domingo, 14 de dezembro de 2014

Morte

Hoje quero falar sobre morte. Mas não do fim da vida, e sim daquilo que morre dentro de nós após a perda de quem amamos, seja pela morte física ou pelas circunstâncias da vida, que muitas vezes é muito mais dolorida.

Perder alguém para a morte é um fato inquestionável, quanto a isso não há dúvida, é o fim, não há volta, não há explicação, simplesmente é. Não há solução para a morte. Podemos considerar injusta uma morte prematura, de um bebê, de um jovem, de um enfermo, ou uma morte repentina causada por um mal súbito ou por um acidente inesperado, mas precisamos aceitar, por mais difícil que seja e que o luto demore a passar.

Agora, perder alguém para a vida é muito mais difícil, porque geram dúvidas, decepções e uma dor sem tamanho... É como uma mãe que passa a vida esperando por um filho desaparecido sofrendo diariamente com a preocupação sem ter respostas... Enterrá-lo, por mais duro que fosse, teria sido mais fácil, pois a confirmação da morte acabaria com as dúvidas.

Uma amizade que se acaba por um mal-entendido ou um relacionamento afetivo que se acaba de uma maneira mal resolvida pode transformar uma vida... O sentimento gerado nessas situações passa a fazer parte do seu dia a dia e influenciar a sua vida para sempre... O amor não se acaba com a separação, mas o sentimento gerado com a perda transforma a pessoa.

Precisamos ficar atentos a esta mudança para evitar maiores sofrimentos, como: entrar num estado depressivo, nos tornarmos amargos com as pessoas ou descrentes da vida... Sabemos que não é fácil, mas é preciso saber transformar a dor em energia positiva, transformar o sofrimento em força! Força para superar o momento difícil e para enfrentar a vida sem aquela pessoa ao nosso lado, porque a vida dela pode ter chegado ao fim, ou o relacionamento pode ter acabado, mas a nossa vida continua! E precisamos encontrar uma maneira para voltar a ser feliz.

O que morre dentro de nós, em uma situação como esta, não é a pessoa amada, são as nossas expectativas e ilusões, que até então nos alimentavam, porque o amor que sentimos e tudo o que vivemos com ela continua existindo em nosso coração. O que não podemos deixar morrer são as nossas esperanças de vida, prosperidade e felicidade, porque a vida é feita de altos e baixos, de bons e maus momentos, de ganhos e perdas... Só não podemos permitir que essas perdas levem com elas a nossa alegria de viver, pois sem alegria não temos motivação para a vida.

O contrário da morte é a vida, e ela não para porque estamos sofrendo, continua se renovando a cada instante, por isso precisamos seguir em frente... Há um provérbio, atribuído a Bob Marley (que eu não posso afirmar se é realmente de autoria dele), que diz o seguinte: “Os ventos que às vezes tiram algo que amamos são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar... Por isso, não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim aprender a amar o que nos foi dado, pois tudo aquilo que é realmente nosso nunca se vai para sempre...”. Só podemos desejar que isso seja verdade! Que assim seja!



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