domingo, 28 de agosto de 2011

Povo pernambucano

Como todos sabem estou de férias em Pernambuco. Mas o que eu quero contar hoje é como estou encantada com o povo pernambucano!

Comecei minha trajetória por Recife, onde fiquei três dias, depois passei um dia em João Pessoa (PB) e fui para Olinda, onde fiquei mais três, e ontem cheguei aqui em Porto de Galinhas, de onde voltarei para casa nos próximos dias. Desde que cheguei o que mais me impressionou, além das belezas naturais e arquitetônicas, foi a simpatia do povo pernambucano, uma gente acolhedora, alegre e sempre disposta a servir. Ao perceber que você está precisando de orientação são os primeiros a tentar ajudar, sem ao menos esperar que você pergunte alguma coisa, eles vêm logo se oferecendo... rs. E o mais legal de tudo, sem a mínima intenção de levar vantagem nisso, ajudam pelo simples prazer de contribuir de alguma forma. Em Recife, não teve uma vez que eu peguei um ônibus que um pernambucano não tenha feito amizade comigo, não sei se tenho cara de paulista ou se estava escrito na minha testa que sou turista, mas todos que sentaram ao meu lado começaram uma boa prosa e me deram muitas dicas de turismo... Os motoristas e os cobradores foram super atenciosos, orientaram direitinho e só faltaram me deixar à porta de onde eu estava indo.

Quando viajo, na maioria das vezes, gosto de conhecer a cidade sozinha, sem guias, exceto para algum passeio, muito específico, que seja mais viável comprar um pacote. Escolho esta opção, pois gosto de conhecer os costumes da região, como as pessoas vivem e a realidade de cada lugar, o que não é possível se ficamos seguindo os guias e conhecendo apenas os pontos turísticos...

Mas voltando a falar do povo pernambucano, de todas as pessoas que conheci aqui até agora, a que mais  me tocou é de Olinda, cidade que sempre me atraiu muito e que era o meu principal destino nesta viagem. Estou falando da Tia Ritinha, uma figura marcante e uma moradora especial da cidade, conhecida, respeitada e muita querida por todos! Eu a conheci na quinta-feira, dia 25/08/11, exatamente três meses após o desencarne da minha vovózinha, mas só agora, escrevendo para vocês, que eu percebi isso...
Bem, mas "coincidências" à parte, voltarei a falar da tia Ritinha, uma mulher simples, de 72 anos, mãe de três filhos, um casal que ainda mora com ela e uma filha casada, apesar de ser mãe, é solteira, pois diz que a "estrela" dela assim determinou... Aposentada, continua trabalhando até hoje, pois, infelizmente, ninguem sobrevive neste país com apenas um salário mínimo... Ela, além de cuidar da casa dela e cozinhar para a família, ainda lava roupas para fora e à noite recolhe latinhas nas ruas de Olinda para ajudar no orçamento... E faz tudo isso com imenso prazer, muita alegria, bom-humor e sempre com uma história pra contar e um sorriso no rosto. Tia Ritinha é super vaidosa, para trabalhar à noite, toma banho, fica toda cheirosa, capricha no visual, sempre bem colorido, com muito rosa, cor que ela mais gosta, combinando tudo, acessórios, roupas, bolsas e sapato, depois se enche de alegria e saí pelas ruas falando com todo mundo, brincando e dançando, encantando todos por onde ela passa... Tia Ritinha é a namoradinha mais querida de todos em Olinda, faz muito sucesso com os rapazes e sempre ganha um abraço e um beijo na testa de todos os seus amigos.

Conversando com a Tia Ritinha, foi inevitável lembrar da minha vovózinha e sentir saudade dela... O que talvez tenha contribuído para a nossa amizade ter se fortalecido tão rapidamente... Mas acredito que não tenha sido só isso, foi muito mais... Foi recíproco o carinho e a confiança que sentimos uma pela outra desde o primeiro instante, ao ponto dela sair e deixar as suas latinhas aos meus cuidados... rs. Além da saudade da minha avó e da afinidade com ela, fiquei pensando em quantas Tias Ritinhas temos neste país que trabalham durante a vida inteira e aos 70, 80 anos, ainda precisam trabalhar duro para sobreviver... Porém, o que a torna especial é a maneira como ela conduz a vida, com alegria no coração e fé em Deus.

