domingo, 20 de maio de 2012

Tombos da vida


Quem nunca caiu? Eu, pelo menos de bike, já cai três vezes. A primeira vez eu era muito pequena, acho que por volta de uns 7 ou 8 anos, quando a minha irmã foi me ensinar a andar de bicicleta, no quintal da nossa casa, acho que esqueci de frear, ou freei tarde demais, e cai entre dois vasos, mas nem me machuquei. A segunda vez foi quando eu já estava com uns 10 anos, apostando corrida com meus amigos, e derrapei numa esquina ao frear a bicicleta na areia, desta vez ralei o joelho esquerdo e fiquei com uma cicatriz por muitos anos. E a terceira vez foi ontem, aos 40 anos, por pura imprudência da minha parte, quando, numa descida, fui atender ao celular sem parar a bicicleta e apertei o freio com a mão esquerda, esquecendo que era o freio da roda da frente... O resultado foi desastroso, machuquei o cotovelo, fiquei toda dolorida e cheia de hematomas pelo corpo, mas nada grave, graças a Deus.

Porém, este tombo me fez parar e refletir... Quantos outros tombos já levei, levo e ainda levarei pela vida? Com certeza, muitos! 

Já levei diversos tombos na minha vida profissional, ao enfrentar a concorrência do mercado de trabalho, ao conviver com pessoas que se acham no direito de passar por cima das outras e são capazes de tudo para crescer na empresa,  ao ser explorada por empresários que não valorizam os seus funcionários, ao mudar de emprego acreditando que a nova oportunidade seria melhor e depois descobrir que não era bem assim, ao perceber que em determinados lugares não adianta tentar mudar as coisas, o jeito é mudar de lugar... 

Já levei muitos tombos na minha vida pessoal, ao descobrir que nem todos que eu acreditava serem meus amigos eram de verdade, ao perceber que nos momentos que eu mais contava com alguém, esta pessoa nem sempre estava ao meu lado, ao confiar nas pessoas e descobrir que eu estava enganada, ao ser fiel a alguém e depois descobrir que esta pessoa não merecia a minha fidelidade, e, muito menos, a minha companhia ao seu lado... 

Enfim, percebi que um tombo de bicicleta não é nada perante os tombos da vida!

E para que servem os tombos da vida? Analisando tudo isso, percebi que todas as vezes, na minha vida, que eu não parei, ou parei na hora errada, eu cai feio... Entendi que o importante não é chegar na frente, mas concluir a prova... Percebi que se tudo sempre der certo a vida perde a graça... E que precisamos ter histórias para contar... Assim, cheguei à conclusão que os tombos servem para nos alertar que estamos seguindo pelo caminho errado, que devemos parar, corrigir os erros, mudar o nosso comportamento, levantar, escolher o melhor caminho e seguir em frente, mas que não devemos nunca desistir no primeiro tombo ou obstáculo, pois eles servem para nos ensinar a viver! Afinal, como diz meu amigo, Marcio Ventura, “só caí quem anda”, o importante é não desistir, levantar, chacoalhar a poeira e continuar! Pois, quem não anda, por medo de cair, também não sai do lugar...



12 comentários:

Karina Lapido disse...

Lu,

Espero que, mais que a inspiração para escrever esse texto, esse tombo tenha servido de lição pra você e muitas outraspessoas acreditarem que, realmente, dirigir falando ao celular é um grande risco para a nossa seguranca, seja na bike, no carro ou qualquer outro transporte em que estamos no papel de motorista.
Além dessa lição, gostei como comparou o tombo da bicicleta com os tombos que levamos na vida. São esses tombos que nos fazem crescer, acumular experiências, ser fortes e seguir em frente... Claro que tudo isso só vai acontecer se estivermos dispostos a analisar os tombos e encontrar a nossa parcela de culpa ao invés de achar que os outros são os principais culpados.
Ótimo texto...PARABÉNS!

Karina

Lucimara Fernandes disse...

Oi Kaká!
Obrigada! Adoro quando você comenta os meus textos! Com certeza, serviu de lição para mim e, por isso, quis escrever sobre o assunto para servir de alerta para os outros também!
O legal de escrever sobre as nossas experiências é refletir sobre o fato ocorrido como se estivéssemos de fora. Neste caso, impossível achar outro culpado que não eu mesma... rs.
Um grande beijo!

