Hoje acordei pensando sobre qual assunto escreveria no post desta semana... Levantei cedo, fui pedalar um pouco, acompanhar a prova General Salgado, e observando aquela multidão toda na largada da corrida fiquei refletindo sobre a sensação de liberdade que o esporte nos proporciona. Pois praticar qualquer modalidade de esporte, seja ela coletiva ou individual, é sempre uma questão de escolha que depende, única e exclusivamente, de nós mesmos, é algo que ninguém pode fazer por nós, pode apenas nos incentivar, nos orientar e nos acompanhar, mas ninguém pode manipular as nossas pernas e fazer com que saiamos correndo por aí contra a nossa vontade.
Por outro lado, pensando no significado de liberdade, que segundo uma das definições do dicionário é o “direito e faculdade de agir, crer, locomover-se ou expressar-se da forma que melhor convier”, cheguei à conclusão que nem sempre esta definição é possível de ser vivenciada... Sei que vivemos, no Brasil, em um regime, supostamente, democrático, mas para vivermos bem em sociedade precisamos seguir algumas regras e principalmente, ter bom senso antes de dizer aquilo que pensamos, sendo assim, não somos totalmente livres. O mesmo vale para os nossos atos, pois nem tudo que nos é conveniente fazer é também para aqueles que convivem conosco, e nossa locomoção, pois nem todos os lugares nos são permitidos. Apenas as nossas crenças e os nossos pensamentos são livres, mas a expressão deles, nem sempre, pois o nosso direito de expressão vai até o limite do respeito ao próximo.
O homem pensa ser livre, mas na verdade não o é. Desde o seu nascimento ele já depende dos cuidados maternos para sobreviver. E mesmo que a mãe o abandone, dependerá de outro adulto para receber alimentação, ter higiene e todos os cuidados necessários para um bebê crescer e se desenvolver até chegar a uma idade que tenha condições de cuidar de si mesmo.
O homem foi criado para viver em sociedade, para conviver com os seus iguais e, por meio desta convivência, evoluir. Mas não para viver sozinho. Então me pergunto por que corremos tanto atrás desta suposta liberdade? Que sentimento é este que insistimos em ter? Por que queremos tanto ser livres? Livres de quê? De quem? No fundo, acredito que a liberdade que tanto buscamos está dentro de cada um de nós... Na verdade, queremos nos livrar de nós mesmos, das nossas angústias, dos nossos medos, das nossas inseguranças... Pois o maior inimigo do homem é ele mesmo. E só vencendo a nós mesmos conquistaremos a tão sonhada liberdade! Porque só o homem que domina a si mesmo é capaz de conquistar o mundo!
Viajei demais?? Talvez... Mas me senti com liberdade para expressar estes pensamentos... Sinta-se você também livre para comentar, discordar ou ignorar... rs.
8 comentários:
Lu, para mim a melhor liberdade é a de expressão, e aqui no seu blog vc exerce muito bem a sua, parabéns pela materia! gostei
Oi Ká!
Obrigada!!! Expressar uma ideia é fácil, o mais difícil é expressar um sentimento... Mas estamos nesta vida para isso, né? Aprender... rs
bjs
Olá Lú, lindo texto. que nos remete a muitos outros. A dependência Biológica imposta pela sobrevivência das espécies,da mãe que cuida da prole,os acordos que firmamos para sobreviver é objeto de estudo dos darwinistas. Recomendo Richard Dawkins e o livro O Gene egoista. Mas há também os que defendem a teoria sistêmica. Essa gama de cuidados que temos desde a hora em que acordamos, os lençóis que nos cobrem, a comida que comemos, a música que ouvimos, o nosso lazer, tudo só existe por conta do trabalho de muitos. Uma enorme rede de colaboradores, uma teia sistêmica compõe a existência. Nessa visão de interdependência nossa liberdade está totalmente entrelaçada com o outro. Capra em seu livro O Ponto de mutação fala muito bem disso. Somos fruto de acordos cosmológicos tantos biológicamente como espiritualmente. Aí entra o Sartre com o Existencialismo dizendo que somos aquilo que resolvemos ser e não aquilo que as circunstancias nos fizeram ser. Podemos fundar novos acordos, nascer de novo, que é também a proposta teológica do Cristo. Talvez a palavra salvação dos cristãos e a palavra Iluminação dos budistas tem a ver com essa liberdade mais profunda do ser. Suponho que ligada ao estar confortável consigo mesmo, em paz, independentemente da situação vivida. A paz remete a uma alegria permanente que independe de circunstancias. Ser livre para ser livre! Para ser livre precisamos, como vc diz brilhantemente, nos libertar de nossa ignorância, de nossos medos, anseios, carências, e esse processo possui uma "ajuda", um movimento transcendental que é sistêmico. O Macro compactua conosco no sentido de nos fazer livres. Obrigada pelo texto. Ele mexeu muito comigo. Beijos
Oi Tê!!
Sou eu quem deve agradecer a você por um comentário tão rico e cheio de fundamentos, que enriqueceu muito mais os meus humildes pensamentos de uma tarde de domingo!
Quando pensei no uso do tangram, para a formação do nome do blog associado às ideias, o meu objetivo foi justamente este, multiplicar as ideias iniciais de cada autor com os comentários de cada seguidor, como você fez maravilhosamente bem agora! Parabéns!
Sinto-me lisonjeada por saber que, de alguma maneira, o meu texto te provocou tamanha reflexão!!
Muito obrigada!!
Grande beijo!
Lú, dá uma olhada nesse link e veja a brilhante fala da jane Fonda. Olha a ideia que ela tem sobre liberdade. Veja se não é fantástica.
Beijos e obrigada por seus elogios. Só que elogio de amiga não vale. Beijos
http://www.ted.com/talks/lang/pt-br/jane_fonda_life_s_third_act.html#.TxbNVS
Você ñ viajou demais minha querida, ao contrário foi perfeita. Tbm acho que a liberdade que tanto almejamos e buscamos é a interior pois nosso maior inimigo está dentro de nós nossas dificuldade, nossos medos como vc bem disse e ñ tem nada mais dificultoso do que reconhecer nossas falhas e a partir daí começarmos as mudanças tão necessárias para nossa evolução e então a LIBERDADE tão sonhada.Sejamos então honestos com nós mesmos e corajosos pra mudar o que de fato tem de ser mudado...Bjão
Oi Tê!
Obrigada pelo vídeo! Realmente, muito bom! Adorei!
Quanto ao elogio vir de amiga, vale sim!!! Pois amigas são as pessoas que verdadeiramente nos conhecem e têm liberdade para criticar também, sendo assim, quando elogiam, sabem muito bem o que estão fazendo! rs
Grande beijo!
Oi Rê!
Obrigada querida!
A busca pelo autoconhecimento é o primeiro passo para a nossa evolução e a tão sonhada liberdade! Fácil, não é! Mas a gente chega lá... rs.
Adoro os seus comentários e saber que acompanha o nosso blog! Continue participando!
Grande beijo!
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