domingo, 27 de março de 2011

Por que certas pessoas se incomodam tanto com as outras?

Numa semana em que estamos ouvindo tanto falar sobre bullying, depois que o garoto australiano se tornou herói na internet ao reagir e se defender do seu agressor na escola onde estuda, parei para pensar por que as pessoas se incomodam tanto com as outras, principalmente quando as outras pessoas não seguem os mesmos hábitos ou não têm o mesmo tipo físico? Por que, no geral, há tanto preconceito e resistência às diferenças? Onde está escrito que somos obrigados a seguir moda ou ter o mesmo comportamento que a maioria? Quem disse que ser tímido ou obeso é crime? Quem falou que o cabelo liso é mais bonito que o cabelo cacheado ou que a pele branca é superior, ou mais bonita, que a negra? O que há de errado em ter o seu próprio estilo de vida ou de se vestir? De onde vêm essas regras, esses padrões impostos pela sociedade? Por que situações como esta, ocorrida na Austrália, mas que acontecem todos os dias em toda parte do mundo, continuam acontecendo cada vez mais? O que faz com que essas pessoas se incomodem tanto ao ponto de agredir até mesmo fisicamente outra pessoa?

Eu nunca sofri nenhum caso de bullying, “que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, de maneira repetitiva” e “que pode ocorrer em qualquer contexto social, como escolas, universidades, famílias, vizinhança e locais de trabalho”, mas muitas vezes já me aborreci com cobranças pelo simples fato de insistir em manter os meus cabelos naturais, sem química, por não curtir usar maquiagem, por ter um estilo básico, sem me preocupar em vestir os modelos da moda, por não querer sair nos finais de semana, optando por ficar em casa descansando, lendo ou escrevendo nos meus blogs, por não ter me casado, por não planejar ter filhos, por não curtir ter animais de estimação, por gostar de viajar sozinha e até mesmo por não gostar de tomar café ou comer salada... Por que certas pessoas não conseguem respeitar a maneira de ser dos outros pelo simples fato de serem diferentes do seu jeito? Por que não acreditam que podemos ser felizes cada um a sua maneira? Por que têm essa necessidade de impor aos demais as suas ideias, os seus costumes, os seus valores, a sua filosofia de vida, a sua crença, o seu modo de pensar e até mesmo a sua religião e opção política?

Quem sofre mais com isso? O que se aborrece com as cobranças e as tentativas de explicação? Ou o incomodado que perde seu precioso tempo tentando impor seus padrões ao invés de se ocupar com a sua própria vida? O que o faz pensar que só ele está certo? Por que essas pessoas cobram mudanças das outras se elas mesmas se mostram inflexíveis para aceitar o jeito de ser do outro? Não seria mais fácil aceitar que cada um tem o seu livre arbítrio para viver como bem entende?
Até quando isso continuará acontecendo? O que podemos fazer para mudar essa situação?

Referências:
Para mais informações sobre bullying, porque ele ocorre, quais os tipos de agressões, entre outras, visite o site:

Sobre o caso australiano, de Casey Heynes, incluindo o vídeo da agressão, acesse:

domingo, 20 de março de 2011

Água - Essência da Vida!

A água, como todos nós sabemos, é um elemento fundamental para a vida em nosso planeta, tanto que ¾ da sua superfície é formada por água (pois, se considerarmos todo o globo, a maior parte é sólida), o que significa, aproximadamente, 1,5 bilhão de km³ de água em todo o planeta. Porém, apesar deste volume tão grande, apenas 2,5% são de água doce, o restante é de água salgada que, a princípio, não serve para o nosso consumo.

Hoje, existe uma grande preocupação mundial quanto ao uso da água, considerando que o consumo da população vem crescendo e a quantidade de água doce diminuindo. Devido a este problema, a ONU (Organização das Nações Unidas) estabeleceu o dia 22 de Março como o Dia Mundial da Água. Pesquisando sobre o assunto, descobri que ela também elaborou a Declaração Universal dos Direitos da Água, que até então eu não conhecia, e achei interessante divulgar. Veja abaixo, seus principais tópicos:

  • A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: é rara e dispendiosa e pode escassear em qualquer região do mundo.
  • A utilização da água implica respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza.
  • O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.
  • Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade e precaução.
  • A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo a nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como a obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.
  • A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável pela água da Terra.
  • A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.
  • A água é a seiva de nosso planeta. Ela é condição essencial de vida de todo vegetal, animal ou ser humano. Dela dependem a atmosfera, o clima, a vegetação e a agricultura.
  • O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.
  • A gestão da água impõe um equilíbrio entre a sua proteção e as necessidades econômica, sanitária e social.

Lembrar esta data e conhecer os Direitos da Água são importantes, mas só isso não basta! Precisamos ir além, fazendo a nossa parte, economizado. E não esperando que os governos e as grandes organizações façam tudo sozinhos! Podemos utilizar a água de diversas formas para o nosso consumo, mas sempre pensando no seu racionamento. Somente se acreditarmos que a nossa pequena contribuição diária fará diferença no todo, o planeta e as próximas gerações serão beneficiados!

