sábado, 27 de outubro de 2012

Encontros e desencontros


Hoje vi uma charge no Facebook que, além de me fazer rir, me fez parar para pensar por que tem havido tantos encontros seguidos de desencontros, por que cada vez mais vemos pessoas sozinhas à procura de companhia, mas que nunca encontram o seu par ideal? E quando pensam ter encontrado logo se decepcionam porque a história não vai para frente...

A tal charge responsabiliza o pobre cupido por estar flechando as pessoas erradas e assim causando uma bagunça entre os ansiosos por encontrar alguém... Mas sabemos que isso não passa de piada! A responsabilidade é de cada um de nós que buscamos ou não ter um relacionamento sincero e verdadeiro!

Na verdade todos querem ter alguém, se não for para um relacionamento estável, para constituir família, pelo menos para ter com quem compartilhar alguns momentos agradáveis no fim de semana, para uma viagem romântica, para sair, para se divertir, enfim, para ter companhia mesmo que apenas de vez em quando.

Acredito que a maior dificuldade de encontrar esta companhia é a resistência ou o medo que muitas pessoas têm de assumir um compromisso com outra pessoa. Seria por receio de abrir mão de sua liberdade?? Pode ser... Mas creio que este não seja o único motivo!

Lendo o livro “Não espere pelo epitáfio”, de Mario Sergio Cortella, encontrei uma frase que complementa muito bem esta resposta: “A novidade, mesmo aleatória, continua sendo o obscuro objeto do desejo de muita gente”!

O engraçado é que o autor usa esta frase em um texto que fala sobre inteligência artificial, síndrome de modernidade, importância da informatização, novas tecnologias e consumismo, nada a ver com relacionamentos, mas que cabe exatamente no contexto em que estamos desenvolvendo agora, porque mesmo nas relações afetivas as pessoas não se contentam mais com a estabilidade, estão sempre querendo novas conquistas, viver outras aventuras, buscar algo novo, viver outras emoções, sair da rotina, enfim, a fidelidade deixou de ser prioridade, a novidade passou a ser mais interessante, mais atraente... O objetivo mudou!

Ao invés de investir no relacionamento, procurando resolver os conflitos e as dificuldades, é mais fácil partir para outra, conhecer pessoas novas e se divertir, do que discutir a relação.

Sei que não podemos generalizar, porque ainda vemos muitos casais que vivem satisfeitos um com o outro e mantêm uma relação harmoniosa e duradoura... Mas, infelizmente, isso hoje se tornou raro, acho que podemos dizer que virou exceção à regra.

Agora, responsabilizar o cupido por erros e acertos ao lançar a sua flecha é que não é possível, né? rs. Se o objetivou mudou, por que vemos tantas pessoas reclamando que nada dá certo, que não encontram uma pessoa bacana, ou que as coisas não dão certo para elas? Na verdade acho que falta coerência entre o que as pessoas dizem querer e as suas atitudes, falta coragem para assumir suas carências, seus anseios e, principalmente, vontade de mudar de comportamento.

Ser solteiro ou casado é uma questão de escolha, de estilo de vida, e isso não deve ser motivo para determinar se uma pessoa é feliz ou não... O que as pessoas precisam antes de partir para qualquer outro encontro é se encontrarem com elas mesmas, se autoconhecerem, se tornarem coerentes com suas próprias vontades e com suas atitudes! Aí sim, estarão prontas para novos encontros, dispostas a investir em um relacionamento e livres para viver uma nova história, sem desencontros...



domingo, 7 de outubro de 2012

Que país é esse?


Esses dias me perguntaram, aqui mesmo no blog, se eu acho que o povo brasileiro é acomodado... Eu respondi que não. E hoje, após a votação, eu voltei para casa pensando: Que país é esse?

Você pode estar se perguntando onde eu quero chegar com essas duas questões, mas logo entenderá.

Que país é esse que se diz democrático, mas que obriga a população a votar? Se vivêssemos mesmo em uma real democracia não deveríamos ter o direito de escolher se queremos ou não participar das eleições?

E se não fôssemos obrigados a escolher os candidatos, será que o resultado das eleições não seria melhor para todos? Pois aqueles que se dispusessem a votar, provavelmente, fariam escolhas mais conscientes e elegeriam melhor os nossos representantes.

Por outro lado, obrigando a todos a votar torna-se mais fácil manipular as massas e conseguir eleger candidatos por influência da mídia, colocando no poder aqueles que interessam aos partidos, ao governo e a todo o sistema, menos à população.

Porém, considerando que somos oriundos de um país que se desenvolveu sendo colonizado e depois passou por um grande período de ditadura militar, conquistar o direito de votar e escolher os seus representantes, exercendo a sua cidadania, é uma grande vitória. Pena que esta conquista não foi seguida de investimentos na área da educação, entre tantas outras necessidades negadas aos brasileiros, porque aí sim a população teria melhor senso crítico, maior capacidade de analisar os fatos, de comparar situações e de fazer melhores escolhas.

Mas é justamente aqui que eu queria chegar para falar do povo brasileiro! Como chamar de acomodado um povo que passa por tantas restrições, tantas dificuldades financeiras e mesmo assim não perde as esperanças e continua acreditando na oportunidade de um mundo melhor?

