Eu não me lembro se quando era criança eu acredita, ou não,
em Papai Noel... Mas eu me lembro da expectativa pela chegada do Natal e da
alegria de reunir a família toda na casa dos meus avós, da satisfação de
reencontrar as minhas primas, da bagunça no momento da troca dos presentes de
Amigo Secreto e do almoço no dia seguinte, quando ficávamos relembrando os
acontecimentos da noite anterior ao comer as sobras da ceia, sempre tão generosa,
graças a Deus!
Mas os anos passam, os primos se casam, constituem novas
famílias, alguns tios e os avós se vão, e o núcleo familiar se desfaz... As
pessoas se distanciam... Raramente se encontram... Os laços familiares já não
são mais os mesmos... Na minha família, ninguém mais se veste de Papai Noel.
Hoje percebo que na infância o Natal tem um encanto
especial, tudo parece ser mágico! E com o tempo o simbolismo passa a ser outro. Para os
adultos a noite de Natal passa a ser como outra qualquer, porém, com a família
reunida em torno de uma mesa, geralmente farta, e a troca de presentes
continua, apesar de sabermos que isso faz parte do comércio de um mundo
capitalista... Mas a tradição permanece.
Apesar desta visão realista, e até mesmo fria, o que me
impressiona é que a magia do Natal continua! Nesta noite é impossível não nos
lembrarmos daqueles que já se foram, sentir saudade das pessoas queridas que
estão distantes e parar por alguns instantes para refletir sobre a nossa
vida... A nostalgia faz parte do Natal.
Mas também durante esta época do ano as pessoas se sentem
mais solidárias e dispostas a contribuir com projetos voluntários de ajuda às
famílias carentes, adotam crianças para dar presentes e roupas, visitam asilos,
orfanatos, instituições de caridade ou doam cestas básicas, tentando retribuir,
de alguma forma, aquilo que receberam durante o ano. Sabemos que muitos fazem
isso porque se sentem na obrigação de contribuir, mas a maioria faz de coração!
E é isso o que importa! (Pena que nem sempre este comportamento não se estende
durante o ano...).
Vivemos em um país de grande diversidade religiosa, mas
independente de religião ou crença, quando chega o Natal todos são tocados pelo
espírito natalino, o que nos torna mais sensíveis e emotivos nesses dias do
ano.
2012 anos se passaram desde o nascimento de Jesus e até hoje
a sua presença permanece entre nós, seus exemplos continuam sendo lembrados e
sua força continua nos estimulando a melhorar nossa conduta no dia a dia... Ainda
não somos perfeitos, temos muito a evoluir e sabemos que as tentações são
grandes, mas ter um Exemplo a ser seguido é o que nos faz continuar em nossa
trajetória!
Desejo que este espírito natalino permaneça entre nós
durante os 365 dias do novo ano, que está para começar, trazendo paz, harmonia,
alegria e muito amor a todos!
Feliz Natal!!
4 comentários:
Lucimara, tenho mesmíssimo sentimento a respeito do natal. Apesar de não professar uma religião (e ter minhas dúvidas a respeito da existência de Deus) e ter consciência dos rumos que a confraternização, a princípio pagã antes de cristã, acabou por tomar por conta do ideal mercantilista que tomou o Planeta a partir da Idade Moderna; sempre gostei muito, muito mesmo, desse clima de irmandade que todos experimentam nessa exclusiva época do ano. Mesmo sozinho, gosto de compartilhar desse sentimento de igualdade que está em todos. Também lembro de minha época de infância, aliás, falava a respeito com um colega de trabalho outro dia, quando faziamos amigo secreto: lembro do esforço que fazíamos para descobrir o que nosso eventual presenteado gostava sem deixar pistas de nossas intenções, e que se repetiria no ano seguinte trocando-se os personagens; era um jogo de mostra e esconde bem divertido, que culminava na surpresa do presenteado (principal objetivo). Seguindo a isso, um bom e farto almoço, acompanhado de calorosas discussões em que os choques de geração e gênero eram posto em pauta, mas tudo muito saudável - assim aprendi a saborear um bom prato (feito com carinho e devoção), argumentar e aceitar argumentos e a sentir falta desse tipo de relação por onde quer que eu fosse. O Natal, apesar do tom religioso, é importantíssimo como maneira de se refazer dos espinhos do cotidiano; por isso, penso que é uma das poucas instituições que se deva modificar com a eterna renovação de gerações. Feliz Natal!
Pois é Cimatti, apesar de Cristã, acredito que o que vale para Deus não é a crença ou a religião em si, mas sim o nosso comportamento, o respeito e o amor que dedicamos às pessoas com as quais convivemos. Acreditar ou não na existência de um Deus não é o suficiente para a pessoa ser boa ou má... Tem muita gente que não sai da igreja e mesmo assim não tem uma conduta condizente à sua religião. Neste caso, um ateu que vive no bem e respeita o seu próximo tem muito mais mérito!
Quanto ao Natal, eu acredito que por mais que haja mudança de uma geração para a outra ele se manterá vivo em nossos corações e nas tradições familiares.
Um grande abraço e Feliz Natal!
Sim, Lucimara! Tomara que esse "espírito de Ntal" não se finde nunca. Uma outra coisa que estive pensando lendo seus texto: me parece que essa saudade do Natal de nossa infância se acentua por não podermos, completamente, dar a uma criança esse sentimento que recebemos de nossos pais e avós; mas essa só uma opinião infundada, porém lógica - ao menos pra mim.
Um grande abraço e um feliz Natal!!
Cimatti,
Entendo que pode ser a sua opinião, mas com certeza não é o meu caso. Apenas boas recordações de uma fase feliz, nada mais.
Um grande abraço!
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