10 anos do Tangram das Ideias

Eu sempre gostei de escrever sobre o tempo, pois refletir sobre ele nos faz sentir saudade do que já vivemos, pensar no futuro e valorizar melhor o que temos hoje. 

O tempo passa depressa demais e tudo muda muito rápido.

Há 10 anos ainda usávamos o Orkut, hoje usamos o Facebook.

Há 10 anos eu era conhecida como a Lucimara do Tangram, hoje, da Mandalu ou das Mandalas. 

Há exatamente 10 anos nascia o nosso querido blog Tangram das Ideias! Um projeto que começou numa conversa de bar com o Alexandre Malosti, num momento em que nós dois estávamos cansados dos nossos trabalhos em fábrica, onde vivíamos estressados, em busca de algo para relaxar, querendo mudar nossas vidas...

O Tangram realmente mudou tudo. Tínhamos um "filho" para criar, era assim que nos referíamos a ele. Pensamos em cada detalhe em parceria. Eu fiquei responsável pela escolha do nome do blog, que acabou inspirando todo o resto. E o Alexandre pelo layout, ele sempre foi bom com informática, computador, tecnologia, em poucos dias já estava craque na ferramenta Blogger! E juntos escolhemos, com muito carinho, cada integrante para entrar neste jogo com a gente. Sim, um jogo. Porque tangram é um jogo de sete peças capazes de formar milhares de imagens. E o nosso Tangram é um jogo de sete pessoas capazes de formar milhares de ideias.
E foi assim que, em 20 de Novembro de 2010, nasceu o nosso filho, com os seus sete integrantes, que carinhosamente chamávamos de tangrans! A princípio, éramos: eu, Alexandre Malosti, Ana Paula Malosti, morando em Taubaté, Bruno Guedes, em Guaratinguetá, Marli Tirelli, em Dubai, Gustavo Favretto, em Buenos Aires, e mais uma amiga do Alexandre, que morava na Espanha, mas ficou pouco tempo com a gente e logo foi substituída por Karina Lapido, moradora de Porto Velho. Um pouco mais tarde, Ana Paula também se afastou do blog e no seu lugar entrou Frederico Salmi, de Lorena. Além dos 7 tangrans, contamos também com a participação do nosso querido colunista Adriano Eva, residente nos Estados Unidos, e mais 75 escritores convidados que compoem a nossa página Teia de Ideias. Formação que permanece até hoje, apesar do blog estar parado, sem movimentação. Mas continua lá, "no ar", disponível para ser lido e comentando a qualquer momento. 

Como podem ver, o Tangram nasceu para ser grande, internacional, para agregar todo mundo. Ele não foi apenas um blog, foi um movimento, através dele conhecemos muitas pessoas, fizemos muitas amizades, participamos de concurso de poesia, de muitos eventos culturais, saraus, exposições, fizemos campanhas de arrecadação de livros e de incentivo à leitura, distribuímos livros, fizemos chuva de poesia na praça e chegamos até a publicar um livro. 

Foram muitos momentos felizes que ficarão para sempre guardados no meu coração! Sou muito grata a tudo que ele nos proporcionou!

Mas 10 anos se passaram e muita coisa mudou...

Hoje eu e o Alexandre deixamos o trabalho formal, nos tornamos autônomos e seguimos pelo caminho da arte, ele com a Cerâmica e eu com as mandalas. 

Os smartphones invadiram o mundo... As pessoas mudaram os seus hábitos... Ficamos mais tempo com os celulares nas mãos do que com os livros... Não temos mais tempo para textos longos, paramos nas manchetes... Os blogs foram esquecidos... 

Mas eu continuo romântica e sonhadora... Ainda tenho esperança de um dia reativar o Tangram! Afinal, o tempo não para, o mundo dá voltas e um dia os tangrans podem se reencontrar!! 

Muito obrigada a todos vocês, seguidores e amigos do Tangram, que curtiram tudo isso com a gente!

Parabéns, Tangram das Ideias, pois você tem vida própria, soube a hora de parar e saberá a hora de voltar! ❤

Suicídio

Todas as vezes que eu não consigo entender o que se passa dentro de mim ou no mundo que me cerca eu escrevo... Parece que escrevendo eu consigo organizar os meus pensamentos e entender melhor as coisas... E isso é o que eu estou tentando fazer agora... Entender o que se passa dentro da cabeça das pessoas que não conseguem encontrar outra solução para os seus conflitos e chegam ao ponto de acreditar que o único caminho é acabar com a própria vida...


O suicídio se tornou uma das maiores causas de morte no Brasil e no mundo... a depressão está se alastrando como uma praga e não estamos conseguindo impedir que pessoas queridas, ao nosso lado, escolham este caminho...


Quando isso acontece ficamos incrédulos... não conseguimos entender... porque é realmente impossível saber o que se passa no íntimo de cada um nesse momento...


O sofrimento gerado com este ato atinge a todos ao seu redor... Perder alguém que amamos por uma fatalidade já é difícil, mas perder uma pessoa querida para o suicídio é muito mais complicado, causa uma sensação de impotência, uma dor profunda, causa um sentimento de fracasso e de culpa, por não termos conseguido impedir... Mesmo quando sabemos que fizemos tudo o que estava ao nosso alcance, não é o meu caso agora, porque há tempos não nos víamos, mas sei que a família, sim, fez a sua parte, disso não tenho dúvidas!


