Esta semana, com a morte de Hugo Chávez, e o drama da
população venezuelana com a perda de seu chefe de estado, eu me lembrei da
manifestação do povo norte-coreano, em 2011, com a morte de Kim Jong-il, e de
tantos outros ditadores amados pelo seu povo... Como, inclusive, Adolf
Hitler...
Não estou aqui para defender ou criticar qualquer regime
político e suas consequências... Mas para refletir sobre a necessidade de um
povo em ter um líder político à frente das decisões de seu país de maneira
totalitária. E porque a perda desses líderes provoca tanto sofrimento na
população? Dias de velório, dor, sofrimento e lágrimas, muitas lágrimas...
O que leva esta população a sentir falta de alguém que a
impedia de ser livre? De fazer as suas próprias escolhas, de expressar seus
pensamentos, de dar sua opinião, de seguir seu próprio caminho, enfim, de viver
de forma democrática?
Será a comodidade de ter alguém que decida por ela?
Insegurança de fazer as próprias escolhas? Medo da liberdade? Receio do que
virá pela frente? Ou medo de se manifestar contra o sistema?
Será que todo aquele sofrimento é mesmo verdadeiro ou parte
da imposição de um regime ditador que exige manifestações como essas para
fortalecer o seu poder sobre a massa?
Qual o objetivo de se parar um país durante vários dias para
velar um defunto? Qual a necessidade de embalsamar este corpo para ficar
exposto por toda a eternidade?
Quais os valores desta população para transformar um líder
ditador em ídolo? Ou pior, em “quase” um santo?
E o que esperar para o futuro desta população?
Infelizmente, encerro este texto apenas com questionamentos
para os quais não encontrei respostas, pois acredito que, por pior que possa
ser a situação de um país, a liberdade de seu povo ainda é o principal caminho
para o seu desenvolvimento e a única forma de alguém se sentir pleno, realizado
e feliz.
Lembrando que ditador é, entre outras definições, “aquele
que é arrogante e quer impor a sua vontade aos outros custe o que custar”,
fica, para reflexão, mais uma questão: Que poder é este, dos ditadores, que
continua agindo mesmo após a sua morte?