárias foram instaladas, e até uma FATEC começará a funcionar este ano, enfim, a região toda se desenvolveu.

Mas como tudo muda nesta vida, chegou um dia em que nós também mudamos... Deixamos a casa tão querida e mudamos para um apartamento, em outra região da cidade, onde começaremos uma nova história!

A nossa casa continua lá, e, graças a Deus, continua sendo nossa! Espero que os nossos futuros inquilinos sejam tão felizes naquela casa como sempre fomos! E quem sabe um dia, daqui a alguns anos, eu ainda volte a morar lá? O futuro a Deus pertence... Mas o passado faz parte da nossa história! E toda história merece ser registrada, relembrada e contada! Por este motivo, fiz questão de contar a vocês a história da casa da minha infância, pois não importa para onde vamos, só não podemos esquecer as nossas raízes!

sábado, 10 de março de 2012

Qualquer maneira de amor vale a pena...

Como diz Caetano, na voz de Milton Nascimento, ou de Gal Costa, “qualquer maneira de amor vale a pena”. E, realmente, o amor é um sentimento sublime, que nos transforma, nos faz bem, nos torna melhor, e que sempre vale a pena!  Esta frase é muito bonita, tanto na poesia quanto na música! Mas as pessoas são diferentes e amam de maneiras diferentes... Então, eu me pergunto, até que ponto ela é realista? Porque nem sempre entendemos ou nos contentamos com a forma de amar do outro... Quantos casos conhecemos de casais que se amam e se separam, por outros motivos, que não a falta de amor? Como a história dos próprios personagens da música, Paula e Bebeto...

Aceitar uma forma de amar diferente da nossa não é uma tarefa fácil... Muitas vezes, esperamos mais do outro do que ele realmente pode nos dar! E isso não significa que ele nos ame menos, mas simplesmente que esta é a sua forma de amar! E como as pessoas são diferentes, as histórias de amor também são! Por este motivo, nunca devemos comparar uma situação com a outra, achando que um ama mais que o outro, por manifestar isso de maneira diferente... Afinal, há diversas formas de demonstrar um sentimento.

Sentir ciúme ou ficar se declarando ao outro regularmente não quer dizer que o amor é verdadeiro...  Ciúme em excesso pode ser sinal de insegurança (e nenhum relacionamento dá certo sem confiança) ou de sentimento de posse (que tem mais a ver com obsessão que amor), mas não uma prova de amor! Declarações exageradas também não representam que o amor é real, pode ser uma paixão passageira, uma empolgação momentânea, ou mesmo uma ilusão que em pouco tempo se acaba!

O amor verdadeiro é muito maior que tudo isso... O amor verdadeiro supera as barreiras, os problemas, os defeitos e as diferenças do outro, o tempo e a distância! O amor verdadeiro pode durar uma vida inteira, e até mesmo, para quem acredita, diversas encarnações, mesmo que o casal não consiga viver juntos, que eles raramente se encontrem, ou que isso só aconteça em seus sonhos, o sentimento permanece!

E quando se trata de uma verdadeira história de amor, qualquer maneira de amor vale a pena! Contanto que estejamos dispostos a aceitar o outro como ele é, sem exigir mudanças, pois ninguém muda pelo outro, apenas por si mesmo! E se o amor é real, queremos conquistar e preservar o ser amado para sempre ao nosso lado! Aí sim, neste caso, a gente muda naturalmente, não apenas para satisfazer o outro, mas para garantir também a nossa própria felicidade!

A maior lição que Jesus nos deixou foi a de “amar ao próximo como a si mesmo”, então, dizer que “qualquer maneira de amor vale a pena” só é válida quando amamos o outro como gostaríamos de ser amados e quando nos entregamos de corpo e alma a uma relação, dispostos a tudo para viver ao lado de quem a gente ama!







sábado, 3 de março de 2012

Parabéns a Você!

Este ano meu aniversário caiu em pleno Carnaval, por isso não fiz festa, porque a maioria dos meus amigos estava viajando e eu não teria muitas pessoas para comemorar a data comigo. Com isso, não comprei bolo e não cantaram os parabéns para mim. Conversando com alguns amigos a respeito, comecei a refletir sobre a influência e a importância da música “Parabéns a Você”, como ela está presente em nosso dia a dia e no quanto esperamos por este momento todos os anos.

Estamos tão habituados a cantar os parabéns em todos os aniversários que não nos preocupamos em saber a sua origem. Você sabia que a música Parabéns a Você foi escrita para um concurso, realizado em 1942, para adaptação brasileira de Happy Birthday to You? A música vencedora foi escrita por Bertha Celeste Homem de Melo, uma poetisa, nascida aqui no Vale do Paraíba, em Pindamonhangaba.

Desde então, esta música foi se popularizando ao ponto de se tornar parte de nossas vidas, sendo uma das primeiras canções aprendidas pelas crianças, a partir do seu primeiro aninho de vida.

Em sua versão original, a música foi escrita assim:
“Parabéns a você
nesta data querida
muita felicidade
muitos anos de vida”

Mas, com o passar dos anos, acabou se popularizando como:
“Parabéns pra você
nesta data querida
muitas felicidades
muitos anos de vida”

Porem, independentemente da maneira como é cantada, continua sendo a mesma melodia e o mesmo verso cantados há 70 anos, no Brasil. E, mesmo valorizando esta história e gostando da música, conheço alguns adultos que se incomodam com a repetição da mesma canção há tanto tempo... Apesar de que, para outros, como é o meu caso, não cantar os Parabéns a Você no dia do aniversário é como se não tivesse comemorado a data.

Para agradar a todos, o ideal seria perguntar ao aniversariante se devemos ou não cantar os Parabéns a Você antes de cortar o bolo, respeitando a sua vontade. Ou então, sugiro a criação de outras canções para a variação das comemorações de aniversários! Com tantos poetas e escritores em nossa região, poderíamos seguir a tradição dos Parabéns a Você e dar continuidade à história desta canção, começada por Bertha Celeste, criando outra versão para esta canção. Mas a proposta vale para quem se interessar a escrever, de qualquer outra região do Brasil ou até mesmo de outro país, contanto que seja escrita em português, ok?

E então, quem se habilita?