Como chamar de acomodadas pessoas simples, do povo, sem uma formação básica de educação e muito menos profissional, mas que se candidatam a cargos políticos acreditando que podem transformar o mundo?

De onde vem esta força, esta coragem de dar a cara a tapa e enfrentar uma campanha política sem ter a menor noção do que precisaria fazer para gerar as tão sonhadas mudanças no município onde moram?

Por que, muitas vezes, pessoas estudadas e preparadas profissionalmente não conseguem ter a mesma força para seguir sua trajetória e alcançar bons resultados na política?

O que é necessário para ser um bom político? Formação? Informação? Capacidade de liderança? Bom relacionamento com a comunidade? Boas parcerias partidárias? Ou simplesmente ter cara de palhaço, conseguir se eleger e se deixar manipular pelo partido como um pau mandado?

Se o mercado de trabalho exige tanta qualificação para absorver profissionais porque o governo não exige o mesmo nível de qualificação dos candidatos aos cargos políticos?

Como chamar de democrático um país que elege um torneiro mecânico para Presidente da República e um palhaço para Deputado Federal, mas não dá oportunidade para um engenheiro recém formado porque ele não tem experiência? Por que o esforço desse jovem para se formar em um país que não oferece um ensino público de qualidade não é valorizado?

Como chamar de acomodado um eleitor que vende seu voto por uma dentadura ou por uma cesta básica, se o país democrático em que vivemos não permite que o trabalhador possa pagar um tratamento dentário ou alimentar a sua família com dignidade?

Como julgar um povo de acomodado se a política assistencialista deste país insiste em convencer a população que está fazendo o melhor para a nação?

Como escolher o melhor candidato quando nenhuma das opções é a que você gostaria de ter?

Como acreditar que o candidato escolhido não irá se corromper quando fizer parte do sistema?

Como não perder as esperanças presenciando tanta corrupção na política e assistindo a tanta palhaçada todos os dias?

Que país é esse onde uma escritora não é capaz de concluir o texto porque não há respostas para todas essas perguntas?

Onde eu quero chegar com este post? Apenas ao ponto de reflexão: Que país é esse?


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Nem tudo que nos parece mais conveniente é o melhor para nós


Repensando sobre as escolhas que já fiz na vida cheguei à conclusão que nem sempre aquilo que nos parece ser mais conveniente é o melhor para nós, ou nos trará felicidade no futuro...

Muitas vezes escolhemos o caminho mais curto, a situação mais cômoda, a opção mais confortável, ao invés de seguir o nosso coração, enfrentar as dificuldades, contrariar as convenções sociais, seguir a nossa intuição, dar importância aos nossos desejos, realizar o nosso sonho e buscar a nossa felicidade.

Sabemos que nada é fácil nesta vida, e ser feliz também não é... É preciso saber fazer escolhas para se chegar a este estado!

E fazer escolhas, muitas vezes, é uma tarefa difícil, como já falei em outro post, porém, acredito que sempre procuramos fazer o melhor em cada momento de nossa vida.

Mas só fazer o melhor também não basta, é preciso ter coragem para enfrentar os nossos próprios medos e o julgamento dos outros. E é justamente a falta de coragem que muitas vezes nos impede de ser feliz!

Não me arrependo das escolhas que fiz na vida, porém, em algumas situações, se fosse agora, com a maturidade que tenho hoje, talvez, eu tivesse outras atitudes. Mas sei que não podemos voltar no tempo e mudar aquilo que já vivemos, porém, podemos, e devemos, usar a nossa experiência para fazer as escolhas atuais, sabendo que são elas que definem o nosso destino e também interferem na vida das pessoas que convivem conosco, o que exige muita responsabilidade.

Contudo, compreendi que precisamos ter coragem para fazer a escolha mais apropriada, mesmo que naquele momento pareça ser a mais difícil... O importante é analisar bem as consequências dos fatos a longo prazo, porque aprendi que não adianta escolher o caminho mais fácil para solucionar um problema rapidamente se ele apenas te afasta da situação, mas não te oferece uma solução.

Há coisas na vida que precisam ser solucionadas na hora em que acontecem, pois com o passar do tempo ficam mais difíceis, envolvendo outras pessoas, gerando novos problemas e maiores dificuldades.

Entendi que situações mal resolvidas nos acompanharão por toda a vida até serem concluídas, porque os ciclos precisam ser fechados para iniciarmos outros. E isso vale para todos os setores da nossa vida, seja no aspecto pessoal, afetivo, social ou profissional.

Viver é uma dádiva e ser feliz uma questão de escolha! Devemos valorizar cada minuto deste presente, que é a vida, amar a si mesmo, dar importância aos nossos desejos, viver com toda intensidade cada fase da nossa existência, pois o tempo não para quando nós paramos de viver... A vida continua e precisamos seguir nossa trajetória sem deixar pendências para trás, que nos impeçam de seguir em frente.

Precisamos ter coragem para viver sem nos acomodarmos em situações que nos parecem mais convenientes, mas sim buscarmos o que é melhor para nós! A covardia é um atraso de vida! Não podemos perder tempo, precisamos ser feliz agora!