Veja algumas sugestões de como podemos contribuir:

  • Procurar reduzir o tempo no banho
  • Usar o regador, e não a mangueira, para molhar as plantas
  • Trocar a mangueira por vassoura ou balde para limpar o quintal
  • Ensaboar toda a louça, com a torneira fechada, e só depois enxaguar tudo de uma só vez
  • Acumular roupas para usar a máquina de lavar
  • Reaproveitar a água, sempre que possível
  • Cobrir a piscina, pois mantendo a água limpa não precisará trocá-la

Faça a sua parte!

Para mais informações, visite os sites abaixo:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-agua/agua-salgada.php

LEIA TAMBÉM OS OUTROS POSTS DO BLOG SOBRE ESTE ASSUNTO::
Água: Só dá valor quem fica sem, por Karina Lapido: http://www.tangramkarina.blogspot.com/
Água limpa, homem fétido, por Alexandre Malosti: http://www.tangramalexandre.blogspot.com/ 
O tambor de água... Mito ou realidade?, por Gus Favre: http://www.tangramgusfavre.blogspot.com/
Água: Sede de Mudança, por Ana Paula Malosti: http://www.tangramanapaula.blogspot.com/
Águas de Março, por Bruno Guedes: http://www.tangrambrunoguedes.blogspot.com/
Água: Ouro Azul, por Marli: http://www.tangrammarli.blogspot.com/

domingo, 13 de março de 2011

Respeitável público!! O circo está de volta!

Sou de uma geração que curtiu muito o circo. Lembro que na minha infância um dos meus programas preferidos era assistir aos espetáculos circenses sempre que um deles se apresentava em Taubaté! Nessas ocasiões, tive a honra de conhecer, pessoalmente, o grande Mazzaropi! Ele sempre recepcionava os circos na cidade e participava da abertura do espetáculo! Uma simpatia! Um homem simples que gostava de público! E tratava as crianças com atenção e carinho. Em outra oportunidade, vi Os Trapalhões! Bons tempos, de Mussum e Zacarias!! Nessa época o humor era mais inocente... Acho que é por isso que continuo assistindo à Turma do Didi! Grande Renato Aragão, ele continua fazendo a gente rir do mesmo jeito até hoje...
Adorava assistir ao show dos palhaços... rs... Lembro-me de uma vez que voltei pra casa molhada, porque no lugar de papéis picados tinha água de verdade no balde e eu estava sentada na primeira fileira das cadeiras, com meu pai e minha irmã... rs. Mas tudo bem, eu morava bem em frente ao campo de futebol onde o circo estava montado!
Gostava muito dos trapezistas também! Ver aquelas mulheres lindas voando no trapézio... Os equilibristas com suas bolinhas e taças... Os contorcionistas saindo das caixas... Os mágicos tirando coelhos das cartolas, moedas das orelhas, flores dos lenços coloridos e ver a pomba voando no final... Sem contar os atiradores de facas que sempre acertavam a maça sobre a cabeça daquelas moças corajosas que ficavam lá na frente de braços abertos e olhos vendados...
E os animais? Adorava ver os elefantes!  Adoro elefantes! Não me esqueço de um elefantinho que vi em um circo, em Ubatuba, ele ficava dançando cheio de charme, no terreno do aeroporto, onde o circo estava montado, para todo mundo ver... rs... Lindo! E os leões? Eu morria de medo, mas gostava de admirá-los na apresentação dos domadores! Os cavalos marchadores, com plumas na cabeça e adereços nas patas, que entravam correndo em círculo e levantando poeira! E os cachorrinhos adestrados com aquelas roupinhas engraçadas? Eu achava mais engraçado que muitos palhaços... rs.
Mas com o passar dos anos os circos foram sumindo... Uma pena! Pelo menos os circos com tendas coloridas da nossa infância... Hoje, deixamos de ser o público para nos tornarmos os verdadeiros palhaços, rimos das nossas próprias desgraças e ainda ficamos felizes com os aplausos, hoje os mágicos não usam mais cartolas e muito menos distribuem flores ao público, mas somem com o nosso dinheiro num piscar de mágica, cobrando impostos altíssimos de tudo que adquirimos e produzimos neste país, hoje deixamos de admirar os equilibristas, pois fazer malabarismo se tornou parte do nosso dia a dia! Ou aprendemos a segurar todas as bolinhas ao mesmo tempo ou seremos engolidos pelos leões que não estão mais presos em jaulas, nos circos, mas soltos pelas ruas fazendo o que querem... Hoje superamos as habilidades dos trapezistas que se mantinham firmes nos trapézios, pois aprendemos a nos agarrar a cada oportunidade que aparece para não despencarmos de uma vez... Hoje todos nós nos tornamos contorcionistas, nos dobrando para que o salário dure até o final do mês...
Respeitável público! O circo de hoje não nos respeita mais! Até quando aceitaremos calados o caos que está tomando conta do nosso país? A nossa política está uma vergonha! Brasília foi projetada para ser a capital federal do país! Para ser a sede da nossa democracia! E não para se tornar um picadeiro e produzir palhaçada... Este circo que estamos assistindo não merece o nosso aplauso!


