domingo, 30 de outubro de 2011

TENTAÇÕES...

Por que tudo que é proibido é mais gostoso? E por que é tão difícil resistir às tentações da vida? Seja lá de que tipo for, como: um comedor compulsivo que não resiste à vontade de comer um chocolate ou tomar um refrigerante quando está de regime e precisando emagrecer... Um alcoólatra que não deixa de tomar, apenas, um copo de cerveja, mesmo sabendo que após o primeiro gole perderá o controle... Um viciado que, tenta largar a droga, mas não resiste à primeira crise de abstinência... Um ex-fumante que, na primeira crise de estresse, busca outro cigarro... Um jogador que mesmo cansado de perder, não resiste à jogatina... Um diabético, que não pode comer açúcar, mas não resiste a comer um pedaço de doce... Um consumista que não perde a chance de comprar, qualquer bobagem, apenas para não perder a promoção... Uma adolescente que namora escondido só para contrariar os pais que ainda não a autorizam a namorar em casa... Um rapaz que insiste em conquistar uma garota só porque ela não dá a mínima para ele... Uma mulher solteira que não resiste à sedução de um homem casado... Um homem casado que busca um relacionamento fora do casamento só para viver uma aventura e sair da rotina... Um corrupto que se envolve em fraudes, mesmo ciente dos riscos, só para levar vantagem... Enfim, seja a tentação prejudicial ou não, para os outros, correr risco aumenta a adrenalina e, de alguma maneira, satisfaz quem se entrega às tentações... Mesmo que depois se arrependa... Ou não...

Analisando tudo isso, fico me perguntando: Por que, tantas vezes, perdemos o controle sobre nós mesmos e agimos de forma contrária a nossa vontade? Em que momento a tentação passa a ser mais forte que a gente? Por que permitimos que isso aconteça? Essa fraqueza é inevitável ao ser humano? É normal, em alguns momentos, sucumbirmos? Quando isso passa a ser um problema? E como podemos evitar que isso aconteça sempre?

Eu acredito que as tentações passam a nos vencer quando, de certa forma, não estamos satisfeitos com a nossa realidade e não tão certos das nossas vontades e convicções... Como nos casos dos viciados em álcool, cigarro, drogas ou jogos, na verdade, eles gostam daquilo, tentam parar porque reconhecem que isso é prejudicial ou porque a família pressiona, mas não porque, na verdade, desejam parar... O mesmo acontece com os comedores compulsivos e os diabéticos, eles gostam de comer, seja doce, chocolate ou lá o que for... Sabem que não podem comer, porque prejudicará sua saúde, mas sentem vontade... Já com os adolescentes que têm necessidade de auto-afirmação, a vontade de mostrar que pode conquistar a garota ou contrariar os pais é mais forte que a importância de respeitar a vontade alheia ou às ordens dos pais... Em relação ao homem ou à mulher que vive o caso de adultério, provavelmente, é por insatisfação com a atual vida afetiva, pois se tudo estivesse bem não haveria espaço para uma segunda pessoa na vida dele e nem ela aceitaria dividir um relacionamento com outra pessoa... Em ambos os casos existe uma carência afetiva que dá espaço a esta tentação... Quanto ao consumista, mesmo sabendo que aquele objeto não é essencial naquele instante, ele sempre acredita que em determinado momento será usado e, em alguns casos, a satisfação de adquirir um novo bem já é um fator decisivo, mesmo que nunca venha usar o tal produto... A compra pode ser apenas para suprimir outra carência que nada tem a ver com a mercadoria adquirida, mas uma satisfação para o ego... E quanto aos corruptos que se envolvem em fraudes para levar alguma vantagem, nem sempre é por necessidade de pagar uma dívida ou por pressão alheia, mas, muitas vezes, pela própria ganância de querer sempre mais, de se auto-afirmar, de mostrar a si mesmo que é capaz de enganar aos outros e ao sistema, é mais por uma satisfação pessoal que por necessidade, porque sempre há um caminho honesto para se resolver as coisas.

Enfim, acredito que por trás da fraqueza que nos leva a não resistir a uma tentação há sempre outro motivo que nos torna frágeis ao ponto de nos entregarmos às tentações da vida...

sábado, 22 de outubro de 2011

Inversão de Valores

Todos os dias, ao assistir ao noticiário na TV, ler o jornal impresso ou acompanhar as notícias nos portais da internet, é sempre a mesma coisa: tragédias, assassinatos, assaltos, corrupções, enfim, sempre notícias ruins... Afinal, são elas que “vendem” os jornais...

É incrível como o ser humano se interessa pela desgraça alheia... Falar mal da vida do outro, sem olhar para a sua... Parar o trânsito para ver um acidente, não para prestar socorro, mas para ver de perto o estado da vítima, como se aquilo fosse um divertimento... Ir a velórios para saber detalhes do falecimento, conferir o estado do corpo no caixão, ouvir as fofocas, não para compartilhar a dor da família, dar um apoio ou se despedir do falecido, mas simplesmente para fazer o social e ficar por dentro dos acontecimentos... Na verdade, o povo quer ter assunto!

