Semana passada eu não escrevi no Tangram porque estava
viajando, então, não tive tempo. Às vezes, é bom sair um pouquinho do
interior e ver o que está acontecendo na capital paulista. Revisitei o Museu da
Língua Portuguesa, na Estação da Luz, e fui conhecer o Museu do Futebol, no
Pacaembu, além de assistir a uma peça teatral, Toc Toc, divertidíssima, no
Teatro Gazeta, localizado à Avenida Paulista, que é uma atração à parte.
Bem, resolvi escrever sobre isso, não para contar sobre os acervos dos museus ou a história da peça, porque isso cada um tem uma impressão (só
posso afirmar que ambos valem à pena e sugerir que você também vá até lá para
conferir), mas para levantar uma reflexão sobre uma situação que eu presenciei
no Museu da Língua Portuguesa e que me chamou muita atenção! A falta de foco e
de interesse das pessoas! Por que algumas pessoas fazem as coisas condicionadas
pelas outras, sem o menor interesse naquilo? Em uma cidade como São Paulo, com
tantas opções e atrações para todos os gostos, por que uma pessoa se dá ao
trabalho de visitar um museu se não tem a menor afinidade com o seu acervo?
Vou contar o que houve para que você possa entender a
situação. No 3º pavimento do Museu da Língua Portuguesa, tem um auditório onde
é passado um filme sobre a origem da Língua Portuguesa falada no Brasil, logo em seguida, em outro
ambiente, uma apresentação multimídia complementa o filme assistido na
antessala. E quando você saí desta sala, passa por um corredor com as
principais frases, que viu lá dentro, escritas na parede, entre trechos de
livros e poesias de grandes escritores da nossa Língua Portuguesa, como Clarice
Lispector, Monteiro Lobato, Carlos Drummond de Andrade, entre tantos outros. E
antes mesmo de assistir ao filme eu fiquei um bom tempo ali, lendo aquela
parede e apreciando tudo aquilo, afinal, se fui visitar um museu que conta a
história da Língua Portuguesa, que retrata a história de um povo e as
influências deste povo no desenvolvimento de uma língua, é porque, no mínimo,
gosto de ler... Certo? Então, e foi neste momento que apareceram três rapazes
curiosos, fuçando tudo, mas pelo jeito sem o menor interesse pelo o que estava
sendo apresentado, pois, um deles, ao entrar neste corredor, deu uma breve olhada
ao redor e voltou dizendo aos seus amigos: “Voltem, aqui não tem nada”.
Eu fiquei pasma com o comentário daquele infeliz... Como
assim, “aqui não tem nada”?? O que ele esperava ver no Museu da Língua
Portuguesa?? Acho que ele não entendeu nada... E eu não entendi o que ele estava
fazendo ali.
Não somos obrigados a saber tudo, ou entender tudo. Mas
devemos ter foco e interesse pelas coisas que nos dispomos a conhecer! O que
adianta visitar museus sem nos interessarmos por seus acervos, ler diversos
livros e não entender os seus conteúdos, assistir ao noticiário na TV e não ter
uma visão crítica para entender o que se passa no mundo, deixando-se manipular
pela mídia e pelos conceitos prontos? E isso não acontece apenas com os
aspectos culturais, mas também em nosso dia a dia! Quantas vezes conversamos
com pessoas que parecem estar nos ouvindo, mas que na verdade não prestam
atenção em nada que falamos, que interrompem a nossa fala para mudar
completamente o assunto como se o que estávamos falando não tivesse a menor
importância? E outras que executam o seu trabalho sem se preocupar com a
influência da sua atividade para o desempenho da empresa, como se fossem meras máquinas?
Reconhecemos essas pessoas quando questionamos seus afazeres e elas respondem:
“Não sei... sempre foi assim”! Pessoas como essas são incapazes de mudar, de
tentar fazer diferente, de inovar, ficam estagnadas, acomodadas, não saem do
lugar, porque não se interessam por nada que acontece a sua volta.
Para tudo é necessário ter foco, interesse e
comprometimento, seja no trabalho, no meio social, nas relações pessoais e com
a própria vida. No mundo globalizado em que vivemos, precisamos ter noção do
todo e saber qual é o nosso lugar, a nossa importância para a contribuição
desta grande engrenagem, onde cada um tem a sua função, necessária para o
funcionamento da máquina. E o sentimento de pertencer a algo só acontece quando
reconhecemos a nossa posição nisso tudo. Mas para que isso aconteça, precisamos
ter interesse pelas coisas, pelas pessoas e pelo mundo a nossa volta, conhecer
bem a nós mesmos e aos nossos interesses, ter foco e determinação para seguir
em frente e atingir os nossos objetivos, realizar nossos sonhos e ser feliz! E
jamais perder este foco! Porque ser feliz depende da nossa evolução, que é a nossa
principal missão nesta vida, mas que só acontece quando temos interesse e foco
neste objetivo!
2 comentários:
Oi Lu, bem colocado seu ponto de vista. Que pena que muitas pessoas não se interessam em aprender um pouco mais sobre aquilo que elas estão vendo. E quanta verdade o fato de algumas pessoas de não prestarem atenção no que estamos contando a elas. Nesta semana fiquei pasma com uma amiga americana. Quando a conheci, há uns cinco meses, ela logo me disse que tinha uma amiga nos Estados Unidos que era brasileira também. Um dia conversando disse à ela que eu dava aulas de inglês e de françês e ela me perguntou por que eu não dava aulas de espanhol. Expliquei que não falava espanhol, que minha língua materna era português. Fiquei um pouco decepcionada com ela, pois se ela tinha uma amiga brasileira, como ela não saberia que língua falamos. Mas tudo bem, passei por cima disso. Na semana passada, jantando em casa, falei de algumas amigas brasileiras que tenho em Dubai e que estudavamos a Bíblia juntas e ela me pergunta, em espanhol?
Portanto, amiga, estamos rodeados de pessoas que parecem nos ouvir, mas que na verdade não presta atenção no que dizemos.
Bem colocada sua experiência.
Oi Marli!!
É verdade, infelizmente, a falta de interesse das pessoas é muito comum... Por isso, nós, não podemos perder o nosso foco! Ultimamente tenho tido o cuidado de selecionar melhor as minhas companhias, procurando fortalecer os laços com as pessoas que realmente se interessam por mim, porque é muito desagradável passar por uma situação como essa que você me contou. Porém, muitas vezes, não é nem proposital, mas sim por falta de atenção e cuidado. Neste caso, acho importante um diálogo franco e mostrar ao outro que isso nos incomoda! Se a amizade é sincera, poderá melhorar com o tempo...
Não podemos perder o foco com aqueles que nos são importantes!! rs
Um grande beijo, minha amiga!
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