Nota:
Amácio Mazzaropi nasceu em 09/04/1912, em São Paulo, mas aos 2 anos de idade mudou-se para Taubaté, onde viveu e consolidou-se como cineasta, considerado, por isso, um verdadeiro cidadão taubateano. Faleceu em 13/06/1981, aos 69 anos. Para mais informações,visite o site: http://www.museumazzaropi.com.br/crono.htm

domingo, 6 de março de 2011

Para que servem as poesias?

Sempre gostei de ler. E sempre gostei de ler poesias. Apesar de muitas vezes não entendê-las... Com o tempo, comecei a escrever... E de repente percebi que também estava escrevendo poesias! Apesar de não me considerar uma poetisa... Apenas uma pessoa que gosta de escrever e expressar os sentimentos. Aos poucos fui percebendo que isso também é poesia...

Para ler ou escrever poesias só há uma condição básica, ter sensibilidade. Não é preciso ser graduado, pós-graduado ou doutor para escrever um poema... Já conheci pessoas simples, com pouco estudo, mas capazes de formar poesias emocionantes!

Em 2010, na FLIP, tive a oportunidade de assistir a um tributo a Carlos Drummond de Andrade com leitura de Alguma Poesia, o seu primeiro livro de poesias, que completou 80 anos no ano passado. O evento contou com a participação de grandes nomes da literatura brasileira, entre eles, Ferreira Gullar. Além de relembrar antigas poesias e conhecer tantas outras, o interessante foi observar o público e a reação que a poesia causa nas pessoas... Começando por minha amiga, que foi toda empolgada, mas logo no início da apresentação, dormiu... Não sei se a poesia é tão relaxante para ela que desperta a sua imaginação ao ponto de transportá-la a um outro mundo, e, assim adormeceu, se estava cansada da viagem e apagou, ou se não consegue manter a atenção concentrada... Apesar de curiosa, achei que não deveria perguntar... rs. Outros assistiram uma parte, mas não ficaram até o final... Umas pessoas permaneceram até o fim, mas não prestaram atenção em nada, ficaram conversando o tempo todo e ainda atrapalharam quem queria ouvir... Porém, a maioria dos presentes se emocionou e se divertiu bastante, assim como eu. Outro fato que eu percebi foi em relação à faixa etária do público, bem mais alta que nas outras apresentações... O que me fez concluir que, infelizmente, os mais jovens não têm muito interesse por poesias... E notei também que havia mais mulheres que homens, apesar de também ter um número razoável. O engraçado é que no palco só havia homens recitando as poesias... E os maiores nomes da poesia brasileira são masculinos. Mas o mais preocupante foi constatar que de todas as apresentações, a poesia foi a que teve a menor procura de toda a festa! Sobraram ingressos para esta apresentação, enquanto nas outras faltaram... Voltei de Paraty me questionando sobre isso... Por que será que as pessoas não se interessam tanto por poesias como por outros seguimentos literários? Será por não entender? Por buscar explicações para tudo, muitas vezes não encontradas na poesia? Por acharem que os poetas são seres de outro planeta, que vivem fora da realidade e “viajam na maionese”? Ou por que são tão realistas que se tornam incapazes de ver poesia nas coisas simples da vida?

A poesia está em tudo, em todas as pessoas e em toda a parte, ela está na natureza, no perfume das flores, na brisa da manhã, no brilho das estrelas, na luz na Lua, nas ondas do mar... Está nas pessoas, no sorriso de uma criança, no olhar do idoso, na carinho da mãe, no abraço do pai, no beijo de amor... Quem não consegue perceber isso, não consegue compreender a serventia da poesia em nossa vida...

Lendo Mário Quintana, aprendi muito mais sobre poesias... Aprendi que “a função do poeta não é explicar-se, a função do poeta é expressar-se”, que “se um poeta consegue explicar o que quis dizer com um poema, o poema não presta” e que não devemos tentar interpretar um poema, pois “um poema já é uma interpretação”. E se o grande Quintana afirmou isso tudo, quem sou eu para discordar? Só posso assinar embaixo... rs.

Para concluir, citarei aqui as palavras de Márcio Vassallo, jornalista, escritor carioca e autor da primeira biografia do nosso grande poeta, onde ele diz em relação a Quintana, mas que eu considero em relação a qualquer texto poético, que as poesias servem “para clarear sentimento, para despertar a fantasia, para provocar inquietude, para amansar o coração, para levar a infância a sério, e, acima de tudo, para nos inspirar a realmente viver com poesia”.  

Espero que você possa ver poesia em sua vida! E também expressá-la!

Fonte do livro:
Para viver com poesia / Mário Quintana; seleção e organização Márcio Vassallo – 2ª Ed. – São Paulo: Globo, 2010.