domingo, 13 de março de 2011

Respeitável público!! O circo está de volta!

Sou de uma geração que curtiu muito o circo. Lembro que na minha infância um dos meus programas preferidos era assistir aos espetáculos circenses sempre que um deles se apresentava em Taubaté! Nessas ocasiões, tive a honra de conhecer, pessoalmente, o grande Mazzaropi! Ele sempre recepcionava os circos na cidade e participava da abertura do espetáculo! Uma simpatia! Um homem simples que gostava de público! E tratava as crianças com atenção e carinho. Em outra oportunidade, vi Os Trapalhões! Bons tempos, de Mussum e Zacarias!! Nessa época o humor era mais inocente... Acho que é por isso que continuo assistindo à Turma do Didi! Grande Renato Aragão, ele continua fazendo a gente rir do mesmo jeito até hoje...
Adorava assistir ao show dos palhaços... rs... Lembro-me de uma vez que voltei pra casa molhada, porque no lugar de papéis picados tinha água de verdade no balde e eu estava sentada na primeira fileira das cadeiras, com meu pai e minha irmã... rs. Mas tudo bem, eu morava bem em frente ao campo de futebol onde o circo estava montado!
Gostava muito dos trapezistas também! Ver aquelas mulheres lindas voando no trapézio... Os equilibristas com suas bolinhas e taças... Os contorcionistas saindo das caixas... Os mágicos tirando coelhos das cartolas, moedas das orelhas, flores dos lenços coloridos e ver a pomba voando no final... Sem contar os atiradores de facas que sempre acertavam a maça sobre a cabeça daquelas moças corajosas que ficavam lá na frente de braços abertos e olhos vendados...
E os animais? Adorava ver os elefantes!  Adoro elefantes! Não me esqueço de um elefantinho que vi em um circo, em Ubatuba, ele ficava dançando cheio de charme, no terreno do aeroporto, onde o circo estava montado, para todo mundo ver... rs... Lindo! E os leões? Eu morria de medo, mas gostava de admirá-los na apresentação dos domadores! Os cavalos marchadores, com plumas na cabeça e adereços nas patas, que entravam correndo em círculo e levantando poeira! E os cachorrinhos adestrados com aquelas roupinhas engraçadas? Eu achava mais engraçado que muitos palhaços... rs.
Mas com o passar dos anos os circos foram sumindo... Uma pena! Pelo menos os circos com tendas coloridas da nossa infância... Hoje, deixamos de ser o público para nos tornarmos os verdadeiros palhaços, rimos das nossas próprias desgraças e ainda ficamos felizes com os aplausos, hoje os mágicos não usam mais cartolas e muito menos distribuem flores ao público, mas somem com o nosso dinheiro num piscar de mágica, cobrando impostos altíssimos de tudo que adquirimos e produzimos neste país, hoje deixamos de admirar os equilibristas, pois fazer malabarismo se tornou parte do nosso dia a dia! Ou aprendemos a segurar todas as bolinhas ao mesmo tempo ou seremos engolidos pelos leões que não estão mais presos em jaulas, nos circos, mas soltos pelas ruas fazendo o que querem... Hoje superamos as habilidades dos trapezistas que se mantinham firmes nos trapézios, pois aprendemos a nos agarrar a cada oportunidade que aparece para não despencarmos de uma vez... Hoje todos nós nos tornamos contorcionistas, nos dobrando para que o salário dure até o final do mês...
Respeitável público! O circo de hoje não nos respeita mais! Até quando aceitaremos calados o caos que está tomando conta do nosso país? A nossa política está uma vergonha! Brasília foi projetada para ser a capital federal do país! Para ser a sede da nossa democracia! E não para se tornar um picadeiro e produzir palhaçada... Este circo que estamos assistindo não merece o nosso aplauso!


Nota:
Amácio Mazzaropi nasceu em 09/04/1912, em São Paulo, mas aos 2 anos de idade mudou-se para Taubaté, onde viveu e consolidou-se como cineasta, considerado, por isso, um verdadeiro cidadão taubateano. Faleceu em 13/06/1981, aos 69 anos. Para mais informações,visite o site: http://www.museumazzaropi.com.br/crono.htm

2 comentários:

Karina Lapido disse...

Lu,
Fui ao circo duas vezes. Quando era criança, adorava os Trapalhões, especialmente do Didi. Um circo do qual nem lembro o nome veio para Taubaté e divulgou que eles se apresentariam. Fui para ver o Didi, que não veio. Foi uma decepção tão grande que, além de decidir nunca mair ir ao circo, nunca mais gostei de assistir aos programas dos Trapalhões. Depois de adulta, voltei a assistir um espetáculo, quando levei meus sobrinhos. Confesso que não gosto de circo. Considero palhaços totalmente sem graça e acho uma judiação o que fazem com os animais, que são condicionados, sabe-se lá como, a dançar no picadeiro. Acho até interessante os trapezistas, mas nada que faça eu me sujeitar a assistir o resto para ver uma apresentação. Sei que hoje em dia há normas para cuidados com os animais, minha maior preocupação nesses espetáculos, mas, mesmo assim, continuo achando uma atração muito sem graça!

Meyre Lapido disse...

As crianças não sentem encanto pelo circo justamente por ouvirem muito de forma negativa os adultos dizerem qua a politica é uma palhaçada, que o chefe é um palhaço que a vida é um gde circo etc.
Então, eu acho que tá na hora, se quizermos resgatar esse encanto, pelo menos perto das criançãs,usarmos outras palavras de desabafo. E a grande industria do circo tbém está precisando reavaliar a sua forma de atrair novamente o público. Essa é a minha opinião!