Porém, tem horas que nada que fazemos é o suficiente, porque a ajuda tem que vir de dentro... 

Mas onde está essa força interior que algumas pessoas não conseguem resgatar? Eu não sou psicóloga para compreender melhor a mente humana, mas sou arteterapêuta e acredito no poder da arte para transformar a vida das pessoas, porque já fui salva pela escrita e tive a minha vida transformada pelas mandalas. Sei que a depressão é uma doença grave, que deve ser tratada por psiquiatras, psicólogos e terapias complementares. Não estou aqui com a intenção de julgar e nem de ser dona da verdade, mas de tentar mostrar um outro caminho para aqueles que enfrentam seus conflitos diários, muitas vezes sozinhos, sem compartilhar suas dores... É preciso expressar o que se passa em nossa mente e nosso coração de alguma maneira, se não conseguir verbalizar, expressar através da arte é uma maneira de se entender melhor, de encontrar respostas e de aliviar o peso dessas dores...


Eu sei que não é fácil mudar o mundo de uma hora para outra, mas alguma coisa precisa ser feita para mudar a nossa forma de ver o mundo, aprender a mudar os nossos padrões de pensamento, a não potencializar tanto os problemas, a valorizar mais o lado positivo da vida, a fortalecer a nossa espiritualidade, e quando digo isso eu não estou me referindo à religião, mas a nossa conexão com Deus, com o Universo, com uma Força Superior, mas que nos dá força e sentimento de pertencer ao mundo, de não estarmos sós...


Bom, hoje nada que eu diga vai aliviar a dor que estou sentindo... mas se fizer sentindo para alguém que parou para ler minhas reflexões já está valendo...


Que Deus nos abençoe e nos salve de nossas fraquezas... Que Deus abençoe meu amigo que partiu e sua querida família que tanto sofre neste momento!


(Por respeito a todos neste momento, não citei nomes)

Arteterapia

Falar em arte e criatividade me faz falar também em Arteterapia e em como essas três coisas me ajudaram a ser quem sou hoje.

Passei a maior parte da minha vida acreditando que eu não sabia fazer nada além de trabalhar em áreas administrativas, com papéis, computadores e dinheiro dos outros...


Há 20 anos eu fui orientada por uma terapêuta a escrever sobre a história de um luto que me consumiu por muitos anos... O fato de escrever sobre isso me ajudou a tirar aquela dor de dentro de mim, racionalizar a situação, colocar as emoções no lugar, aceitar o que eu não poderia mudar e superar aquele sofrimento. 

Naquele tempo eu ainda não conhecia a Arteterapia e não sabia como os processos criativos são transformadores... A questão neste caso é que eu nunca mais parei de escrever e passei a usar a escrita como um exercício de autoconhecimento, que me auxilia a encontrar minhas respostas, entender as pessoas e compreender melhor o mundo a minha volta. Além de provocar reflexão e muitas vezes contribuir para o entendimento de muitas coisas também para os meus leitores, experiência que tive durante os meus anos de blogueira e vivo até hoje com os poucos textos que publico.


Apesar das mudanças significativas que este hábito de escrever trouxe para a minha vida, eu ainda carregava comigo um vazio existencial em relação a minha carreira profissional, minha posição no mundo e minha missão de vida. E assim continuei minha busca, achando que precisava fazer algo com as próprias mãos, mesmo sem nunca ter feito um trabalho manual... E foi assim que encontrei a Arteterapia, passei pelo processo, fui aprendendo aos poucos, me desfazendo de velhas crenças, mudando os conceitos de mim mesma, acreditando que eu seria capaz, estudando, observando os colegas, comprovando a prática com o estágio (que tive a satisfação de fazer em uma escola de educação especial, outra experiência transformadora), e, realmente, "colocando a mão na massa", como diz o velho ditado... rs.


Mas foi quando finalmente as mandalas entraram na minha vida e comecei a trabalhar com elas que eu entendi que quanto mais criamos, mais nos tornamos criativos! Dizem que as mandalas começam a se manifestar quando há uma desordem e o mundo precisa de harmonia, elas chegam para trazer equilíbrio, cor e alegria! Eu acredito nisso porque foi assim que aconteceu comigo! E por este motivo eu acredito que faz parte da minha missão espalhar mandalas pelo mundo! Por isso, a cada Oficina de Mandalas que realizo eu incentivo meus clientes a continuarem pintando mandalas, porque o mundo precisa de harmonia!


Todos nós somos capazes de fazer tudo o que temos vontade, só precisamos acreditar, tentar, sair da zona de conforto, experimentar, errar, aprender com os erros, corrigí-los, fazer de novo, insistir, manter o foco, não desistir dos nossos sonhos na primeira dificuldade, persistir e perseverar! Esta é a nossa missão, vencer a nós mesmos, pois só não somos capazes de realizar aquilo que não acreditemos...


A arte é transformadora! E todos nós podemos ser artístas, criar novos caminhos e possibilidades de transformar a nossa vida e o mundo a nossa volta! Acredite! Transforme-se! Seja feliz! E se precisar de ajuda para começar eu terei imensa satisfação em contribuir através da Arteterapia!