E pior, não bastando os que se divertem com os problemas dos outros, ainda há o infeliz que se sente orgulhoso de contar a própria desgraça, supervalorizando os seus problemas para parecer melhor que o outro, mesmo que seja à custa do próprio sofrimento, como muitas vezes escutamos alguém contar que a sua doença é mais grave que a do fulano, que a sua dor é maior, que a sua situação é pior... Parece uma disputa! Quem sofre mais? Quem já foi operado mais vezes? Por quantos médicos passou? Quantos tratamentos já fez? E por aí vai... Quantas vezes já foi assaltado, sequestrado, injustiçado... Enfim, quanto mais sofrimentos a contar, mais vantagens a levar... E assim, a coleção de desgraças passa a ser valorizada! E o estoque de assunto para longas fofocas vai sendo garantido...

E neste ponto eu pergunto: O que está acontecendo com a humanidade? Que inversão de valores é esta? Quando isso começou a acontecer sem que percebêssemos? Até onde vai isso? Porque até onde chegou nós já sabemos... São políticos contando vantagens, por se beneficiarem do dinheiro público, em plena internet, como se isso fosse bonito... Criminosos enchendo o peito para contar à imprensa quantos já mataram, sequestraram, estupraram, roubaram, como se fossem heróis... Trabalhadores contando vantagem por ter recebido hora-extra a mais do que deveria, enganando às empresas com atestados médicos falsos ou ao INSS para continuarem afastados, pessoas felizes ao constatarem que a conta do bar foi fechada errada e que, por isso, pagou muito menos que consumiu ou que recebeu troco maior que o certo... Estudantes que se divertem ao enganar aos professores e às universidades comprando projetos de conclusão de curso, ao invés de estudar, pesquisar e fazer o próprio trabalho para conquistar o diploma universitário... Por que, ao encontrar uma pessoa honesta, que acha uma grande quantia de dinheiro na rua e, ao invés de ficar para ela e resolver sua vida, decide procurar o dono para devolver, essa pessoa vira destaque no Jornal Nacional? Só porque agiu corretamente ela vira notícia? Não deveria ser ao contrário? Não, porque, nos dias atuais, ser honesto virou a exceção da regra! O normal, infelizmente, é ser desonesto.

Após todas essas constatações, continuar acreditando no ser humano seria uma utopia? Ou ainda há esperança para a nossa humanidade? Sinceramente? Eu acredito que sim, que ainda haja luz no fim do túnel... Esta luz é a EDUCAÇÃO! E, neste caso, não adianta apenas acusar ao Governo, aqui vale o antigo ditado “educação vem de berço”, pois é de pequeno que se aprende a falar certo, a devolver o brinquedo do amiguinho, a ser comportado, a respeitar os mais velhos, a sempre contar a verdade, a obedecer às ordens dos pais, enfim, a ser HONESTO, valor que vem sendo esquecido nos últimos tempos... Mas que pode ser relembrado através de bons exemplos, de atividades culturais, das artes em geral e de uma verdadeira “reinversão” de valores...

Não podemos mudar o outro, e muito menos o mundo todo sozinhos, mas podemos mudar a nós mesmos, dando bons exemplos para aqueles que nos veem como modelos, não esquecendo que as crianças de hoje serão os pais, professores, políticos e governantes que formarão a nova sociedade do futuro! Apenas se nada for feito, para reverter esta situação, será uma utopia acreditar num mundo melhor...



domingo, 16 de outubro de 2011

Pensar, Fazer, Brincar... Qual é a Ligação?

Algumas vezes, já me disseram que eu penso demais... Só queria entender o que pretendiam dizer com isso... Se pensar demais é positivo ou não?

Muitas vezes, pensar demais pode causar certa confusão mental, quando as ideias ainda não estão muito organizadas dentro da cabeça... Mas a partir do momento que conseguimos colocá-las no lugar, bons projetos podem surgir!

Outras vezes, pensar demais pode ser fácil, o difícil é colocar esses projetos em prática, fazer com que essas ideias se tornem realidade! Esta sim é a grande dificuldade.

E é neste ponto que vem o brincar! Saber brincar com a vida e a com os seus obstáculos, com suas diversidades, com as pessoas e com as surpresas do dia a dia! Este é o grande segredo, ter jogo de cintura, acreditar no sonho e lutar para atingir seus objetivos.

E foi, justamente, assim, pensando demais que este blog, Tangram das Ideias, surgiu. A partir de uma conversa, à mesa de um bar, que deu início a uma ideia, organizada e colada em prática rapidamente. Pensando, fazendo e brincando, esta boa ideia trouxe várias outras e, também, novas ligações, com novas pessoas, com novos movimentos e com uma nova realidade, que proporcionaram novas mudanças.