Unknown disse...

Como um velho marujo nos tombos; ando de bike desde os oito anos e é, até hoje, meu único meio de transporte; embarquei nesta viagem contigo e também relembrei de cada um dos meus tombos enquanto descrevias os seus. E cheguei as mesmas conclusões que você: se caímos é porque erramos, na escolha, no julgamento, na prepotência... Mas se não tivéssemos caído não perceberíamos nossas falhas, nossas humanidades, nossas deficiências a serem corrigidas ou aceitas. Muito obrigado pelo passeio, Lucimara. Tomara que, na próxima, a gente tombe menos. Abraço!

Lucimara Fernandes disse...

Oi Alexandre,
Verdade! Os tombos são inevitáveis, uma hora ou outra eles acontecem... Só não podemos deixar que eles nos derrubem de vez... É preciso ter força e coragem para levantar e seguir em frente!
Estou adorando a sua participação na minha página! É muito legal ser compreendida e saber que consigo despertar esta viagem, como você citou, e reflexões com os meus textos.
Muito obrigada!
Um abraço!

Anônimo disse...

CÓDIGO DE TRÂNSITO, CICLISTA CONDUZINDO UMA BICICLETA TEM AS MESMAS RESP. QUE UM MOTORISTA, DEVERIA SER MULTADA,RSRS.
É A VIDA VIVENDO E APRENDENDO, QUERO DIZER CAINDO E LEVANTANDO, DECEPÇÕES,TOMBO, SEMPRE TEREMOS, COM CERTEZA ALGUÉM TAMBÉM PENSOU EM CONFIAR DEMAIS EM VC E SE SENTIU DECEPCIONADO, É A VIDA.
ANÔNIMO

Lucimara Fernandes disse...

Olá Sr. Anônimo!
Verdade, a vida é um grande aprendizado... E estou nela para aprender! Eu também já me decepcionei muitas vezes, com muitas pessoas, em diversas situações... E, não sou perfeita, também já devo ter decepcionado muita gente, infelizmente... Se você é uma dessas pessoas, por favor, identifique-se para que eu possa me desculpar, ok?
Sinto muito...

Regina disse...

Adorei seu texto!!! Tenho um poema que fala dos meus tombos (literalmente)caio mto ,tropeço,viro o pé...uma loucura.Então resolvi escrever sobre isso.Qto aos "tombos" que levamos na vida...esses são os mais doloridos,pra levantar e sacudir a poeira costuma ser sofrido e mto difícil.Mas como vc bem disse, nos serve de lição e para notarmos que os caminhos são muitos os obstáculos tbm e é justamente isso que dá graça e sentido a nossa vida.APRENDIZADO nem que seja caindo aqui e levantando ali mas sempre CAMINHANDO em busca da nossa evolução.Grande bj minha querida.

Lucimara Fernandes disse...

Oi Rê!!!
A gente sempre em sintonia, heim? rs. Quero conhecer o seu poema sobre os tombos!!
A vida é feita de altos e baixos, um dia estamos por cima, em outro estamos literalmente no chão... Só não podemos desistir de levantar e seguir nossa trajetória!
Grande beijo pra você também! E obrigada pela constante participação!!

danilo ( alma do bem ) disse...

Olá parabens pelo texto, não irei comentar muito, pois já falou tudo...
Atender celular seja de carro, bike, ou qualquer outo transporte que esteja em tuas mãos pode ser muito mais que um tombo, a distração se torna, um risco que pode ser a si mesmo ou a outras pessoas....bjs

Lucimara Fernandes disse...

Verdade, Danilo!!
Aprendi a lição! E espero que sirva de exemplo para quem passar por aqui...
Obrigada pela atenção e compreensão!
Bjs

Anônimo disse...

Não, não nos cohecemos, um colega meu falou do sei site, sobre poesia há algum tempo, e eu dei uma olhada nos seus post.

Lucimara Fernandes disse...

Ah, entendi.
Seja bem vindo, espero que tenha gostado e continue participando do nosso blog!
E sinta-se à vontade para se identificar, ou não. Aqui todos têm espaço para se expressar!
Obrigada pelo comentário!