Quando saí para esta viagem estava extremamente estressada com a minha vida e com o ser humano... rs. Mas conhecer pessoas como a Tia Ritinha é o que me faz acreditar nas pessoas e valorizar ainda mais a minha própria vida.

Voltando a falar da minha breve amizade, mas eterna ligação, com a tia Ritinha, nos reencontramos na sexta-feira, no mesmo local, em frente à Bodega do Véio, local onde ela regurlamente aparece para recolher as latinhas, e, depois de lá, seguimos juntas a Seresta pelas ruas do centro histórico, onde nos despedimos, e para minha supresa, nos emocionamos muito... Tia Ritinha chorou ao me beijar... E só de lembrar, meus olhos se enchem de lágrimas... Tia Ritinha tocou fundo o meu coração! Peço a Deus que proteja os seus passos, que ela tenha sempre muita saúde, continue muito feliz e que Ele permita que ao retornar à Olinda eu tenha a felicidade de reencontrá-la!

A caminho de Porto de Galinhas, outra pessoa especial cruzou o meu caminho, foi a Célia, outra simpatia, que passou a viagem toda me apresentando a região, acompanhou-me até o ponto de taxi, trocou telefones comigo e me convidou para ficar hospedada na casa dela da próxima vez! Parece mentira, né? Mas não é... Ela fez isso com a maior naturalidade, tratando-me como se fôssemos amigas há anos... E sinceramente se preocupando comigo, pois me ligou mais tarde para saber se eu estava bem instalada e precisando de alguma coisa...

Adorei conhecer Pernambuco! Para quem vem do sudeste, como eu, acostumados a um outro padrão de qualidade e mais riqueza econômica, sente muita diferença... Eu fiquei um pouco decepcionada quanto à estrutura turística... Mas paulista tem mania de ver oportunidade de melhoria em tudo mesmo... rs. Acho que é por isso que somos tão estressados, pois nunca nos contentamos com nada...rs. Porém, estou de férias! E vim para cá aberta a conhecer o novo, aceitar as coisas como são, sem exigir muito da vida e de mim mesma... E o que está tornando esta viagem ainda mais especial para mim são justamente as pessoas que eu encontrei pelo caminho... Fiz muitas amizades nos hostels pelos quais passei que pretendo fortalecer com o tempo e voltar a encontrar, mas não citarei nomes para não correr o risco de ser injusta e esquecer de alguém... Cruzei muitas pelo caminho que guardarei em minhas recordações, mas que dificilmente voltarei a ver... Mas a viagem ainda não acabou e com certeza ainda conhecerei muita gente legal... rs.

Enfim, de Pernambuco levarei muitas recordações e a certeza de que voltarei! Adorei essa terra e o povo daqui! Agradeço a Deus a oportunidade de conhecer tudo isso e recomendo a você vir até aqui comprovar o que estou contando... rs.

Beijos e até breve, mas agora preciso ir porque afinal de contas, estou de férias e tenho que aproveitar cada minuto... rs.

sábado, 20 de agosto de 2011

Saudade de mim...

O tempo está passando, muitas coisas estão acontecendo e estou começando a me sentir sufocada... Precisando de um tempo para mim... Para recarregar as energias, pensar um pouco, colocar as coisas no lugar. E nada melhor para isso que uma boa viagem! Sozinha, é claro... rs.

A maioria das pessoas não entende os motivos que me fazem querer viajar sozinha, acha estranho, fica me questionando e, muitas vezes, até me critica. Mas eu adoro! E não é que eu não goste de viajar com os amigos, com a família ou com namorado, não é nada disso... Claro que eu gosto! Afinal, viajar com os amigos é sempre muito divertido, com a família é muito prazeroso, e com namorado então, é maravilhoso! Pois além de divertido e prazeroso é também muito romântico! E quem não gosta de uma viagem com clima de romance? Eu adoro! E curto tudo isso porque acho muito bom compartilhar esses momentos com as pessoas que a gente ama!