E é assim, através de ligações, que muitas outras ideias vão surgindo, simultaneamente, em todos os cantos, originando outros projetos, que ligados misteriosamente por “redes” sociais, virtuais, afetivas, universais, espirituais, etc, enfim, um dia “se ligam”, transformando pessoas e realidades.

E foi assim, através dessas ligações que o “Tangram das Ideias” e o “Ligação” (evento realizado pela parceira das universidades UNITAU e USP), se cruzaram, originando novas ideias, novas amizades, novas parcerias, novos projetos e novas ligações. Ligações conectadas numa rede movida por sonhos, paixão e determinação para realizar estes sonhos! Uma rede cuja tendência é apenas de crescer e se fortalecer a cada dia!

Se “pensar” gera novas ideias, “fazer” transforma essas ideias em realidade e “brincar” facilita esta transformação, então esta é a grande “Ligação” para tornar o nosso mundo melhor!

“Se ligue” você também nesta ideia e felicidades!

domingo, 9 de outubro de 2011

Vida fácil

Queria saber quem inventou este termo, “Mulheres de Vida Fácil”...

Há dias venho observando algumas mulheres que “fazem ponto” perto da Dutra e comecei a pensar como deve ser a vida delas? Porque, na maioria das vezes, elas estão com o olhar triste, o semblante constrangido e a aparência triste... Se essa vida fosse fácil, elas não deveriam ser felizes? Por que as pessoas consideram esse tipo de vida fácil? Eu imagino que, ao contrário do dito popular, deva ser bem difícil!

Esta semana ocorreu um crime na região que me chamou bastante atenção! Uma mulher, aparentemente jovem, foi esfaqueada, morta e jogada no acostamento de uma estrada, como se fosse um resto de lixo, sem o menor valor... Foi encontrada como indigente, pois estava sem documentos, e com apenas R$ 15,00 no bolso. Devido aos seus trajes, um short curto e tamanco de salto alto, e a maquiagem carregada, desconfiaram que fosse mais uma dessas tais “mulheres de vida fácil”...

Que vida fácil é esta? Ser julgada pela aparência, vender o próprio corpo, para qualquer tipo de homem que aparecer, por alguns trocados para sobreviver, e depois ser esfaqueada até a morte, por acaso, é fácil para alguém?

Eu não sei quem era esta mulher... E nem se ela era mesmo uma “mulher de vida fácil” ou se foi outro o motivo que a levou à morte... Mas, se ela realmente levava este tipo de vida, que tipo de homem é esse que pagou pelos seus serviços? E pior, que se achou no direito de acabar com a sua vida depois? Que tipo de pessoa acha fácil acabar com a vida da outra? Que vida fácil é esta??

Provavelmente, jamais saberei quem inventou este termo, “vida fácil”, mas de uma coisa eu tenho certeza, esta pessoa não era capaz de se colocar no lugar de outra.

sábado, 1 de outubro de 2011

Há tempo de calar... E tempo de falar...

Como diz na passagem bíblica, Eclesiastes 3, “há tempo de calar e tempo de falar”... O difícil é saber identificar esses momentos e calar ou falar na hora certa. Muitas vezes, no calor da emoção, não conseguimos discernir a ocasião ideal para expressar o que queremos, falando demais na hora errada ou perdendo a oportunidade de dizer nossas opiniões na hora certa, e metemos os pés pelas mãos, tanto no trabalho, como com os amigos, com a família ou no relacionamento conjugal.

Quantas vezes nos magoamos por não dizer o que pensamos para não desagradar aos outros? Mas, em outras, quando revelamos nossos sentimentos para satisfazer a nossa própria necessidade, acabamos magoando as pessoas... Que geralmente, são aquelas que mais amamos e não queremos nunca magoar!

Como é difícil calar... Sufocar no peito um sentimento tão forte! E na cabeça, pensamentos que insistem em ser revelados... Questionamentos que necessitam de respostas! Muitas vezes não encontradas ou fornecidas...

Como é difícil falar... Encontrar as palavras certas para expressar exatamente o que sentimos e pensamos de maneira que o outro possa nos entender com exatidão, sem distorcer aquilo que queremos dizer...

Como é difícil entender o pensamento do outro, a linha de raciocínio e os motivos que o levaram a dizer determinadas coisas ou escolher não dizer nada...

Como é difícil aceitar o silêncio do outro...  A nossa mente é fértil! E na ausência do plantio de boas sementes dá espaço à germinação de pragas e ervas daninhas...

Como diz no texto de Eclesiastes, “há tempo de plantar e tempo de colher”... Precisamos cuidar da nossa terra! Só assim, colheremos bons frutos... 

Mas, apesar das diversidades e das dificuldades de qualquer relacionamento, jamais podemos esquecer que é sempre tempo de amar!