domingo, 17 de março de 2013

Papo de Consultório


Esta semana eu precisei ir a uma consulta médica e fiquei incomodada com o papo dos pacientes na sala de espera... Já é de se esperar que em um ambiente desses surja papo de doença, mas, na verdade, o assunto deveria ser discutido com o próprio médico, dentro do consultório, certo? Mas, infelizmente, a história não foi essa e não é bem assim que acontece por aí... A conversa virou uma verdadeira disputa para ver quem vai a mais médicos, quem faz mais exames, quem tem a doença mais grave, quem já passou por um câncer, enfim, quem está pior que o outro ou só sobreviveu por um milagre! Consultório médico não é palco de igreja para se dar testemunho, né?

Aquilo tudo me irritou tanto que eu, que gosto de conversar, me garanti o direito de permanecer calada e não participar daquela conversa. Encostei a cabeça na parede e fechei os olhos para evitar que alguém se dirigisse a mim... E assim permaneci até chegar a minha vez de consultar, o que demorou bastante, pois fui atendida com 30 minutos de atraso... Provavelmente, muito do que foi falado lá dentro não era do menor interesse do médico, poderia ter sido evitado e tornado a consulta mais rápida. (Não é a toa que os consultórios estão cada dia mais lotados e está cada vez mais difícil se marcar um horário...)

Após terminar a minha consulta, que foi objetiva, e deixar o consultório, sai de lá pensando no que leva as pessoas a gostar de ficar doente, de correr atrás de médico procurando doenças que, na maioria das vezes, não existem... É tudo psicossomático. Conheço muitas pessoas assim, que vivem trocando de médico, refazendo exames para confirmar resultados e reclamando que os médicos não prestam porque não descobrem o que elas têm... Na verdade, acredito que não descobrem porque elas realmente não têm nada, nada melhor para fazer!

E é justamente a falta do que fazer que leva as pessoas a ficar triste, se deprimir e, consequentemente, se adoecer. Nestes casos, acho que elas deveriam procurar um psicólogo antes que fiquem doentes de verdade!

Trabalhando na área de Recursos Humanos vejo diariamente pessoas usarem doença como desculpa para não trabalhar... Basta uma indisposição com o colega de trabalho, com o chefe, com o próprio serviço ou com as condições de trabalho para o mal estar ou a suposta doença aparecer... Nós, que costumamos acompanhar esses casos de perto, na maioria das vezes, conseguimos diferenciar um caso do outro, quando o funcionário realmente está mal ou quando ele está fingindo apenas para ir embora ou se afastar do trabalho por uns dias, semanas e, por incrível que pareça, até mesmo por meses...

Quero deixar claro que não estou dizendo que todos os pacientes estão fingindo ou que as doenças não existem... Não é nada disso! Infelizmente, sabemos que sim e temos exemplos disso todos os dias a nossa frente!  Mas, se observarmos, as pessoas que realmente enfrentam um problema grave de saúde não saem por aí exibindo a sua doença... Muito pelo contrário, na maioria das vezes, são discretas e evitam comentar o assunto até mesmo com as pessoas mais próximas, como parentes e amigos, procurando esconder o problema e resolver tudo sem se tornarem assunto na boca das pessoas.

Em minha opinião, o que falta a essas pessoas, que acham legal falar só de doença, é rever os seus próprios valores, traçar objetivos, ter mais atitude, correr atrás para fazer acontecer algo de novo em suas vidas, ler mais, para ter assuntos mais interessantes, e preencher o tempo com coisas que proporcionem alegria, satisfação, bem estar e qualidade de vida! Assim, não teriam tempo de ficar inventando doença e teriam um papo mais agradável!



2 comentários:

Karina Lapido disse...

Lu...excelente observação! Realmente, tem gente que adora ficar doente ou pensar que está doente só para chamar a atenção.
Parabéns pela reflexão!

Lucimara Fernandes disse...

Pois é, Kaká!
Ficar doente de verdade já é horrível, mas inventar doença para suprir uma carência e chamar atenção é pior ainda...
Obrigada!!
bjs