domingo, 11 de setembro de 2011

Ser ou não ser, eis a questão...

Quando Shakespeare escreveu esta frase, em Hamlet, provavelmente, não imaginou o alcance de suas palavras... Pois, hoje, há mais de 400 anos, este pensamento continua fazendo parte da nossa vida...

A partir desta questão, “ser ou não ser?”, muitas dúvidas, diferentes da ideia inicial do autor, podem surgir... Neste caso, o meu questionamento volta a ser em relação à aceitação, ou não, de uma escolha, de uma ideia ou de um modo de viver, diferente da maioria... Por que somos tão julgados, ou mesmo, condenados, (como foi Cristo há 1978 anos), quando optamos por ser diferente?  Por que, em pleno século XXI, o homem continua tendo tanta dificuldade e resistência em conviver com as adversidades?

Há uns meses atrás eu já falei, em outros posts, sobre algo semelhante... Em Março, escrevi “Por que as pessoas se incomodam tanto com as outras”, quando ocorreu aquele caso de bullying com o garoto australiano, e logo depois, no “dia 07 de Abril de 2011”, quando ocorreu aquele terrível massacre, na Escola Municipal Tasso da Silveira, no Realengo, Rio de Janeiro, onde tantas crianças foram sacrificadas. Em ambos os casos, as dificuldades de aceitação do modo de ser do outro e o sentimento de rejeição pelo grupo, foram as bases das duas tragédias. Isso, sem falar do 11 de Setembro de 2001, data do maior ataque terrorista ocorrido na história, que por coincidência, hoje completa 10 anos! Esta guerra também não teve início devido às divergências culturais, religiosas e políticas? Até que ponto “ser ou não ser” igual à maioria é tão importante para algumas pessoas?

Um dos motivos que me fez escrever este post foi justamente analisar a semelhança dessas antigas dúvidas com os últimos posts publicados neste blog, por Karina Lapido, “Diga-me com quem andas”, onde ela fala da necessidade de aceitação de algumas pessoas, que chegam a abrir mão de seus próprios valores para serem aceitas por um determinado grupo, que elas consideram importantes, e por Heloísa Rezende, “Transparência”, na Coluna Bolhas e Escolhas, que trata da opção, de muitas pessoas, de usar “máscaras”, para esconder suas verdadeiras vontades e até sua própria personalidade, pela simples necessidade de agradar o outro, e assim sentirem-se aceitas, e como tudo poderia ser melhor se todos fossem mais transparentes, assumindo as suas verdades.

Como podemos perceber, “ser ou não ser” igual à maioria, é uma questão que há milhares de anos vem incomodando a humanidade, mas continua sendo um problema para qual não temos uma solução, pois o homem ainda não aprendeu a respeitar e “amar ao próximo como a si mesmo”, como pregou Jesus.

Infelizmente, continuamos pagando um preço muito alto ao fazer a opção de ser diferente ou, simplesmente, tomar uma decisão contrária a do grupo ao qual pertencemos. É preciso coragem e muita personalidade para agir desta forma, para encarar as dificuldades, enfrentar os adversários, assumir as nossas próprias convicções, as suas consequências e as nossas responsabilidades dentro desta nova postura. Até quando seremos “crucificados” pelos simples fatos de pensar ou ter um comportamento diferente da maioria?

“Ser ou não ser? Eis a questão!”


Nota:
A réplica de O Pensador, de Rodin, foi fotografada no Instituto Ricardo Brennand, em Recife, durante a minha viagem de férias.

9 comentários:

Karina Aldrighis disse...

Profunda reflexão, Lucimara, e volta e meia a vida nos coloca diante deste tipo de dilema: ser autentica e preservar a essencia própria, ou nos adaptar ao molde da sociedade ou de um grupo. Sinto que esta cobrança é maior para as mulheres, acho que os homens se adaptam mais fácilmente, rsrsrs.
Parabéns pela veracidade e autenticidade do artigo, bjs e até o próximo.

Lucimara Fernandes disse...

Oi Karina, obrigada pela frequente participação!
Quanto a sua observação, de achar que os homens se adaptam melhor, sabe que eu tenho dúvida? Pois se analisarmos bem, os crimes ocorridos em decorrência dessas questões geralmente são realizados pelos homens e não pelas mulheres... Na verdade, pode ser que eu esteja enganada, mas acho que nós, mulheres, revelamos mais as nossas dúvidas e inseguranças, e com isso, nos resolvemos mais facilmente... enquanto eles, os homens, guardam estes questionamentos para eles... E quando perdem o controle caem em depressão, ou, nos casos dos psicopatas, cometem essas atrocidades...
Sei lá... O ideal seria que um psicólogo ou alguém capacitado comentasse sobre isso...
Ká, você acabou de levantar outro questionamento... rsrs... Valeu!!
Beijos

Karina Aldrighis disse...

Pode ser tema para o próximo post...rsrsrs Vou aguardar para ler!bjs

Lucimara Fernandes disse...

Com certeza!!! rs.
Vamos aguardar mais comentários para dar continuidade...
Obrigada! bjs

danilo ( alma do bem ) disse...

Ola amiga, tudo bem ...como disse na primeira vez que coloquei aqui, eu postei um assunto parecido no Facebook, quanto vale mudar ...na minha opinião, temos que ser nos mesmos sempre, ha muitas pessoas que mudam, para seguir grupos ou ate mesmo ser aceito pq é diferente em opinião.
Já pensou se aqueles que gostam de viajar sozinhos ou fazer suas coisas desta forma, não agir assim, como sofreriam em ter que dividir coisas que as vezes é melhor só, e fazer com outras pessoas para agradar ...é complicado sim o Ser ou não ser..mais independente de que pensam temos que ter nossa personalidade,e sabermos lidar com todos do jeito de cada um...sem precisarmos mudar para agradar ....bjs

Lucimara Fernandes disse...

Oi Danilo,
Muito bom contar com a sua participação no blog de novo!! Estava sentindo falta dos seus comentários... rs. Às vezes acontecem umas falhas mesmo e, não sei porquê, não salva...
Quanto a "ser ou não ser" igual à maioria, eu, particularmente, prefiro ser diferente em alguns aspectos, pois sei que em muitas coisas precisamos seguir um certo padrão para viver em sociedade, como trabalhar, estudar, etc... Mas são justamente as diferenças que tornam cada ser único e especial! O que falta para haver paz neste mundo é que cada um aceite e respeite as particularidades do outro.
Um grande beijo!

Seaman disse...

Bom dia LU.
Conversava outro dia sobre isso ,que muitos para serem aceitos abrem mão de muitas coisas ate de se expressarem, vivem de máscaras, muitas vezes só para não serem criticadas por alguém, não vivem
para sí, mais para outros. Quanto a amar o proximo como a sí mesmo, é muito profundo, é matéria para outro BLOG, "Amar como a sí mesmo", temos que saber a nos amar 1º...para depois amar o próximo...muitas pessoas confundem isso. Por isso eu continuo do meu jeito fazendo o que gosto, me comporto como gosto, sem se importar se aceitem ou não, eu me aceito e pra mim é tudo, se não gostarem da minha cara, só tenho essa,rsrsrs.BJS
Lindo post.

Lucimara Fernandes disse...

Oi Seaman!
Bom saber que continua acompanhando o blog... Concordo com você, temos que nos amar em primeiro lugar!!
Beijos

seaman disse...

SEMPRE, SÓ SE UM DIA A MORTE ME LEVAR MAIS PRA SER SINCERO ESTOU FUGINDO DELA RSRSRS, FORTE ABÇ