Mas acontece que eu, muitas vezes, tenho uma necessidade enorme de ficar só comigo mesma! Porque eu  adoro a minha companhia... rs. Parece loucura, né? Mas não é não. Viajar sozinha é como sair em busca de mim mesma! Nessas ocasiões saio sem compromisso, faço o que eu quero, a hora que me dá vontade, troco de idéia, altero o roteiro, mudo o destino, conheço outras pessoas, novos lugares, curto a paisagem, reflito sobre a minha vida, encontro respostas para as minhas dúvidas, me liberto, me divirto, me encontro e depois volto renovada!

Infelizmente, nem todas as pessoas sentem prazer em estar só, ou têm este desprendimento, esta coragem, ou melhor, esta vontade de ter uma experiência como essa... Que no meu ponto de vista, é um ótimo exercício para o autoconhecimento, (além de escrever, é claro... rs), pois quando estamos sozinhos não dependemos de ninguém para tomar uma decisão ou mesmo para influenciar em nossas escolhas... E aí, sim, temos liberdade para agir e oportunidade para aprender a nos virar sozinhos.

Esta semana, lendo o livro “Nietzsche para estressados”, de Allan Percy, encontrei uma frase do filósofo alemão, que tem tudo a ver com este assunto, onde ele diz: “Só quem é ativo aprende sozinho”. E neste ponto, o autor faz um comentário bastante interessante, dizendo que “Um breve retiro de vez em quando pode ser o suficiente para assimilar o que foi vivido e preparar novos projetos. Esvaziar o copo para voltar a enchê-lo”, o que eu considero uma grande verdade! Além disso, Percy cita alguns benefícios orgânicos que um período de solidão pode nos proporcionar, como: redução da pressão arterial, diminuição do ritmo dos batimentos cardíacos e da respiração, neutralização do estresse, fortalecimento do sistema imunológico, recuperação do ânimo, estímulo da atividade cerebral e melhora das tensões musculares.

Como podem ver, eu não sou louca por gostar de viajar sozinha... rs. Simplesmente gosto de ficar só, comigo mesma, para me renovar. E estou com saudade de mim! Por isso, estou saindo de férias e para mais uma aventura solitária! Mas manterei contato pelo Twitter e pelo Facebook, e quando voltar, contarei tudo a vocês! Torçam por mim e rezem para São Pedro colaborar e providenciar lindos dias de sol, pois estou indo para o Nordeste!

Beijos e até breve!



domingo, 14 de agosto de 2011

The bests

Há alguns dias, lendo o post do Gus, meu amigo argentino e parceiro neste blog, fiz um comentário que não saiu mais da minha cabeça... Por isso, achei que o assunto merecia um novo post...

A questão é: Por que nem sempre os melhores são os vencedores?
Se pararmos para pensar, em todas as áreas isso acontece! Veja:

Na área profissional, temos ótimos profissionais fora do mercado de trabalho ou ocupando cargos inferiores as suas capacidades, enquanto outros, às vezes, nem tão competentes ou especializados na área, ocupam uma boa posição. Ou quantas vezes os melhores funcionários não são escolhidos para uma promoção, mas sim outro colega que não desempenha tão bem a sua função, mas que tem um melhor relacionamento com o chefe?

Na área artística, quantos artistas incríveis estão longe das mídias e de fazer sucesso? Cantores, atores de teatro, escritores, pintores, desenhistas e artesões maravilhosos encontram-se no anonimato, exercendo seu talento como um hobby, por paixão à arte, mas tendo que trabalhar em outras funções para ganhar seu sustento por não conseguirem se manter apenas com o seu talento.

Na vida pessoal, quantas histórias de amor mal resolvidas? Casais apaixonados que juram amor por toda a vida, mas que se perdem pelo caminho sem se casar... Outros que acreditam ter encontrado o amor da sua vida, mas que no dia a dia não conseguem se entender e acabam se separando? Quantos desistem de viver uma história de amor e se acomodam em um relacionamento sem grandes emoções, mas tranquilo e confortável?

No esporte, quantos atletas de alta-performance treinam todos os dias sem oportunidade de mostrar seus potenciais e que passam a vida atrás de um patrocinador para investir na sua carreira, mas envelhecem sem chegar ao sucesso? E quantas vezes os melhores times não conseguem se classificar para um campeonato? Ou fazem uma boa campanha, mas no final não conquistam o título?

Na política, quantos idealistas passam a vida trabalhando em prol da comunidade, fazendo trabalhos voluntários, ajudando o próximo e quando conseguem o apoio de um partido e serem eleitos pelo povo percebem que na prática as coisas são diferentes... Nem sempre conseguem atingir seus objetivos se não se deixarem corromper pelo sistema. Quantos desistem por estes motivos dando lugar a políticos corruptos?

Na escola, nem sempre o aluno mais comportado, educado e dedicado aos estudos é o que tira as melhores notas... Muitos faltam às aulas, conversam demais, fazem bagunça, mas têm mais facilidade de assimilar a lição com o pouco que participam, saindo-se melhores nas provas e nas apresentações. E quantas vezes os melhores alunos na escola não atingem o mesmo sucesso no trabalho depois de formados?

Enfim, muitas vezes parece ser difícil entender porque essas coisas acontecem... Mas acredito que nem sempre os melhores são vencedores porque todos merecem vencer pelo menos uma vez na vida, né? Na minha opinião, os melhores vencedores são aqueles que sabem perder com dignidade e esperar o seu momento de vitória sem desistir na primeira derrota!

domingo, 7 de agosto de 2011

Crises

Todos os dias ao ligar a TV, abrir o jornal ou navegar pelos portais virtuais da internet, nos deparamos com o tema CRISE, seja ela econômica, política ou social, este assunto já faz parte das nossas vidas. Mas hoje quero falar de outra crise, a crise emocional ou existencial, que, infelizmente, também está presente em nosso cotidiano, pois dificilmente encontramos alguém que nunca tenha passado por uma...

Há momentos na nossa vida que parecemos perder o rumo... Não sabemos para onde ir e começamos a questionar de onde viemos, se estamos no caminho certo, onde queremos chegar e qual a seria a nossa missão nesta vida. Nessas horas parece que nada mais faz sentido, tanto no aspecto profissional, quanto no social e até mesmo no afetivo. E é incrível como quando uma coisa não vai bem o resto todo desanda!

Hoje, lendo o post do meu amigo e parceiro, neste blog, Alexandre Malosti, “Reféns de nossa incapacidade”, que fala sobre as nossas dificuldades, enfrentadas no dia a dia, e nossos bloqueios, de vontades e potencialidades, tanto para garantirmos o emprego e até mesmo para manter nossos relacionamentos, percebi que, muitas vezes, é justamente aí que se encontra a causa dessas tais crises emocionais, que podem gerar outras crises, de ansiedade e/ou de depressão.

E como evitar que um problema ou uma insatisfação não vire uma bola de neve e não desencadeie uma  crise emocional? Como enfrentar as dificuldades do dia a dia mantendo o bom-humor e o controle da situação, quando na verdade queremos largar tudo e mudar nossa vida ao invés de procurar uma solução adequada para cada situação?

Sabemos que não é fácil, mas também que não podemos desistir! Pois a vida passa rápido, o tempo voa, as coisas mudam, e não podemos parar! Pois o mundo não para porque estamos sofrendo...  Por isso, por mais difícil que possa ser passar por estes momentos é preciso ter forças, erguer a cabeça e seguir em frente! Porque ser refém de um sistema, muitas vezes, pode ser inevitável, mas ser refém de nós mesmos é uma questão de escolha...